Nomeações

Flávio Dino incha a folha do Estado e deve usar imposto para pagar salário

Membros do PCdoB e de outras legendas derrotadas nas eleições de outubro foram nomeados, em massa, na mesma semana em que Assembleia aprovou reajuste do ICMS

Marco Aurélio D''Eça - Editor de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h42
Flávio Dino contemplou Jardel com cargo na pasta de Jerry
Flávio Dino contemplou Jardel com cargo na pasta de Jerry

Após submeter a população maranhense a um reajuste de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), da ordem média de 50%, atingindo energia, combustíveis e vários tipos de serviços e produtos – que segundo a bancada de oposição na Assembleia Legislativa vai servir apenas para bancar o inchaço da folha do governo, abarrotada de membros do PCdoB – o governador Flávio Dino continuou a nomear aliados, descontroladamente, para cargos no governo.

Só na última semana quatro derrotados nas urnas de outubro – três deles do próprio PCdoB de Flávio Dino – foram nomeados auxiliares do bi-secretário Márcio Jerry, lugar-tenente do governador e presidente estadual comunista, que acumula as pastas da Articulação Política e da Comunicação.

Diário Oficial com as nomeações de comunistas
Diário Oficial com as nomeações de comunistas

Não há na previsão orçamentária do governo maranhense para 2017 nenhum indicativo do que será usado com os quase R$ 900 milhões que serão arrecadados com aumento de impostos. Apenas com ICMS a previsão é de aumento de R$ 250 milhões na arrecadação.

No total, entre recursos de impostos, empréstimos e dinheiro da repatriação do Governo Federal, Flávio Dino entra 2017 com um caixa extra da ordem de R$ 4.540 bilhões. Mas nenhum projeto de investimento foi incluído no orçamento para uso destes recursos.

A falta de explicação para o uso do dinheiro – combinada com declarações dos próprios governistas na Assembleia legislativa – levaram a bancada de oposição a deduzir que o dinheiro do aumento do imposto servirá apenas para Flávio Dino bancar a sua máquina administrativa, repleta de comunistas.

Na proposta de orçamento que ele [Flávio Dino] enviou em setembro, não consta qualquer citação a esse projeto. Ou seja, falta de planejamento, tudo enviado às coxas”Andrea Murad, deputada estadual

A deputada Andrea Murad, por exemplo, não tem dúvidas de que o dinheiro será usado para despesas do governo e não para investimentos no Maranhão.

“Ainda não ouvi ninguém falar os motivos pelos quais o Flávio Dino está trazendo esse aumento, que é exclusivamente para bancar despesas de custeio, entre elas pagamento de folha. Ou seja, investimento zero e a população é que vai está pagando a conta no final. Isso é um ato desprezível com os maranhenses, trazer a esta Casa essa vergonha. Um projeto que vai afetar diretamente a população, os mais carentes, é lamentável e inadmissível por parte de quem deveria era cuidar das pessoas”, questionou a deputada, durante a votação do projeto de aumento do ICMS.

O líder da bancada governista na Casa, deputado Rogério Cafeteira (PSB0, deu outra versão para o uso do dinheiro, igualmente estranha.

“De 2015 a 2016, apenas do BNDES, pagamos aproximadamente R$ 400 milhões do empréstimo.Para que a gente continue com um bom crédito, nós temos que ser bons pagadores. O remédio não é gostoso, mas mesmo amargo precisa ser aplicado. Tenho certeza que é melhor do que adoecer e depois ir para uma UTI”, argumentou.

Cafeteira referia-se aos R$ 2 bilhões do BNDES, conseguidos pelo Maranhão ainda no governo anterior, e que Flávio Dino não usou nem a metade. Mesmo assim, o governador já captou outros R$ 1 bilhão em mais três empréstimos este ano. Mesmo assim, nenhum investimento de vulto foi feito desde o início comunista.

Dinheiro em caixa

Empréstimo do BNDES: 2 bilhões

Outros três empréstimos conseguidos por Flávio Dino: R$ 1 bilhão

Dinheiro da repatriação: R$ 360 milhões

Dinheiro da multa de Repatriação: R$ 280 milhões

Dinheiro previsto com aumento de imposto: R$ 900 milhões

Total previsto nos cofres do governo em 2017: R$ 4,54 bilhões

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