Governo

Primeiro-ministro da Itália renuncia oficialmente após derrota em referendo

Matteo Renzi afirmou que deixaria o cargo após perder consulta crucial para seu governo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h43

Roma - O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, apresentou sua renúncia formal ao presidente Sergio Matarella ontem, depois de sofrer uma derrota em um referendo sobre reforma constitucional no domingo passado.

A informação foi dada pelo secretário geral da República italiana, Ugo Zampetti, em uma breve mensagem aos meios de comunicação. Mais cedo, Renzi havia publicado em seu perfil no Twitter um bilhete escrito à mão com a mensagem "Tchau a todos e obrigado".

Mattarella pediu que Renzi continue ajudando no processo de consultas aos partidos políticos para decidir os próximos passos, afirmou um comunicado do gabinete presidencial. As consultas começarão hoje e devem durar até a tarde de sábado.

A rodada de consultas vai determinar quem será o novo primeiro-ministro interino para o governo de transição, que deverá, principalmente, impulsionar uma nova lei eleitoral para convocar eleições gerais.

Enquanto isso, os partidos políticos desenham suas estratégias visando esta nova etapa, divididos entre os que preferem uma nova lei eleitoral antes das eleições e os que preferem que o pleito seja realizado o mais rápido possível e com a lei atual.

Promessa

Renzi havia prometido que renunciaria caso fosse derrotado no referendo sobre reformas constitucionais, que propunha o fim do sistema parlamentar e a redução do número de cadeiras no Senado - de 300 para 100. O objetivo era acelerar o processo legislativo e oferecer estabilidade política em um país que já teve 60 governos desde 1946, ano em que redigiu sua primeira Constituição como República.

Pouco depois de pesquisas de boca de urna indicarem uma vitória do “não” por até 10 pontos, ele fez um pronunciamento à nação, no qual disse que assume “toda a responsabilidade pela derrota”.

“Minha experiência como chefe de governo termina aqui”, afirmou, em um discurso no qual elogiou a democracia e disse que tentou “oferecer aos italianos uma mudança”. Ao dizer que havia feito tudo que podia, Renzi voltou a assumir a responsabilidade: "eu perdi, vocês não".

Eleições antecipadas

A maioria da classe política pede eleições antecipadas, assim como a nomeação de um governo técnico com o objetivo de que a lei eleitoral seja harmonizada, já que a Câmara de Deputados conta com um sistema de votação diferente do Senado, o que complica todo o cenário político, segundo assinala da France Presse.

Um enredo muito complexo sobre o qual a Corte Constitucional, instância que tem a última palavra, deverá se pronunciar no dia 24 de janeiro.

A renúncia de Renzi não parece significar sua saída de cena, e fontes da imprensa sustentam que tem planos para o futuro, convencido de que recebeu o apoio de 40% dos eleitores no referendo, no qual encarou sozinho todos os partidos, um capital com o qual conta para as eleições antecipadas.

Segundo observadores, Renzi estaria impaciente para voltar à batalha política o mais rápido possível e espera que sejam convocadas eleições antecipadas para fevereiro ou março, depois que for aprovada uma nova lei eleitoral após a decisão em janeiro da Corte Constitucional.

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