Balanço

BPA apreendeu 240 animais e 99 m³ de madeira no ano passado

Maior parte da apreensão feita pelo Batalhão de Polícia Ambiental aconteceu na Região Metropolitana de São Luís; durante fiscalização, animais silvestres foram encontrados sendo comercializados em feiras

Atualizada em 11/10/2022 às 12h41

SÃO LUÍS - Apesar da proibição, animais silvestres em cativeiro continuam sendo localizados e apreendidos pelo Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) na Região Metropolitana de São Luís e no interior do estado. Somente no ano passado, 240 animais foram resgatados e devolvidos para o seu habitat. Além disso, 99 m³ de madeira, oriundos da extração irregular, foram apreendidos pelo policiamento.

As estatísticas constam no relatório do BPA e, de acordo com o subcomandante da unidade, major Antônio Ferreira, houve um aumento na quantidade de apreensões de animais e madeira em comparação com o ano passado.

Silvestre
Dos 240 animais silvestres apreendidos pelo batalhão, a maioria fo­ram aves, totalizando 217 pássaros. Os mais encontrados foram os bigodes (131), pipiras (18) e papa-ca­pim (11). Todos os pássaros foram localizados em feiras e mercados da capital maranhense, sendo comercializados de forma ilegal, ou estavam vivendo em cativeiro, presos em gaiola, dentro de alguma residência, prática essa que é comum de ser observada em diversos bairros da cidade, principalmente aqueles localizados nas áreas periféricas.

“Elas foram encontradas com pessoas que não têm autorização para tê-las. São permitidas aquelas aves que nasceram dentro do cativeiro, desde que tenham a documentação e autorização do Ibama”, explicou o major Ferreira.

Um filhote de papagaio, por exemplo, uma ave apreendida com frequência pelo batalhão pode ser vendida por cerca R$ 200,00 em feiras da cidade. Grande parte dessa e de outras aves é proveniente do Parque Estadual do Mirador, que é uma unidade de conservação ambiental localizada no município de Mirador, situada a 485 quilômetros de São Luís. As aves chegam à cidade por meio do tráfico.

Cetas
Os dados do batalhão mostram também que foram apreendidos 13 mamíferos e 10 répteis ao longo de 2016. Na capital maranhense, assim que localizados, esses animais são encaminhados para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), órgão esse de responsabilidade do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama), para depois serem devolvidos para o seu habitat.

No Cetas, esses animais são avaliados e, caso necessário, tratados para serem destinados preferencialmente para programas de soltura. Nos casos em que o animal não tem mais condições de ser solto na natureza, ele poderá ser destinado para zoológicos, mantenedores ou criadouros científicos.

As pessoas identificadas com animais silvestres pagam multas e podem ser presas. “A legislação ambiental é bastante rígida nesse sentido. A multa varia de R$ 500 à R$ 100 mil e a pessoa ainda pode ser presa. No interior, o tráfico de animais é ainda bem maior”, afirmou o subcomandante do BPA.

Madeira
A madeira é outro item com grande apreensão no ano passado. Foram 99 m³ apreendidos no ano passado, sendo 87,64 m³ de madeira serrada e 12 m³ de outros tiros. Esses materiais foram extraídos de forma irregular de áreas de proteção ambiental e de reservas indígenas.

Esses produtos, sem qualquer tipo de documentação chegam até à capital maranhense em carretas por meio de ferry-boat. Por essa razão a fiscalização no transporte marítimo está sendo mais rígida para evitar esse tipo de contrabando.

Ontem, na sede do Batalhão de Polícia Ambiental, no Coroadinho, haviam quatro carretas apreendidas, pois estão com carregamentos de madeira que foi extraída de forma ilegal de reservas. Os transportares desses produto apresentaram notas informando quantidades diferentes de madeira daquela que realmente estava dentro dos veículos ou então não apresentaram qualquer tipo de documentação que comprovava a extração legal e regular do produto.

Para o comandante do batalhão, é necessário uma mudança no comportamento das pessoas para a alteração dessa realidade. “É um prejuízo incalculável. A cada dia, a degradação ambiental aumenta e pode trazer consequências para o planeta. É preciso uma cultura mais consciente por parte das pessoas”, frisou o major Ferreira.

SAIBA MAIS

No Brasil, as sanções cabíveis a quem compra ou vende animais silvestres estão previstas na Lei Nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que trata das sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.

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