Fuga

Primeiro grupo retirado do leste de Aleppo chega a Al Rashidin

De acordo com ONG, após acordo estima-se que cerca de nove mil civis e quatro mil combatentes opositores abandonem o leste de Aleppo; moradores de denunciam atrocidades cometidas por forças sírias do governo do presidente Bashar al-Assad

Atualizada em 11/10/2022 às 12h42
Aleppo vive conflito intenso
Aleppo vive conflito intenso ( Imagem registrada ontem mostra a destruição na cidade de Aleppo, na Síria)

Aleppo - O primeiro grupo de pessoas retiradas dos bairros sob ataque no leste de Aleppo chegou ontem à região de Al Rashidin, ao oeste da cidade, disse o Observatório Sírio de Direitos. A ONG afirmou que, neste primeiro grupo, há 50 feridos e outros civis que abandonaram a cidade, localizada no norte da Síria.

O Observatório acrescentou que deve sair em breve um segundo grupo que também será levado a zonas ao oeste da cidade, controladas pela oposição.

Os ônibus e ambulâncias que transportam essas pessoas estão saindo dos distritos no leste de Aleppo, passam por áreas sob o domínio das autoridades e depois se dirigem a lugares na região oeste, detalhou o Observatório.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) confirmou que 20 ônibus e 13 ambulâncias tinham cruzado a linha da frente, que separava os bairros em poder dos insurgentes dos que estão nas mãos das autoridades em Aleppo.

Estima-se que cerca de nove mil civis e quatro mil combatentes opositores abandonem o leste de Aleppo em virtude do acordo firmado na madrugada passada entre as partes, que estipula um cessar-fogo e a evacuação.

Atrocidades

Os temores pela segurança dos habitantes de Aleppo, na Síria, cresceram nos últimos dias, depois de relatos de atrocidades cometidos contra civis pelas forças do governo do presidente Bashar Al Assad, segundo a revista americana "Time".

Um vídeo da AJ+, um novo canal de notícias digitais da emissora Al Jazeera, mostra o desespero dos moradores de Aleppo. No Twitter, eles alegam que os soldados estão matando civis. O vídeo mostra corpos de civis espalhados pelas ruas após bombardeio do governo.

A síria Bana Alabed, que mora na área leste de Aleppo, postou no Twitter sobre os intensos ataques do governo contra as áreas controladas pelos rebeldes. "Querido mundo, há um bombardeio intenso agora. Por que vocês estão em silêncio? Por quê? Por quê? Por quê?", escreveu ela na quarta-feira.

Civis mortos

Dezenas de civis foram mortos durante o avanço das tropas pró-Assad para recapturar a cidade, que estava dividida entre áreas controladas pelo governo e pelos rebeles. Na quarta-feira (14), a ONU destacou que as forças sírias e seus aliados certamente cometeram crimes de guerra.

"O governo sírio tem uma clara responsabilidade de garantir que seu povo esteja seguro e está fracassando em aproveitar esta oportunidade para fazê-lo", disse o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al Hussein, em um comunicado.

"O governo da Síria também é obrigado pelo direito internacional a prestar assistência médica a todos os doentes e feridos, civis e combatentes igualmente", afirmou ele.

Um esvaziamento dos bairros rebeldes sitiados foi anunciado na terça-feira, mas não ocorreu como planejado na quarta-feira. Ontem, os combatentes do governo abriram fogo contra um comboio com pessoas que se preparavam para deixar a área leste da cidade de Aleppo.

"O comboio foi alvejado pelas forças do regime, temos três feridos, um deles da Defesa Civil. Eles foram levados de volta para as áreas sitiadas", afirmou o chefe do serviço de ambulâncias no local.

Por decisão do presidente da Rússia, Vladimir Putin, o Centro de Pacificação russo na Síria ordenou a ida de combatentes e suas famílias para Idlib, uma das últimas grandes cidades sírias controladas pelas forças opositoras ao regime de Assad.

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