Abandono

Descaso: prédios públicos são esquecidos na Cidade Operária

Espaços começaram a ser reformados, mas obras não foram concluídas; locais passaram a ser usados como lixeiro e para abrigar moradores de rua e usuários de entorpecentes; quem reside ou trabalha na área reclama

Atualizada em 11/10/2022 às 12h41
Jardim de infância virou lixão
Jardim de infância virou lixão

SÃO LUÍS - Dois prédios públicos cujas obras estão abandonadas na Cidade Operária são alvo de reclamações pela comunidade. E os motivos de indignação são muitos: o desperdício do dinheiro público, a falta de equipamentos públicos para a comunidade, o acúmulo de lixo nos canteiros, focos do mosquito Aedes aegypti e o uso como esconderijo por criminosos e usuários de drogas. As obras de reforma de uma escola e um batalhão de polícia estão paradas e ainda não têm previsão de serem concluídas.

As obras de reforma do Jardim de Infância Chico Bento, na Avenida 103, não foram concluídas. “Com certeza a reforma está parada há muito tempo”, comenta o chaveiro André Barbosa. O prédio faz parte do complexo escolar do Centro de Ensino José Justino Pereira, que pertence à rede estadual. E os problemas no prédio anexo, onde funcionou o jardim de infância, são antigos.

Em 2009, a comunidade já reclamava dos problemas no local. Naquele ano, o prédio já estava abandonado. As salas de aula e as outras dependências não tinham mais portas, nem janelas, indicando que haviam sido arrancadas, pois nem mesmo os portais estavam mais no lugar. As paredes estavam quebradas, no local onde as portas seriam fixadas. A direção do Centro de Ensino José Justino Pereira não quis informar para onde estão sendo remanejadas as crianças que deveriam estudar no Jardim de Infância Chico Bento.

Abandono
Obras de reforma foram iniciadas, mas nunca concluídas. Hoje, no local, há um prédio abandonado, com a estrutura ainda mais comprometida, e o que é pior: tomada de lixo e outros tipos de dejetos, como fezes. Um buraco no muro facilita a entrada de pessoas que usam o local por diversos motivos. “A maioria são usuários de drogas que se escondem aqui a qualquer hora”, conta o chaveiro André Barbosa.

Só quem se serve desses dois terrenos são os marginais, e a comunidade precisa aturar o mau cheiro e os riscos que eles trazem”André Barbosa, chaveiro, sobre o abandono de duas obras públicas na Cidade Operária.

Os muros da escola ficam ao lado da feira do bairro, e os feirantes afirmam que o local não é limpo. “Tem pelo menos dois anos que eu não vejo esse terreno ser limpo. A única coisa que eu vejo é a polícia entrar de vez em quando para prender assaltantes que se escondem no terreno”, afirma Cleide da Silveira, feirante.

Além disso, a quadra de esportes da escola Justino Pereira, que fica na área do jardim de infância, é um local que também virou motivo de preocupação, pois ela está cercada por um verdadeiro matagal, que já existe há muito tempo. Até o alambrado da quadra foi tomado pelo mato e parte da estrutura que está cheia de ferrugem já desabou.

Outra obra abandonada é a de reforma e ampliação do 6º Batalhão de Polícia Militar (BPM), na Avenida Oeste, da Cidade Operária. A obra também foi iniciada há anos, mas nunca foi concluída. O terreno hoje está cercado por tapumes, mas, por causa das chuvas de 2016, parte deles caiu e pelos buracos as pessoas acessam o local.

[e-s001]Por esses buracos nos tapumes é possível também ver roupas estendidas no que seriam as janelas dos prédios, indicando que a obra é usada como moradia. “Quem mora aqui são usuários de drogas que praticam crimes na área”, diz a feirante Eliza Sousa. Um portão sem tranca na área lateral da obra também torna o acesso mais fácil.

As duas obras abandonadas ficam próximas, na região da feira da Cidade Operária, o que causa outros transtornos com a presença de animais como ratos e baratas, que são atraídos pelo lixo, e de mosquitos, entre os quais o Aedes aegypti, garante a comunidade. “O povo joga todo tipo de lixo nesses terrenos.
Com certeza está cheio de locais onde o mosquito da dengue pode se reproduzir. É um perigo. Ainda mais agora que ele transmite diversas doenças”, comenta Eliza Sousa.

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