BRASÍLIA - Após decisão dos senadores de não acatar a decisão liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello de afastar o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), o vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), que assumiria o o cargo, disse que não quer ser o presidente Michel Temer (PMDB) e nem Waldir Maranhão (PP-MA), vice da Câmara.

"É uma situação que o Brasil começou a experimentar que não tem dado certo. Afasta a presidente da República, tem um presidente que está provisório mas pode tudo. Afasta o presidente da Câmara, outro vice-presidente. Eu não sou, não quero ser, nem Michel Temer, nem Maranhão", disse Viana, dando um tom de crítica ao processo de impeachment de Dilma Rousseff e também lembrando da da interinidade do deputado maranhense quando Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi afastado.

Viana afirmou que os senadores não vão acatar a decisão do STF, mas que a intenção disso não é de afrontar o Poder. "A intenção da nota da Mesa não é afrontar de jeito nenhum uma decisão da Justiça. A gente tem que cumprir. Quando nós fizemos a defesa do presidente Renan e recorremos, já está ali implicitamente o cumprimento da decisão", disse."Primeiro que a decisão apenas afasta o presidente Renan. Ele continua sendo presidente", completou Viana.

O parlamentar disse, ainda, que o país precisa de serenidade."Nós já temos problemas demais. Houve uma decisão muito séria por parte do Supremo, através do ministro Marco Aurélio. Nós temos que respeitar essa decisão", declarou.

Afastamento

O ministro Marco Aurélio Mello atendeu na segunda-feira, 5, ao pedido da Rede Sustentabilidade e concedeu uma medida liminar (provisória) afastando Calheiros da Presidência do Senado. A decisão foi feita no âmbito de uma ação ajuizada pela Rede que pede que réus

Renan virou réu quinta-feira passada (1), quando o STF decidiu, por 8 votos a 3, receber a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o senador pelo crime de peculato. A Rede alega que, com o recebimento da denúncia, "passou a existir impedimento incontornável para a permanência do referido Senador na Presidência do Senado Federal, de acordo com a orientação já externada pela maioria dos ministros do STF".

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