Conjuntura

Perspectivas para a economia são de desafios no Maranhão

Economista Eduardo Campos diz que superação das dificuldades depende da implementação de uma estrutura econômica adequada e que crie as condições favoráveis para o investimento e oportunização de novos negócios

Atualizada em 11/10/2022 às 12h42
Eduardo Campos diz que, com juros mais baixos, haverá mais consumo e investimentos por parte das empresas
Eduardo Campos diz que, com juros mais baixos, haverá mais consumo e investimentos por parte das empresas (Economia)

Ao fazer uma projeção para a economia maranhense neste novo ano, o economista Eduardo Campos avalia que o cenário ainda será de grandes desafios e que, para superá-los, há que se possuir uma estrutura econômica adequada que crie as condições favoráveis para o investimento e oportunização de novos negócios.

Essas condições devem visar à melhora dos indicadores do nível das atividades econômicas do comércio, serviços, indústria de transformação e construção civil e agropecuária. Entretanto, segundo ele, algumas considerações prévias devem ser feitas com relação ao suporte instrumental, que abrange inflação, juros e crédito, e mercado de trabalho, que são necessários para melhorar o desempenho dos setores citados.

A inflação medida pelo indicador IPCA para este ano deve estar mais próxima do centro da meta, atingindo 4,9% segundo projeções do Boletim Focus e estar dentro da meta objetivada pelo Copom que tem o teto de 6,5% e cujo centro da meta é de 4,5%. Isto porque a queda do dólar até outubro e a fragilidade do consumo em função do alto desemprego fizeram a inflação cair ao longo de 2016, devendo fechar em 6,49%.

De acordo com Eduardo Campos, a queda da inflação permitiu que o Banco Central iniciasse um processo de redução da taxa de juros que, não havendo uma crise externa ou a reversão do avanço das reformas no congresso, deve continuar este ano. A redução da taxa de juros, por sua vez, permitirá a retomada do crédito. “Com juros mais baixos e mais crédito, teremos mais consumo, mais investimentos por parte das empresas e, finalmente, mais empregos e mais crescimento econômico”.

Em relação ao nível de emprego na economia maranhense, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), houve um saldo de demissões líquidas (descontadas as contratações) de 14.139 no estado de janeiro a outubro de 2016.

“Ao fazer uma análise sobre o mercado de trabalho formal no estado, constatamos que é uma variável que se recupera de forma lenta e se dá somente após a retomada de outras variáveis como investimento e consumo. A precarização do mercado de trabalho no estado apresenta 66% dos ocupados regidos por relações informais, conforme a PNADc do IBGE”, ressaltou.

Saiba mais

Análises e projeções acerca das atividades econômicas no Maranhão este ano

Comércio - A recessão econômica impacta diretamente sobre as condições socioeconômicas da população maranhense, via corrosão do poder de compra do salário, inflação e enfraquecimento do mercado de trabalho, que induz ao aumento da inadimplência, cujos efeitos são sentidos no comércio varejista.

A tendência de melhora nas expectativas do empresário do comércio para 2017 é positiva, porém, é necessário que esta maior confiança se traduza em vendas. A venda depende de preço, emprego e renda e o fator decisivo para a virada é a retomada do mercado de trabalho.

Serviços - O setor de serviços ao longo de 2017 deverá ter lenta recuperação, por estar fortemente dependente das políticas de estímulo ao mercado de trabalho, que vêm enfrentando forte deterioração em sua base, acrescentada à redução de renda e consequente capacidade orçamentária das famílias.

Indústria de transformação - O valor das exportações estaduais na indústria de transformação da economia maranhense no acumulado de agosto de 2015 até agosto de 2016 apresentou redução de 29,1% como reflexo da desvalorização nos termos de troca. O principal determinante é a forte dependência do estado em relação à exportação de commodities, com pequeno ou nenhum valor agregado, mais vulnerável aos ciclos do mercado internacional que apresentaram desvalorizações generalizadas ao longo de 2015.

Para 2017, as expectativas positivas para a indústria de transformação maranhense estão ancoradas na possibilidade de acelerar os acordos de comércio e redução dos custos e prazos para a exportação com os principais compradores da pauta maranhense de exportação.

Imóvel de comunista - A grande concentração da composição industrial maranhense na construção civil aumenta a exposição da economia do estado, diante de crises cíclicas e cenários de inflação crescente. Pois sucessivos aumentos na taxa Selic por parte do Banco Central com o intuito de frear o processo inflacionário, encarece o financiamento de obras, alavancando o desemprego no setor, reduzindo o nível de massa salarial e consumo agregado.

Para 2017, a expectativa quanto à redução de juros, e melhora nas condições de financiamento, deverá trazer estímulo ao desempenho deste setor, mas apenas a médio prazo, dado a existência do hiato de tempo entre a redução de juros e seus efeitos na economia real, ou seja, pelo lado da demanda.

Agropecuária - O estado do Maranhão, ao longo dos últimos anos, com a exceção de 2013 vem apresentando uma relação de 100% entre área colhida e área plantada, no que se refere ao cultivo de diversas culturas, com destaque para a mandioca.

Para 2017, a agropecuária maranhense terá como objetivo a ampliação de seu portfólio de produtos com o intuito de aumentar seu poder de atração de novos clientes, buscando sua inserção em novos mercados e aqueles pouco explorados, e para isso, deverá aproveitar as vantagens comparativas de localização do estado, porto para escoamento da produção e custo reduzido no processo de deslocamento/distribuição da produção.

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