Pagamento

BNDES deve adiantar reembolsos, diz Safra

O economista-chefe do banco Safra, Carlos Kawall, defende que o governo defina um cronograma de pagamento antecipado da dívida do BNDES

ESTADÃO CONTEÚDO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h42
Kawall, que foi titular da Secretaria do Tesouro e também integrou a diretoria do BNDES, argumenta que o crédito dado ao banco de fomento ao longo dos últimos anos tira força da política monetária do Banco Central (BC) para o controle da inflação.
Kawall, que foi titular da Secretaria do Tesouro e também integrou a diretoria do BNDES, argumenta que o crédito dado ao banco de fomento ao longo dos últimos anos tira força da política monetária do Banco Central (BC) para o controle da inflação. (dívida)

BRASÍLIA - O economista-chefe do banco Safra, Carlos Kawall, defende que o governo defina um cronograma de pagamento antecipado da dívida do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Tesouro Nacional para ajudar a reduzir o estoque da dívida bruta brasileira, além de contribuir para a queda das taxas de juros.

Kawall, que foi titular da Secretaria do Tesouro e também integrou a diretoria do BNDES, argumenta que o crédito dado ao banco de fomento ao longo dos últimos anos tira força da política monetária do Banco Central (BC) para o controle da inflação.

Ontem, o BNDES antecipou o pagamento de R$ 100 bilhões ao Tesouro Nacional, 18,7% do estoque da dívida de R$ 532 bilhões. Estudo do banco Safra indica que o escalonamento, pelos próximos dez anos, do pagamento integral da dívida poderia permitir uma queda mais acelerada da dívida bruta com a redução do nível de crédito subsidiado da economia.

Kawall calcula que poderiam ser devolvidos cerca de R$ 70 bilhões dos empréstimos (juros e principal) anualmente, até zerar o estoque, em uma década. Simulação feita pelo economista mostra que a diferença no estoque da dívida ao final seria de dez pontos porcentuais.

Nos cenários traçados, sem o pagamento antecipado, em 2030 a dívida do banco com o Tesouro beiraria 76% do PIB - com a devolução dos empréstimos, cairia para 66%. Nesse último cenário, a dívida bruta deverá se estabilizar em 2022, atingindo níveis abaixo dos atuais só no fim da próxima década.

A redução, diz Kawall, teria efeito importante na redução do prêmio de risco do País. "Tem que dar um sinal para o mercado de que existe um ponto de virada. Isso afeta o risco e os juros", afirma.

O governo anunciou, inicialmente, a devolução este ano de R$ 100 bilhões dos empréstimos em três parcelas. Em novembro, o Tesouro informou que o ressarcimento seria feito em parcela única.

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