Manifestação

Índios cobram do governo melhorias na área de educação

Indígenas de pelos menos quatro etnias -Guajajara, Caapós, Timbira e Canela - realizaram manifestação ontem em frente ao Palácio dos Leões, interditando via de acesso à Praça Pedro II

Atualizada em 11/10/2022 às 12h42

Povos indígenas se reuniram ontem em frente do Palácio dos Leões, sede do governo do estado, para reivindicar melhorias na educação. Índios de pelo menos quatro etnias - Guajajara, Caapós, Timbira e Canela - sentaram na rampa que dá acesso à Praça Pedro II com arcos e tacapes nas mãos, além de cocares na cabeça, e fecharam a via para o acesso de veículos por toda a manhã.

Segundo Edinária Bento, da etnia Guajajara, a situação está crítica nas tribos pelo interior do Maranhão. Os professores contratados estão há, pelo menos 10 meses, com salários atrasados, não está sendo oferecida merenda e o transporte escolar está suspenso. “O governo já disse que não vai ter diálogo com os manifestantes. Estamos sendo tratados com racismo”, afirmou Edinária.

Segundos os indígenas, o governo está se recusando a conversar com os manifestantes alegando que as reinvindicações deles não é legítima e que não representam a maioria dos povos. Os índios, no entanto, rebateram, afirmando que participavam do ato centenas de pessoas e que muitas outras estão sendo esperadas neste fim de semana para ampliar a manifestação.

Histórico

Essa não é a primeira vez, desde que assumiu o Governo do Estado, que o governador Flávio Dino ( PC do B) é alvo da manifestação dos indígenas. Em agosto, índios do município de Itaipava do Grajaú relataram falta de infraestrutura nas escolas, de professores, material didático e merenda escolar.

Por conta disso, no início de julho, eles fizeram reféns funcionários da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) e disseram que apenas os liberariam após a presença do governador e do compromisso dele em atender as reivindicações da comunidade.

Na época, Dino não foi ao encontro dos indígenas. Em seu lugar, foram o secretário estadual de Direitos Humanos e Participação Popular, Francisco Gonçalves; o superintendente de Modalidades e Diversidades Educacionais da Seduc, Claudinei Rodrigues, e representantes de outros órgãos para negociarem a liberação dos funcionários retidos.

Após o término das negociações, os funcionários foram liberados e os indígenas tiveram a promessa dos representantes do Governo do Estado de que as reivindicações deles seriam atendidas. Passados esses dias, os índios denunciam que pouca coisa foi de fato melhorada.

No final do ano passado, diversos povos indígenas ocuparam a sede da Seduc, localizada no bairro Monte Castelo, em São Luís. Os pedidos eram os mesmos. Na ocasião, foram feitas promessas de melhorias no sistema educacional das unidades de ensino nas tribos situadas nas cidades de Barra do Corda, Grajaú, Arame e adjacências.

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