Ameaça

UPAs funcionam, apesar da ameaça de greve

Sindicato promete dar ultimato ao Governo do Estado sobre a situação de servidores das Unidades de Pronto Atendimento da Região Metropolitana; greve poderá ocorrer no Natal e Ano Novo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h42
Unidade de Pronto Atendimento do Vinhais funcionou normalmente ontem, embora os funcionários reclamem de descaso do governo
Unidade de Pronto Atendimento do Vinhais funcionou normalmente ontem, embora os funcionários reclamem de descaso do governo (Unidade de Pronto Atendimento do Vinhais funcionou normalmente ontem, embora os funcionários reclamem de descaso do governo)

Um dia antes do ultimato dado pelo Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem e Trabalhadores de Saúde do Maranhão (SindSaúde) ao Governo do Maranhão para apresentar uma solução aos funcionários das Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Região Metropolitana, o trabalho continuava normalmente ontem. Pacientes não deixavam de chegar e funcionários não deixavam de atender.

“Eu só queria saber quando vamos receber nossos direitos. Pois até o reajuste salarial caiu no esquecimento”, afirmou um funcionário, que pediu para não ser identificado. Sem o recebimento do 13º salário, trabalhadores das UPAs ameaçam paralisar suas atividades no Natal e Ano Novo. Segundo o SindSaúde, são mais de seis mil trabalhadores que poderão se ausentar de suas funções por conta da falta de pagamentos.

Para hoje, está marcada uma reunião, no Ministério Público do Trabalho entre representantes do Sindsaúde e da Secretaria de Estado de Saúde (SES) para tentar dar um fim ao impasse. Outra reunião havia sido marcada para segunda-feira, 19, mas a SES não compareceu. Caso não se chegue a um consenso, a previsão é de que os funcionários cruzem os braços.

De acordo com levantamento feito por O Estado, com base em dados dos SindSaúde e da Secretaria Estadual de Saúde apontam que, caso a suspensão das atividades seja confirmada, mais de 100 mil atendimentos nas áreas de clínica médica, pediatria, serviço social e odontologia poderão deixar de ser feitos na cidade.

Problema

A situação dos funcionários da UPA na Região Metropolitana de São Luís tem se complicado desde novembro do ano passado quando a atual gestão do Governo do Estado encerrou os contratos com a organização ICN (Instituto de Cidadania e Natureza) – responsável pelo fornecimento de mão-de-obra para as unidades de saúde. Segundo a presidente do SindSaúde, Dulce Mary dos Santos, depois disso, os trabalhadores começaram a ter vínculos por meio de um decreto, sem carteira assinada e nem mesmo garantias de direito. “Nem sei te precisar exatamente que tipo de vínculo é este, se é temporário ou permanente, já que o governo não esclarece a situação”, afirmou Dulce Mary.

Relembre

No fim do ano passado, o atendimento em UPAs da capital maranhense foi parcialmente suspenso. À época, a alegação do Governo foi o término do vínculo com a ICN e a impossibilidade de reaproveitamento de parte do contingente de funcionários ligados ao instituto.

Em outubro deste ano, o Ministério da Saúde (MS) informou que destinou R$ 10,3 milhões para aplicação na saúde do estado. Além das UPAs, de acordo com a pasta federal, deveriam ser beneficiadas as santas casas e entidades filantrópicas.

Além das UPAs do Itaqui-Bacanga e do Vinhais, a cidade possui ainda outras quatro unidades de pronto atendimento. São elas: Araçagi, Vila Luizão, Parque Vitória e Cidade Operária. Até 2013, a UPA da Cidade Operária era a que registrava a maior demanda de pacientes na cidade.

O Estado entrou em contato com a direção da SES para saber sobre a possibilidade de greve dos trabalhadores das UPAs e sobre o saldo de atendimentos nas unidades por mês. Até o fechamento desta edição, a pasta não se manifestou sobre nenhum dos casos.

Números

100 mil atendimentos são feitos, em média, nas UPAs da capital maranhense

R$ 10,3 milhões foram repassados em outubro deste ano pelo Governo Federal à saúde do estado

MAIS

O Estado entrou em contato com a direção da SES para saber sobre a possibilidade de greve dos trabalhadores das UPAs e sobre o saldo de atendimentos nas unidades por mês. Até o fechamento desta edição, a pasta não se manifestou sobre nenhum dos casos.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.