Fifa

Sonhando alto

China pode levar a Copa de 2026, a primeira com 48 seleções

Marcel Rizzo/UOL Esporte São Paulo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h42
Infantino fez campanha  por aumento  de seleções  na Copa  do Mundo/Divulgação
Infantino fez campanha por aumento de seleções na Copa do Mundo/Divulgação (FifA)

SÃO PAULO - A China quer receber a Copa do Mundo de 2026 ou a de 2030, e isso pode dar um pouquinho de dor de cabeça para o presidente da Fifa, Gianni Infantino. Há uma promessa de campanha de que esses Mundiais ocorram em outros países.

Quando se elegeu presidente da Fifa, em fevereiro de 2016, o suíço/italiano Gianni Infantino se inspirou no brasileiro João Havelange, que comandou a entidade de 1974 a 1998, e baseou sua campanha no inchaço da Copa do Mundo, o principal produto da Fifa.

Na terça, 10, o Conselho (antigo Comitê Executivo) da federação internacional aprovou o aumento de participantes do Mundial de 32 para 48 países, a partir de 2026. Mais 16 vagas, que provavelmente darão a países que nunca jogaram a fase final da Copa a chance de estrear na competição.

O problema é que o inchaço não foi a única promessa de Infantino. Ele também prometeu que a Copa passaria a ter mais países-sedes numa mesma edição, repetindo 2002, no Japão e na Coreia do Sul, a única até hoje com dois anfitriões.

Na prática, a ideia de uma Copa com mais sedes tentaria diminuir os gastos dos países com a construção de estádios e melhoria de infraestrutura para receber a competição. Mas aí apareceram os chineses, que não estão economizando dinheiro para tentar transformar o país em um reduto decente do futebol.

Não bastassem os milhões de dólares gastos nos últimos anos com contratações de atletas de alto nível, a China estaria disposta a gastar bilhões na construção de estádios para receber a Copa no novo formato aprovado pela Fifa. A ida do Mundial para o mercado chinês agrada a cúpula da Fifa, mas o problema é que as promessas de campanha previam os primeiros mundiais com 48 times nas Américas.

Política

Os EUA entendem que receberão a Copa de 2026. Com força na Fifa depois que investigação da Justiça de seu país levou à prisão dezenas de dirigentes acusados de corrupção, o país poderia ter sido um empecilho na candidatura de Infantino, mas ficou neutro. A imprensa europeia publicou que o Mundial daqui nove anos poderia ser dividido entre norte-americanos, canadenses e mexicanos, mas é uma hipótese em banho-maria.

Para 2030, já há uma pré-candidatura conjunta de Argentina e Uruguai. Seria uma maneira de comemorar os 100 anos de Mundial repetindo a primeira sede, de 1930, Copa que foi no Uruguai. Se aprovada a possibilidade de três países realizarem o torneio em conjunto, não se descartaria acrescentar outro país da América do Sul, como Chile ou Colômbia.

Com a Copa em 2018 na Europa (Rússia) e em 2022 na Ásia (Qatar), a Fifa teria que mandar às favas qualquer possibilidade de rodízio para dar à China 2026 ou 2030. Mas esse rodízio já não é levado a sério, já que a África, sede em 2010, parece estar fora dos planos para as próximas competições – apesar de Marrocos ter demonstrado interesse.

Para tentar minimizar casos de corrupção (as escolhas de Rússia e Qatar levantaram suspeitas de compra de votos), a Fifa mudou as regras para definir o anfitrião de uma Copa. Não é mais o Conselho, com pouco menos de 40 membros, que escolhe, e sim os 209 países filiados.

Não se sabe se isso impedirá a corrupção, mas é fato que vai diminuir o poder da cúpula da Fifa sobre a escolha. Por isso, não é loucura imaginar duas Copas seguidas na Ásia, com a China, que só foi a um Mundial até hoje (em 2002), ganhando a eleição para 2026.

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