Livro

Direito e cultura pop em reflexões

Livro “Leve-me ao seu líder! Articulações entre Direito e Cultura Pop”, que traz ensaios de Agostinho Ramalho Marques Neto, Bruno de Carvalho Montejunas, Bruno Tomé Fonseca, Érico Renato Serra Cordeiro e James Magno Araújo Farias, será lançado hoje, às 10

Atualizada em 11/10/2022 às 12h42
Obra reúne ensaios de nomes como Bruno Tomé, James Magno e Érico Renato
Obra reúne ensaios de nomes como Bruno Tomé, James Magno e Érico Renato

Mostrar a interligação entre Direito e Cultura Pop de maneira inteligente, reveladora e criativa, é o que propõe o livro intitulado “Leve-me ao seu líder! Articulações entre Direito e Cultura Pop”, que traz ensaios de Agostinho Ramalho Marques Neto, Bruno de Carvalho Montejunas, Bruno Tomé Fonseca, Érico Renato Serra Cordeiro e James Magno Araújo Farias. A obra, a ser lançada hoje, às 10h, no Auditório Ary Rocha, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), no bairro Areinha, apresenta uma proposta nova dentro da literatura jurídica. Depois do lançamento no TRE, haverá ainda “Noite de Autógrafos”, às 20h, no Chico Discos (Rua dos Afogados).

Os cinco autores tentam olhar o Direito a partir de uma perspectiva diferente e menos formal. O livro traz temas contemporâneos, como violência urbana, monopólio do uso da força pelo Estado, espetacularização da atividade jurisdicional, distopia, realidade virtual, ética e autoritarismo, entre outros. Com 160 páginas, começa com o ensaio do juiz do Trabalho e professor da Escola Judicial do TRT da 16ª Região, Bruno Montejunas. Ele aborda as narrativas digitais do século XXI. Para o autor, na era atual “construímos narrativas para que os outros nos conheçam e/ou nos idealizem”.

James Magno Farias, por sua vez, traz o ensaio intitulado “Distopia, Ficção e Cinema: Sobre Direito e Não-Direito”. “Quando a sociedade é vista como autoritária, autocrática, que persegue minorias, no fundo o que está sendo discutido é o Direito. Eu trabalho, por exemplo, com o filme ‘A Onda’, com o episódio ‘Start Trek’, com o famoso personagem dos quadrinhos ‘Juiz Dredd’, para mostrar que o Direito é muito decalcado em uma figura opressiva. Minha preocupação é trabalhar com conceitos de Democracia, Estado de Direito, Autoritarismo, Totalitarismo, fazendo um link com algumas obras de ficção”, explica James Magno, que é desembargador federal do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região/MA e professor adjunto do Departamento de Direito da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

James Magno acrescenta que a preocupação do Direito em uma democracia é garantir a liberdade, a individualidade, o respeito à liberdade religiosa, à liberdade política e a cultura pop tem muita expressão nesse sentido, de mostrar que temos de ter sociedades opressivas que sejam, na verdade, estados de Não-Direito. “O futuro da Humanidade, em várias dessas previsões ficcionais, pertence a governos tirânicos, que exigem da população uma conduta social rígida, mediante da imposição de severas regras de conduta. Essa visão é dada pelo ângulo de um mundo cultural, no qual a sociedade imaginária aparece suja ou asséptica; ou um lugar onde a cibernética domina o homem e o homem virou seu escravo, como em Matrix ou o Exterminador do Futuro”, escreve, na página 40.

O procurador e professor Bruno Tomé Fonseca apresenta o ensaio “Suspensão da Descrença: Possibilidades entre o Cinema e o Direito”. Nele, aborda a importância da dimensão artística no campo do Direito, literatura versus cinema, os desafios trazidos pela opinião pública, entre outros pormenores. “O cinema deve se prestar a algo que exercite uma proximidade com os problemas jurídicos reais que são postos, de forma educativa, elucidativa, explicativa e reflexiva. A TV Justiça, em canais pagos, cumpre um papel interessante nesse particular, mas por ora, ainda é voltado a um público bastante restrito, já iniciado de uma certa forma com a cultura jurídica”, destaca ele, na página 141.

Segundo o juiz do Trabalho do Tribunal regional do Trabalho da 16ª Região/MA Érico Renato Cordeiro, o projeto nasceu de conversas, preocupações comuns entre os autores, que têm muitas afinidades políticas, ideológicas e estéticas. “Buscamos expressar nossas inquietações sobre a sociedade atual e cada um pegou um tema dentro da cultura pop. Eu, por exemplo, escolhi um tema que é bastante candente e à medida que fui escrevendo, comecei a enveredar por outras maneiras de pensar”, explicou o autor.

O ensaio de Érico Renato é intitulado “Estado, poder e sociedade: um passeio pelos tribunais e subterrâneos de Gotham City”, com abordagem no personagem Batman, com um apanhado de como ele é visto dentro do mundo dos quadrinhos e também fora dele, com contribuições de vários autores. O Batman, para Érico Cordeiro, é um vigilante urbano que usa a violência para combater a violência.

Serviço

O quê

Lançamento do livro “Leve-me ao seu líder! Articulações entre Direito e Cultura Pop”

Quando

Hoje, às 10h

Onde

Auditório Ary Rocha, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), no bairro Areinha

Preço do livro: R$ 50,00 (à venda no lançamento e no site www.ltreditora.com.br)

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