Investigação

Bolívia suspeita de irregularidades em avião acidentado na Colômbia

''Encontramos indícios de possíveis descumprimentos de deveres, não cumprimento do controle interno'', afirmou ministro boliviano

Atualizada em 11/10/2022 às 12h43

La Paz - O governo boliviano encontrou os primeiros sinais de irregularidades no funcionamento e nas operações do avião da LaMia que se acidentou na semana passada na Colômbia, deixando 71 mortos e seis sobreviventes, disse no domingo,4, o ministro boliviano de Obras Públicas e Transportes, Milton Claros.

"Encontramos indícios de possíveis descumprimentos de deveres, não cumprimento do controle interno, possível uso indevido de influência e omissão de denúncia", informou Claros a uma rede de mídias estatais.

Uma das primeiras medidas tomadas pelo governo de La Paz após a tragédia foi destituir as principais autoridades das estatais Direção Geral de Aviação Civil (DGAC) e Aasana (operadora de aeroportos), após versões de que o avião não deveria ter realizado o voo direto de Santa Cruz até Medellín.

Uma das principais hipóteses de causa do acidente é que o aparelho teria ficado sem combustível pouco antes de chegar ao aeroprto de Rionegro.

A LaMia disse na Bolívia que o BA-146 modelo RJ85 deveria ter sido reabastecido no povoado boliviano de Cobija, extremo norte do país, antes de seguir para a Colômbia.

Voo direto

Segundo Claros, a investigação do governo busca saber como a LaMia fez um voo direto sem autonomia, e como obteve autorização para operar na Bolívia com um único avião.

"Merece punições drásticas na Bolívia, e iremos providenciá-las, porque este é um tema penal, porque foram sacrificadas mais de 70 pessoas por falta de ação, por irresponsabilidade, no cumprimento das normas", afirmou.

Claros identificou o empresário venezuelano Ricardo Albacete como dono do avião acidentado, embora a empresa seja boliviana.

O ministro assinalou que chama a atenção o fato de Steven Vargas, funcionário-chave da DGAC boliviana, ser filho do diretor geral da LaMia, o general da aeronáutica Gustavo Vargas. Steven Vargas foi destituído, segundo o ministro.

O general Vargas também foi piloto de Evo Morales, embora o governo tenha negado qualquer vínculo.

O avião transportava nove tripulantes: sete bolivianos, um paraguaio e um venezuelano, além dos 68 passageiros brasileiros. Dois dos bolivianos sobreviveram, além de quatro brasileiros.

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