Frio extremo

A vida abaixo de 0ºC: a experiência de uma maranhense

Lia Raquel Nunes-Waden trocou o calor de São Luís pelo frio de Helsinque, na Finlândia, onde já enfrentou temperatura de até 30 graus abaixo de zero

Jock Dean / O Estado do Maranhão

Atualizada em 11/10/2022 às 12h42
Lia Raquel posa, com a filha, em área coberta pela neve
Lia Raquel posa, com a filha, em área coberta pela neve

Lia Raquel Nunes-Waden é uma maranhense, nascida em São Luís, que há 14 anos decidiu trocar o calor da Terra das Palmeiras pelo frio europeu, mais especificamente o da Finlândia, país nórdico onde as temperaturas podem chegar aos 30 graus negativos. Uma mudança drástica no clima, mas fundamental para sua vida, já que é lá que ela mora com o atual esposo com quem tem uma filha e vive momentos de felicidade em família enquanto tenta driblar o frio extremo.

Como muitos brasileiros, Lia Raquel quis tentar a vida no exterior e quase 20 anos atrás decidiu que era a hora de arriscar. Deixou São Luís e foi para a Espanha, onde passou cinco anos. Como ainda não tinha encontrado o que procurava, foi para a fria Finlândia. Embora a Europa, por ficar no hemisfério sul, seja de temperaturas mais frias que a maior parte do Nordeste do Brasil, incluindo São Luís, o clima finlandês é bem mais difícil de suportar que o espanhol, sobretudo para quem estava acostumado ao calor dos trópicos.

Em Madri, as temperaturas não costumam ser abaixo de 0ºC já em Helsinque, capital finlandesa, onde Lia Raquel reside há 14 anos, pode fazer até 30 graus abaixo de zero, temperatura que ela já enfrentou e que precisou dar o velho jeitinho brasileiro para consegui lidar.

Lia Raquel Nunes-Waden se protege do frio com muita roupa
Lia Raquel Nunes-Waden se protege do frio com muita roupa



“No princípio, foi um choque. Eu usava duas calças e tudo mais que se pode imaginar para amenizar o frio”, lembra. No dia em que conversou com O Estado, Lia Raquel enfrentou uma temperatura de -14ºC. E a única semelhança entre Helsinque e a terra natal de Lia Raquel é que assim como São Luís a capital finlandesa também é uma ilha.

Apesar dos 14 anos em Helsinque, Lia Raquel ainda não está totalmente adaptada às temperaturas finlandesas. “Eu procuro não passar muito tempo na rua, quase sempre vou de carro a todos os lugares, tomo muita bebida quente como chá, café, chocolate quente e um vinho. De vez em quando rola até uma vodka para dar uma esquentada no corpo”, conta.

Entre as coisas boas estão poder esquiar, ficar mais junto da família, e a pele também fica mais bonita”Lia Raquel Nunes-Waden


Sai de casa só para ir ao trabalho – Lia Raquel é vendedora em uma loja de cosméticos em um shopping center de Helsinque – ou para deixar a filha na escola, mas de trenó. “Aqui nós fazemos muito isso. É mais prático e mais divertido também. As crianças adoram”, informa.


Choque cultural
Mas o frio não foi a única dificuldade enfrentada por Lia Raquel na Finlândia. Como todo brasileiro que viaja ou mora no exterior, o choque cultural é sempre uma surpresa. “Nós, brasileiros, somos muito abertos e aqui as pessoas são totalmente introvertidas. Tive que me acostumar a ficar mais calada e isso para mim foi um verdadeiro martírio”, explica em meio a risos durante o bate-papo que teve com O Estado pelas redes sociais.

Mas o frio tem suas vantagens, ela garante. Como a vista das nevascas da sacada do seu apartamento onde ela se debruça completamente agasalhada para ver as ruas e os veículos cobertos pela neve entre outras vantagens que ela mesma fala. “Entre as coisas boas estão poder esquiar, ficar mais junto da família, e a pele também fica mais bonita”, diz.

Falando em família, foi na Finlândia que Lia Raquel construiu a sua e o início disto é como naquelas histórias que parecem acontecer apenas em filmes. Lia Raquel conheceu seu marido em um ônibus durante uma visita à Bélgica. “Estamos juntos há 15 anos, dos quais 11 estamos casados no papel e temos uma filha de oito anos”, conta.

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