Pesquisa

Arquitetura e urbanismo de São Luís no século XX são analisados

Pesquisa visa compreender e contextualizar os planos urbanos e as linguagens arquitetônicas da capital maranhense nesse período

O Estadoma.com, com informações da Fapema

Atualizada em 11/10/2022 às 12h42
Palácio do Comércio, onde funciona hoje a Associação Comercial do Maranhão, surgiu na época da modernização da cidade
Palácio do Comércio, onde funciona hoje a Associação Comercial do Maranhão, surgiu na época da modernização da cidade (palácio do comércio)

Compreender e contextualizar os planos urbanos e as linguagens arquitetônicas na cidade de São Luís no século XX são os principais objetivos da pesquisa "Arquitetura e urbanismo em São Luís no século XX”, desenvolvida por professores da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), sob a coordenação da arquiteta Grete Soares Pflueger, doutora em urbanismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O projeto avalia planos urbanos de Otacílio Ribeiro Saboia (1936), e Ruy Mesquita (1950), e linguagens arquitetônicas art déco, moderna e brutalista (1935-70).

Segundo a pesquisadora, a necessidade de analisar a arquitetura de São Luis surgiu do conjunto da arquitetura colonial luso-brasileira dos séculos XVIII-XIX, reconhecida e inscrita pela Unesco como patrimônio mundial, que incentivou a pesquisa e catalogação para a proteção deste acervo pelos órgãos federais, estaduais e municipais. “Para compreender melhor a arquitetura analisamos os planos urbanos como instrumentos das transformações urbanas e arquitetônicas em São Luís. Eles materializaram o ímpeto de crescimento com as intervenções e renovações urbanas no Centro, e posteriormente com a construção das pontes e novas avenidas para a expansão da cidade”, explica Grete Soares Pflueger.

A pesquisa ressalta a importância destes planos urbanos elaborados pelo urbanista José Otacílio Saboia Ribeiro em 1936, e pelo engenheiro Ruy Mesquita em 1958, pesquisados nesta etapa. Novas etapas da pesquisa vão contemplar o plano do prefeito Haroldo Tavares elaborado pelo arquiteto Wit Olaf Prochinik em 1977, e os relatórios da Unesco elaborados pelo consultor português Viana de Lima em 1973, e pelo francês Michel Parent em 1960. Essas são importantes reflexões sobre a cidade. Os documentos compõem os primórdios do urbanismo maranhense, importante fonte de estudo e pesquisa para compreender os desafios da cidade contemporânea.

Segundo Grete Soares Pflueger, as grandes mudanças decorrentes dos planos foram feitas com demolições de casarios antigos para renovação urbana promovida entre os anos 1930-50, na “Era Vargas”, na gestão de Paulo Ramos, que marcaram definitivamente a renovação da linguagem arquitetônica da cidade. “O alargamento da Rua do Egito, a construção da Av. Magalhães de Almeida e da Av. Getúlio Vargas transformaram o eixo de crescimento da cidade renovando a linguagem com construção de bangalôs, do cinema Roxy, Correios [em 1933], Palácio do Comércio [Hotel Central de 1943], Edifício Sulacap, prédio do INSS, sede do DNER [em 1950], dos edifícios projetados para instituições BEM [Banco do Estado do Maranhão, em 1963], além das residências modernistas de Cleon Furtado [1968-75], na Av. Beira Mar e Apicum e exemplares da arquitetura brutalista construídos posteriormente, como o prédio da Receita Federal e o Estádio Castelão [em 1980]”, detalha a coordenadora da pesquisa, que tem financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA).

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