Dados do Banco Central

Maranhão deve mais de R$ 1 bilhão ao Tesouro Nacional, aponta levantamento

Em um valor total de R$ 1.484.437.910,09, o Maranhão acumula com o Tesouro Nacional uma conta considerada alta

OESTADOMA.COM / com informações da Agência Brasil

Atualizada em 11/10/2022 às 12h42
Os outros estados da federação também acumulam altas dívidas com a União, que hoje chegam quase a R$ 470 bilhões.
Os outros estados da federação também acumulam altas dívidas com a União, que hoje chegam quase a R$ 470 bilhões. (dinheiro)

SÃO LUÍS – O Maranhão tem uma dívida que ultrapassa R$ 1 bilhão com o Tesouro Nacional, é o que revela um levantamento feito com base nos dados disponibilizados pelo Banco Central. A pesquisa mostra ainda que o endividamento dos estados com a União soma hoje quase R$ 470 bilhões.

Em um valor total de R$ 1.484.437.910,09, o Maranhão acumula com o Tesouro Nacional uma conta considerada alta. Só a dívida do estado junto à administração direta já bate a casa dos bilhões, mais precisamente R$ 1.424.071.181,83.

Os outros estados da federação também acumulam altas dívidas com a União, que hoje chegam quase a R$ 470 bilhões. As dívidas junto à administração direta são de quase R$ 464 bilhões e o restante se refere a débitos em aberto junto a autarquias que dependem financeiramente da União, o que exclui os bancos públicos desta conta.

Atualmente, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro são os principais devedores do Tesouro Nacional. Juntos, eles somam mais da metade do endividamento dos estados, com dívidas que somam R$ 350 bilhões. Já Tocantins, Rio Grande do Norte e Amapá são os estados menos endividados.

Entenda o caso

Na última quarta-feira (28), o presidente da República, Michel Temer, sancionou o Projeto de Lei para a renegociação das dívidas dos estados com a União mas vetou artigos, em consequência das mudanças no projeto original, em que os deputados retiraram a parte que trataria de um Regime de Recuperação Fiscal para os estados em pior situação. Dentre os vetos estava a exclusão da contrapartida dos estados, que inicialmente foi proposta como uma condição para a renegociação.

No entanto, foi mantida a renegociação das dívidas por até vinte anos e a suspensão dos pagamentos de financiamentos administrados pelo Tesouro Nacional por até 36 meses. Assim, para os estados aderirem ao plano, terão que apresentar um pacote de medidas austeras ao Planalto e ao Ministério da Fazenda com o objetivo de reequilibrar suas contas.

Consequências

Para o professor de economia da Universidade de Brasília (UnB) José Carlos de Oliveira, é preciso estar atento para três dimensões de efeitos que a nova lei pode causar. A primeira seria positiva, pois a renegociação das dívidas resolveria o caos instalado em todo o setor público. “Estados e municípios vivem uma ruptura social terrível. Essa lei dá ao país uma solução para um problema conjuntural fruto da irresponsabilidade dos governadores de estados e municípios”.

Por outro lado, o economista chama atenção para dois outros pontos importantes. Para ele, mudar as regras constantemente fortalece uma tradição de irresponsabilidade fiscal e administrativa. “É um desaguar de problemas de estados e municípios na União, talvez estimulados pelo governo federal para que com isso ganhe poder político”.

Para Oliveira, ao deixar de regulamentar o Regime de Recuperação Fiscal, cria-se uma fragilidade institucional. Ainda que se proponha um novo projeto de lei, “a tramitação no Congresso vai depender de negociação, e você não sabe que "Frankenstein" vai sair daí. Enquanto isso não acontece, tudo será decidido caso a caso e casuísmo não define instituição”, diz.

O Tesouro Nacional ainda não se posicionou sobre o assunto.

Veja, na íntegra, a tabela de dívidas dos estados com o Tesouro Nacional:

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.