Taxa mantida

Banco do Brasil não vai liderar redução de juros, garante presidente

Paulo Caffarelli afirma que a política do “bom para todos”, que em 2012 usou bancos públicos para reduzir taxa de juros dos empréstimos, foi ineficiente

Atualizada em 11/10/2022 às 12h42
Presidente do BB, Paulo Caffarelli afirmou que não há pressão do governo para que o banco reduza a taxa de juros
Presidente do BB, Paulo Caffarelli afirmou que não há pressão do governo para que o banco reduza a taxa de juros (paulo caffarelli)

Rio - O Banco do Brasil não vai liderar a redução da taxa de juros bancária e de cartão de crédito, afirmou o presidente da instituição, Paulo Caffarelli. Segundo ele, a política do “bom para todos”, que em 2012 usou bancos públicos para reduzir taxa de juros dos empréstimos, foi ineficiente.

“Já me perguntaram: 'O Banco do Brasil e a Caixa vão liderar a redução da taxa de juros?' Já se provou que isso não é o correto”, afirmou Caffarelli. Segundo o executivo, no passado Caixa e Banco do Brasil, bancos públicos controlados pelo governo federal, reduziram a taxa de juros e não foram seguidos pelos outros bancos, o que prejudicou suas rentabilidades.

Na semana passada o presidente Michel Temer anunciou que o governo vai limitar o prazo para o pagamento do rotativo, quando é feito o pagamento do valor mínimo da fatura do cartão de crédito, para até 30 dias. Depois desse prazo, haverá o parcelamento automático. A previsão do governo é que a medida leve à redução, pela metade, dos juros dos cartões nos primeiros meses do ano que vem.

Em conversa com jornalistas, Caffarelli afirmou que não há pressão do governo para que o Banco do Brasil reduza a taxa de juros e que isso acontecerá de forma natural.

“Existe uma disposição do mercado de reduzir a taxa de juros e isso vai acontecer naturalmente”, disse.

Em 2012 o Banco do Brasil e a Caixa fizeram uma política agressiva de redução de juros. No Banco do Brasil, por exemplo, os juros para compra de veículos, que variavam de 1,24% a 3,75% ao mês, caíram, na época, para 0,99% e 2,65%. O crediário para compra de bens de consumo desceu da faixa de 2,26% a 4% para 1,6% a 1,98%.

Rentabilidade
De acordo com Caffarelli, o banco está trabalhando para aumentar a rentabilidade das suas operações e elevar o spread, que a diferença entre os juros cobrados e o custo de captação de recursos. O executivo afirmou que hoje a rentabilidade do Banco do Brasil é cerca de 60% da rentabilidade dos concorrentes. No terceiro trimestre de 2016, o spread do banco foi de 16,5%.

O executivo negou que isso signifique que o banco reduzirá seus juros em ritmo menor que o da taxa básica de juros (Selic), pelo Banco Central. Segundo o vice-presidente de Finanças do Banco do Brasil, José Maurício, há uma série de ações que estão sendo feitas para aumentara o spread. “O banco já vem fazendo um trabalho na ponta para reduzir o custo de captação”, afirmou.

Parte da rentabilidade do banco também é afetada pelas baixas taxas das operações feitas em 2012. Outro ponto que o banco pode trabalhar para aumentar o spread, destacou o executivo, é aumentar a carteira de empréstimos para pessoas físicas, que tem taxa de juros mais altas do que a de pessoas jurídicas.

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