Paralisação

Rodoviários aprovam estado de greve em SL

Se não houver acordo entre trabalhadores e empresários até a próxima semana, a categoria irá paralisar as atividades

Atualizada em 11/10/2022 às 12h42

O Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado do Maranhão (Sttrema) aprovou estado de greve após duas assembleias gerais da categoria realizadas ontem, na sede da entidade, na Rua Afonso Pena, Centro. Com a decisão, será concedido prazo aos empresários para que as negociações ocorram entre as partes. A categoria faz diversas reivindicações aos empresários, entre as quais o remanejamento dos trabalhadores das empresas que deixaram o transporte público de São Luís para aquelas que venceram a licitação e a regularização do pagamento dos salários, que tem ocorrido com atrasos.

As assembleias ocorreram às 9h e 16h. Após as discussões, a categoria votou pelo estado de greve. “É importante ressaltar que os trabalhadores ainda não vão parar. Por enquanto, não haverá paralisação do sistema de transporte em São Luís”, explica Isaías Castelo Branco, presidente do Sttrema.

Com o estado de greve, o Sttrema estabelece um prazo aos empresários, até a metade da próxima semana, para que as negociações entre as partes possam acontecer. Se nenhum acordo for firmado durante esse período, os trabalhadores vão cruzar os braços.

Reivindicações

De acordo com o Sttrema, algumas empresas ou consórcios que atuam no transporte público de São Luís ainda não fizeram o pagamento do 13º salário dos funcionários. Outro item debatido foram as condições de trabalho e a falta de estrutura dos pontos finais das linhas de ônibus. “Quase todos os pontos finais na capital estão em situação precária, sem o mínimo de infra-estrutura, como, por exemplo, a ausência de banheiros para atender as necessidades de trabalhadores e usuários do sistema”, afirmou Isaías Castelo Branco.

A demissão dos rodoviários foi outra questão discutida. Com a licitação, empresas deixaram de atuar no sistema de transporte coletivo da capital e, como consequência, muitos trabalhadores foram dispensados, mas alguns empresários não cumpriram com a obrigação de pagar as verbas rescisórias. Pelo acordo feito entre Ministério Público (MP), Prefeitura de São Luís, Sttrema e o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de São Luís (SET), os funcionários deveriam ser remanejados para outras empresas ou consórcios, o que ainda não ocorreu.

Itens que integram a Convenção Coletiva de Trabalho e que ainda não foram implementados também serão cobrados pelos trabalhadores aos empresários, como atraso de salário e o não repasse do tíquete alimentação; pagamento dos trabalhadores por meio de contas em bancos, além do descanso estabelecido na convenção, que o rodoviário tem direito entre uma viagem e outra.

Greves

Pelo menos desde 2006, os rodoviários deflagram greve para pressionar os empresários a concederem reajuste salarial e outros benefícios. O movimento afeta a rotina da cidade e deixa milhares de usuários do transporte coletivo de São Luís sem ter como se deslocar pela cidade. De todos os movimentos paredistas, o mais longo foi o de 2012, que deixou a cidade sem ônibus por 17 dias, além de ter causado prejuízos para o comércio local, sobretudo as lojas da Rua Grande, que ficaram vazias. A categoria só retomou as atividades após o Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão (TRT) conceder reajuste salarial de 7% à categoria.

As negociações do reajuste salarial 2013 entre o Sttrema e o SET foram longas. Foram necessárias oito reuniões para que empresários e trabalhadores do setor de transporte coletivo de São Luís entrassem em acordo, segundo o qual, motoristas tiveram reajuste salarial de 11,32%, cobradores, 11,93% e fiscais de 11,56%.

Desde 2006, o maior aumento salarial conseguido pelos trabalhadores havia sido de 8,3%, no ano de 2011. Em 2006 os rodoviários tiveram aumento salarial da ordem de 8%, no ano seguinte o reajuste foi de 4%, mesmo percentual de 2009. Nos outros anos o aumento salarial não ultrapassou 7%. A última greve da categoria foi em 2015.

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