Barbárie

Manaus enfrenta 3ª rebelião em 24 horas; 60 presos morreram

Até o fim da tarde de ontem, ainda não havia informação sobre fugas ou feridos na rebelião do CDPM, que fica próximo à Compaj, onde ocorreu massacre na briga entre duas facções criminosas

G1.com

Atualizada em 11/10/2022 às 12h42
Presos do Compaj que sobraram da rebelião foram levados para o pátio
Presos do Compaj que sobraram da rebelião foram levados para o pátio (Manaus enfrenta 3ª rebelião em 24 horas: 60 presos morreram )

A rebelião no Centro de Detenção Provisória de Manaus (CDPM), ontem, ocorreu poucas horas após o fim do motim no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), que durou mais de 17 horas e resultou em pelo menos 60 mortes – segundo o secretário estadual de Segurança, Sérgio Fontes, o "maior massacre do sistema prisional do Amazonas".

Tanto o Compaj quanto o CDPM estão localizados na BR-174, que liga Manaus a Boa Vista (RR). No domingo (1º), a Seap registrou rebelião e fuga de 87 presos no Ipat. De acordo com o governo, a ocorrência teve relação com a rebelião no Compaj.

Na rebelião ocorrida no Compaj, foram mortos presos ligados à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e condenados por estupro. Segundo o secretário, a facção rival Família do Norte (FDN) comandou a rebelião, que "não havia sido planejada previamente". "Esse foi mais um capítulo da guerra silenciosa e impiedosa do narcotráfico", afirmou.

Segundo o secretário de Segurança Pública, o Estado, sozinho, não tinha condições de controlar uma situação como essa. Fontes também confirmou que a chacina resultou da rivalidade entre duas organizações criminosas que disputam o controle de atividades ilícitas na região amazônica: a Família do Norte (FDN) e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Aliada ao Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro, a FDN domina o tráfico de drogas e o interior das unidades prisionais do Amazonas.

Morte
Desde o segundo semestre de 2015, líderes da facção criminosa amazonense vêm sendo apontados como os principais suspeitos pela morte de integrantes do PCC, grupo que surgiu em São Paulo, mas já está presente em quase todas as unidades da federação.

A rebelião começou no início da tarde de domingo. Agentes penitenciários da empresa terceirizada Umanizzare e 74 presos foram feitos reféns. As autoridades estaduais ainda não sabem ao certo quantos presos conseguiram fugir do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus. Poucas horas antes do início da rebelião no Compaj, dezenas de detentos tinham conseguido escapar do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat).

Em nota, o Ministério da Justiça informou que o ministro Alexandre de Moraes esteve em contato com o governador do Amazonas, José Melo de Oliveira, durante todo o tempo. Ainda segundo o ministério, o governo estadual deve utilizar parte dos R$ 44,7 milhões do Fundo Penitenciário do Amazonas recebeu do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) na última quinta-feira, para reparar os estragos na unidade. l

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