Ambulâncias

Samu para e chama atenção para condições de trabalho

Segundo a Associação dos Servidores do Samu, as condições são as piores possíveis para quem trabalha com saúde no Maranhão; são veículos sujos, com pneus carecas, luzes quebradas, entre outros problemas

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h41
Funcionários paralisaram  atividades na manhã de ontem
Funcionários paralisaram atividades na manhã de ontem (Samu)

SÃO LUÍS - Funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) cruzaram os braços na manhã de ontem, das 7h às 10h. O movimento teve como objetivo chamar a atenção do poder público e da comunidade para as condições de trabalho no órgão, que, segundo Agnaldo Serra, presidente da Associação dos Servidores do Samu, são as piores possíveis para quem trabalha com saúde no Maranhão.

Para começar, o Samu deveria ter 17 ambulâncias rodando em São Luís, mas, de acordo com Agnaldo, ontem apenas 10 veículos estavam disponíveis para rodar. O restante fica parado por falta de manutenção. E mesmo algumas das ambulâncias que estão na ativa não têm a mínima condição de fazer o serviço de atendimento. São veículos sujos, com pneus carecas, luzes quebradas, entre outros problemas.

Os funcionários também reclamam da falta de equipamentos de proteção individual (EPI). Há muito tempo, por exemplo, eles não recebem botas especiais para atendimento, implicando no uso de sapatos não adequados. “Já teve atendimentos em que o tênis do socorrista ficou empapado de sangue”, afirmou Agnaldo Serra.

Fora isso, os funcionários ainda sofrem retaliação caso se recusem a trabalhar sem o equipamento necessário. Alimentação também é outro ponto para que os servidores chamam à atenção.

Aluguéis
Ano passado, para complementar serviço do Samu, a Prefeitura alugou cinco veículos, mas eles enfrentam alguns problemas, que não foram previstos na licitação. Por contrato, os carros têm um limite de quilometragem a ser rodado por dia. Então, estão proibidos de irem a regiões mais distantes. Além disso, esses veículos não teriam permissões para transgredir algumas regras de trânsito, fundamental em casos de atendimento de urgência. O resultado é que estão querendo obrigar os motoristas a pagarem as multas advindas de alguns atos, como atravessar um sinal vermelho.

História
O Estado
já noticiou várias vezes a situação das ambulâncias em todo o Maranhão. Os veículos não são adaptados corretamente e vários carros estão com a documentação irregular. Na parte da estrutura precária, é comum, por exemplo, ver cilindros de oxigênio amarrados a bancos, com ataduras ou cordas, cadeiras improvisadas, ar-condicionado quebrado, macas e bancos sem estofamento ou rasgados. Do lado de fora do veículo, é comum ver aparelhos giroflex quebrados, lanternas e luzes com defeito, ausência de freio de mão e pneus carecas, remendados e até mesmo furados.

Em dezembro, Vanilde Ferreira, de 52 anos, que tinha um problema nos rins e precisava vir três vezes por semana de Bacabeira, sua cidade, a São Luís, para as sessões de hemodiálise, faleceu, segundo seus parentes afirmam, pela falta de uma ambulância limpa na cidade.

SAIBA MAIS

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) informa que não houve paralisação das atividades do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A Semus esclarece que todos os serviços estão funcionando normalmente e que todas as ocorrências registradas no período das 7h às 10h de ontem), foram devidamente atendidas.

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