Saúde

Andrea Murad quer investigação sobre falta de oxigênio em UPAs de São Luís

No fim de semana foram registrados casos em três unidades da capital maranhense; parlamentar quer apuração do Ministério Público

Gilberto Léda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h41
Andrea Murad quer MP investigando casos
Andrea Murad quer MP investigando casos (Andrea Murad questionou aumentod e verba na Secom)

SÃO LUÍS - A deputada estadual Andrea Murad (PMDB) anunciou ontem, por meio de nota emitida pela assessoria de comunicação, que vai protocolar um pedido para que o Ministério Público do Maranhão (MPMA) apure denúncia de falta de oxigênio em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de São Luís.

Nas unidades do Itaqui-Bacanga, Vila Luizão e Parque Vitória, pacientes precisaram ser transferidos para não morrer nos último dias.

No domingo (15) foram confirmados dois casos: de um paciente de 17 anos que foi transferido da UPA Itaqui-Bacanga para a UPA Vila Luizão – e já aguardava naquela data nova transferência também por falta de oxigênio – e de um idoso de 72 anos que precisou ser transferido pelo mesmo motivo da UPA do Parque Vitória.

Denúncia - Em novembro do ano passado, Andrea já havia protocolado uma representação denunciando a falha no sistema de oxigênio do Hospital Presidente Vargas, o que, segundo ela, pode ter causado a morte de 8 pacientes. Os casos que já estão sendo investigados pelo MP.

Nesse caso, a ação foi ajuizada contra o governador Flávio Dino (PCdoB), o secretário de saúde Carlos Lula e a direção da unidade de saúde. A pane na usina de oxigênio ocorreu, de acordo com a denúncia, no dia 13 de outubro.

“No dia seguinte à minha denúncia, o deputado Levi [Pontes] ainda subiu aqui nesta tribuna assumindo as mortes, mas reduziu o número para 2 óbitos. Confirmando que houve problema técnico e que houve mortes na Unidade de Tratamento Intensivo do Presidente Vargas. Na mesma semana que denunciamos isso, a promotora de saúde, Glória Mafra, esteve na unidade”, destacou a peemedebista à época.

Ela citou, ainda, um relatório da Vigilância Sanitária, afirmando que a unidade não teria condições de receber pacientes.

“A própria Vigilância Sanitária Municipal também havia relatado que a unidade não tem condições de receber pacientes. Foi então que O Ministério Público recomendou a transferência de pacientes dos leitos de UTI. Desde então o MP vem investigando a relação das mortes com a pane no sistema de oxigênio na UTI do Presidente Vargas. O próprio Ministério Público confirma essas ocorrências. A Secretaria de Estado da Saúde já informou as declarações de óbitos, mas a SES tem até o dia 11 para fornecer novas informações”, completou.

A parlamentar tem cobrado informações para acompanhamento da investigação. “Precisamos ter conhecimento de tudo o que já foi apurado”, ressaltou.

Falta de oxigênio pode ter causado mortes em Coroatá

Em abril de 2015 o governo Flávio Dino (PCdoB) deparou-se com o primeiro caso de possível morte em unidade de saúde do Estado em virtude da falta de oxigênio.

Segundo relatos de funcionários e familiares de pessoas falecidas, uma queda de energia interrompeu o fornecimento de oxigênio no Hospital Macrorregional de Coroatá nas primeiras horas do dia 18 de abril daquele ano e a equipe do hospital não teria tido a capacidade de resolver o problema antes de os pacientes perderem a vida.

O caso foi revelado com exclusividade por O Estado.

Segundo relatos de funcionários, a usina de oxigênio que abastece a UTI do hospital desliga quando há queda de energia elétrica. Quando isso ocorre, automaticamente é acionado o que os técnicos chamam de “backup” - cilindros de reserva de oxigênio usados para atender pacientes que respiram através de aparelhos - até que o fornecimento normal seja restabelecido.

Porém, naquele dia, esses cilindros estavam vazios e teria havido demora, tanto para enchêlos novamente quanto para reativar a usina de oxigênio. Os técnicos que poderiam resolver o problema não estavam no hospital e nem atenderam ao chamado. Em decorrência dessa falha operacional e de gestão, os pacientes teriam morrido.

Em nota emitida na ocasião, o governo disse que eram “absolutamente inverídicas as informações, posto que não ocorreu nenhum problema no fornecimento de oxigênio para a UTI do Hospital Macrorregional de Coroatá Alexandre Mamede Trovão, no dia 18 de abril”.

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