Eleições

FBI concorda com a CIA em relação a interferência russa

Sobre a interferência da Rússia na eleições americanas, jornal The Washington Post ouviu fontes que disseram que diretor da CIA mandou mensagem concordando com FBI; o presidente Obama ordenou investigação sobre ataques cibernéticos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h42
Ataques teriam ajudado a promover vitória de Trump contra Hillary
Ataques teriam ajudado a promover vitória de Trump contra Hillary (Os ataques teriam ajudado a promover vitória de Trump na disputa com Hillary)

Washington - O diretor do FBI, James B. Comey, e o diretor de nacional de inteligência, James Clapper, concordam com a avaliação da CIA de que a Rússia interveio nas eleições americanas de 2016 para ajudar Donald Trump a ganhar a presidência, segundo funcionários que viram uma mensagem do diretor da CIA, John Brennan, vista por funcionários que a comentaram com o jornal "The Washington Post".

A concordância de Comey com a conclusão da CIA sugere que os líderes das três agências estão de acordo sobre a questão da suposta interferência russa na eleição em favor de Trump, contrariamente às sugestões de alguns deputados de que o FBI discordava da CIA.

"No início desta semana, eu me reuni separadamente com James Comey e Jim Clapper, e há um forte consenso entre nós sobre o escopo, natureza e intenção da interferência russa em nossas eleições presidenciais", disse o diretor da CIA, John Brennan, numa mensagem mandada a funcionários de sua agência, de acordo com funcionários que viram o texto.

Investigação
Na última semana, o presidente Barack Obama, que deixa o cargo em 20 de janeiro, ordenou uma investigação sobre uma série de ataques cibernéticos que teriam sido promovidos pela Rússia durante a campanha eleitoral nos EUA.

De acordo com a Casa Branca, o relatório - que deve ser finalizado até o fim do mandato de Obama - será uma "sondagem profunda sobre um possível padrão de uma crescente atividade maliciosa na internet durante a temporada eleitoral".

Em outubro, o governo dos EUA já aviam apontado a responsabilidade da Rússia nestes ataques, acusado o país de interferir na campanha do Partido Democrata.

Segundo informações divulgadas pela imprensa americana, os sistemas do Partido Republicano também teriam sido alvo desses ataques, mas não tiveram as informações recolhidas divulgadas pelos hackers.

O porta-voz da Casa Branca, Eric Schultz, afirmou que Obama decidiu seguir em frente com as investigações porque leva o assunto muito a sério. "Estamos comprometidos em garantir a integridade de nossas eleições", afirmou.

Democracia

Hillary Clinton declarou que os ataques de hackers russos contra a sua campanha e o Comitê Nacional do Partido Democrata tinham por objetivo "solapar a democracia" dos Estados Unidos, e que foram ordenados pelo presidente russo, Vladimir Putin, "porque ele tem uma birra pessoal contra mim".

Em evento com doadores de verbas de campanha em Nova York, Hillary disse que Putin jamais a perdoou pela acusação que ela fez em 2011, quando era secretária de Estado, de que as eleições legislativas do país dele naquele ano haviam sido manipuladas.

"Putin me culpou publicamente pela indignação espontânea demonstrada pelo seu povo, e é essa a conexão direta entre aquilo que ele disse então e aquilo que ele fez na eleição deste ano", disse Hillary.

Foi a primeira vez que ela tratou diretamente do impacto das ações de hackers desde que os serviços de inteligência norte-americanos chegaram à conclusão de que o objetivo específico delas era prejudicar sua campanha presidencial.

"Podem ter certeza, agora que a imprensa está enfim reconhecendo os fatos que tentamos desesperadamente apresentar a ela nos meses finais da campanha", disse Hillary ao grupo de doadores, que juntos ofereceram mais de US$ 1 bilhão (R$ 3,4 bilhões) em verbas à sua campanha.

"Não foi só um ataque a mim ou à minha campanha, ainda que esses fatores possam ter influenciado. Foi um ataque contra o nosso país. Estamos bem além das preocupações políticas normais, nesse caso. Trata-se da integridade de nossa democracia e da segurança de nossa nação".

Em suas declarações, ela endossou a proposta de um grupo bipartidário de senadores quanto a uma investigação das ações dos hackers, e disse que o inquérito deveria seguir o exemplo da comissão criada depois dos ataques do 11 de setembro. "O público merece saber exatamente o que aconteceu, e por que aconteceu, para que possamos impedir futuros ataques aos nossos sistemas, entre os quais o nosso sistema eleitoral", ela disse.

Hackers

Hillary afirmou que a ação dos hackers foi um dos dois acontecimentos "sem precedentes" que levaram à sua derrota. O outro foi a divulgação de uma carta do diretor do Serviço Federal de Investigações (FBI), James Comey, pouco antes da eleição, mencionando novas questões quanto aos e-mails para os quais ela usou um servidor privado, quando era secretária de Estado. A carta, disse ela, lhe custou a vitória em diversos Estados nos quais a disputa era acirrada.

"Os eleitores dos Estados indecisos tomaram decisões em meu desfavor, nos dias finais da campanha, por causa da carta do diretor do FBI", ela declarou.

Hillary falou pela primeira vez sobre o impacto da carta de Comey em uma conversa telefônica com doadores alguns dias depois da eleição. Ela vinha mantendo a discrição, desde o pleito, e em geral sua presença nas redes sociais estava limitada a fotos tiradas por transeuntes que a veem levando seus cachorros para passear perto de sua casa em Chappaqua, Nova York.

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