Multiplicação de doenças

Aedes aegypti prolifera em cantos ‘pitorescos’ na capital

Logradouros com água acumulada são locais propícios para as larvas se desenvolverem; falta de cuidados favorece o aumento no número de registros

Atualizada em 11/10/2022 às 12h42

[e-s001]Campanhas de prevenção alertam todos os anos sobre as formas de combate ao mosquito Aedes aegypti. Desde 2015, o combate ao mosquito se tornou ainda mais indispensável, porque além da dengue, o mosquito passou a transmitir também a febre chikungunya e o zika vírus. E este ano, a preocupação com a proliferação do mosquito aumentou por causa dos casos de febre amarela, que também é transmitida por ele nas áreas urbanas, com registros em algumas cidades brasileiras. Só que em São Luís logradouros públicos funcionam como fontes ‘invisíveis’ de proliferação do mosquito.

A antiga a Fonte Luminosa na Praça Pedro II, em frente à Igreja da Sé, foi desativada e hoje no local em que ficava uma estátua da Iara está uma espécie de obelisco de gesso. Mas se engana quem acha que a antiga fonte é inofensiva. Por causa das chuvas ela está cheia de água e se tornou um local propício para o mosquito se reproduzir.

Quem tenta diminuir os riscos é o flanelinha Oswaldo Sousa, que há 30 anos trabalha na praça. “Eu coloquei uns peixes na fonte para eles comerem as larvas do mosquito, porque os agentes de controle de endemias não passam por aqui para verificar se há focos do mosquito”, afirmou.

Perigo
A água parada fica acumulada onde menos se espera, como na Praça da Saudade, centro de São Luís, nas bancas onde são vendidas flores acumulam água que é jogada pelos vendedores para as plantas não murcharem. “A gente coloca, mas retira todo dia”, afirmou o vendedor Francisco Gomes.

A praça é ponto de venda de flores, porque fica em frente ao Cemitério do Gavião, o mais antigo e tradicional da cidade. E o local que serve como última morada para muitos ludovicenses é mais um berçário para o mosquito da dengue. É que muitas sepulturas têm vasos, recuos e vãos que acumulam água.

[e-s001]Aliás, por causa do cemitério, o centro da capital é considerado área endêmica para o mosquito pela Vigilância Epidemiológica Municipal. Segundo um funcionário do cemitério que não quis se identificar, a última vez que a Prefeitura de São Luís realizou trabalhos de eliminação dos focos do mosquito foi em novembro do ano passado. Outro logradouro tradicional de São Luís onde o Aedes aegypti encontra as condições ideais para se reproduzir é a Praça Gonçalves Dias, onde as floreiras também estão cheias de água.

Fora do centro da capital, outros locais que deveriam ser zelados pela administração pública também oferecem risco à população. Um deles é o Parque Aquático do Ginásio Georgiana Pflueger (Ginásio Castelinho) onde as duas piscinas acumulam água, apesar de não estarem em uso há muito tempo.

A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) informou, em nota, que os pontos citados na reportagem recebem semanalmente a visita de agentes da Vigilância Sanitária que realizam vistorias no local para verificar a existência de focos, e que esses locais são tratados caso se verifique a existência de larvas do mosquitos Aedes aegypti.

SAIBA MAIS

Os mosquitos fêmea sugam sangue para produzir ovos. Se o mosquito estiver infectado com os vírus que causam a dengue, febre chikungunya e o zika vírus, poderá transmitir o vírus das doenças neste processo. Em geral, mosquitos sugam uma só pessoa a cada lote de ovos que produzem. O Aedes aegypti tem uma peculiaridade que se chama “discordância gonotrófica”, que significa que é capaz de picar mais de uma pessoa para um mesmo lote de ovos que produz. Há relato de que um só mosquito transmitiu dengue para cinco pessoas de uma mesma família,
no mesmo dia.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.