Sem atendimento

Mesmo com liminar da Justiça, paciente não consegue cirurgia

Valdenice Amorim teve rompimento de aneurisma desde novembro, mas nenhum hospital público da capital realiza o procedimento ou tem leito disponível para receber a paciente, que está no Socorrão I

Atualizada em 11/10/2022 às 12h42
Parentes de Valdenice Amorim mostram as decisões obtidas na Justiça
Parentes de Valdenice Amorim mostram as decisões obtidas na Justiça (Parentes)

Desde 26 de dezembro Valdenice Oliveira Amorim luta pela sua vida. Nesse dia, a mulher, de 45 anos, teve o rompimento de um aneurisma cerebral e deu entrada às pressas no Hospital Djalma Marques, o Socorrão 1. Com um vaso rompido, ela foi direto para a UTI e precisou passar por vários exames para avaliar a gravidade de seu estado. Hoje, depende de uma cirurgia para sobreviver, mas os hospitais públicos da cidade não têm condições de realizar o procedimento.

A complicação toda começou no Socorrão I, que não tinha os equipamentos necessários para realizar os exames preliminares. Então, ela teria que ir para o Hospital Universitário Presidente Dutra, cuja máquina está quebrada. Sem condições de realizar o procedimento em um hospital público, a família, segundo Michele Amorim, sobrinha de Valdenice Amorim, precisou fazer uma coleta para pagar o exame em um hospital particular.

Com os exames em mãos, ficou comprovada a gravidade do caso e a necessidade de realizar a cirurgia. Só que o Socorrão não realiza este tipo de intervenção; o Hospital Dutra, federal e referência no Maranhão nesse tipo de situação, não tem leito; o municipal Hospital da Mulher, que também poderia fazer a cirurgia, não tem material e o Carlos Macieira, da rede estadual, também alega não ter leitos disponíveis.

“Minha tia é jovem, só tem 45 anos e está morrendo. Já estouraram três vasos, ela perdeu o movimento do lado direito e no Socorrão I, onde ela está, não se tem muito o que fazer”, afirmou Michele Amorim.

Justiça
A família resolveu, então, procurar a Justiça para conseguir a cirurgia e garantiu duas liminares, uma estadual e outra federal, obrigando o poder público a realizar o procedimento. Mas, até o momento, nenhum órgão público, em nenhuma das esferas, se pronunciou sobre o caso.

O mais intrigante é que a liminar garante que, em caso de não haver vagas em hospitais públicos, o atendimento será em um hospital particular, com todo o custeio pago pelo governo.
De acordo com Michele Amorim, há vaga em um hospital particular da cidade para atender ao caso de sua tia. “O procedimento custa R$ 200 mil, mas nós não temos esse dinheiro. Então, estamos procurando uma forma de garantir que ela continue viva”, finalizou.

A Prefeitura e o Estado foram procurados, mas não responderam até o fechamento desta edição.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.