Saúde

Começa mobilização nacional de combate ao Aedes aegypti

. Em 2016, até a última semana, foram registrados mais de 4,5 mil casos de dengue na capital. Número 134,4% maior que ao longo de 2015.

Atualizada em 11/10/2022 às 12h43

O Governo Federal deu início a mobilização nacional de enfrentamento do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika vírus e chikungunya. A sexta-feira, 2, foi Dia Nacional de Combate ao Mosquito e o São Luís recebeu a visita do ministro substituto do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Marcelo Cruz, que ao lado de autoridades locais da saúde, lançou as ações que serão desenvolvidas para reduzir os casos das três doenças ao longo do ano de 2017. Em 2016, até a última semana, foram registrados mais de 4,5 mil casos de dengue na capital. Número 134,4% maior que ao longo de 2015.

Este ano, a campanha traz como foco “Sexta sem mosquito. Toda sexta é dia do mutirão nacional de combate” e o lançamento aconteceu na Unidade Integrada Japiaçu, no Anjo da Guarda, e reuniu, além da equipe do MMA, que estava representando o Governo Federal, representantes das secretaria de Estado da Saúde (SES), Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema), da Educação (Seduc), do Prefeitura de São Luís, Exército, Aeronáutica, Corpo de Bombeiros entre outras que cujas ações integradas têm o objetivo de combater a proliferação do mosquito.

Marcelo Cruz afirmou que o ponto principal da campanha é a mobilização. “Não há como impedir a proliferação do mosquito sem a ajuda da população de cada município. Para isto, é preciso que a população esteja informada dos riscos das doenças, das formas de transmissão e de combate ao mosquito e como ela pode contribuir com medidas simples do dia a dia. É o discurso que todos já conhecem, mas precisamos reforçar cada vez mais de que cabe a cada um em sua casa eliminar possíveis criadouros do mosquito”, disse.

Durante sua passagem por São Luís, o ministro Marcelo Cruz visitou estandes das secretarias e outras entidades mobilizadas para a campanha que foram montados no pátio da Unidade Integrada Japiaçu. Em seguida, ele conheceu a Sala Estadual de Mobilização e Controle. A sala é responsável por definir diretrizes para intensificar a mobilização e combate ao mosquito Aedes aegypti no Maranhão. Também faz parte de suas diretrizes coordenar as ações dos órgãos estaduais, como disponibilização de insumos, equipamentos e apoio técnico e logístico, em articulação com órgãos municipais.

Como reforço as ações desenvolvidas no estado, o Ministério da Saúde doou para o Governo do Estado quatro veículos para combate ao mosquito Aedes, outros quatro serão entregues para as ações nos municípios de Miranda do Norte, Alto Alegre, Turiaçu e Barra do Corda.

Campanha

A campanha foi lançada em uma escola porque o objetivo do Governo Federal é usar os estudantes do ensino fundamental e médio como multiplicadores das ações a serem realizadas. Por meio de palestras, oficinas e outras atividades pedagógicas crianças e adolescentes serão informados sobre as formas de combate ao mosquito e incentivados a levar esta informação para a casa, envolvendo toda a família.

Mutirões serão realizados em órgãos públicos e estatais, unidades de saúde, escolas, residências, canteiros de obras e outros locais, marcando a intensificação das ações de combate e, consequentemente, impedindo a proliferação do mosquito. A ideia é que, a partir do dia de mobilização, todas as sextas-feiras sejam dedicadas para verificação de possíveis focos, incentivando todos os segmentos da sociedade a fazer a sua parte. A nova campanha chama a atenção para as consequências das doenças causadas pela chikungunya, zika e dengue, além da importância de eliminar os focos do Aedes.

São Luís

Dados da Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Controle de Doenças da SES mostram a situação da capital e do estado quanto aos casos de dengue, zika vírus e chikungunya e a infestação pelo mosquito. O ano de 2016 teve crescimento de 134,4% no total de casos de dengue em São Luís. Entretanto, a cidade está classificada como satisfatória segundo o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), que serve de base para medir o índice de infestação, que é a presença de larvas do mosquito Aedes aegypti nas moradias.

Segundo o Ministério da Saúde (MS), este valor não pode ser superior a 1%, ou seja, de cada 100 moradias, apenas uma pode estar infestada. No Maranhão, 54 municípios são prioritários para o combate ao mosquito e São Luís aparece na 36º posição com índice de insatisfação 0,9. Na capital, o distrito Tirirical, que reúne bairros populosos como Cidade Operária, Cidade Olímpica e outros da região.

Maranhão

No Maranhão, as cidades de Amarante do Maranhão, São Domingos do Maranhão, Barra do Corda e São Mateus têm os piores índices de infestação. De acordo com a superintendência, as 54 cidades prioritárias são as mais populosas, urbanizadas, onde há a maior produção de lixo e cidades fronteiriças.

No Maranhão, o crescimento do número de casos de dengue em 2016 em relação a 2015 foi de 223,1%. Os casos de chikungunya aumentaram 2.737% e os casos de zika vírus aumentaram 5.367%. No caso dos casos de zika vírus, em 2015 havia muita subnotificação, por se tratar de uma doença pouco conhecida e também pelo fato das três infecções terem sintomas parecidos. Já com a chikungunya, a tendência, de acordo com a superintendência, é da ocorrência de um número significativo de casos.

Atualmente, no Brasil, circulam quatro tipos diferentes do vírus da dengue, um da chikungunya e um do zika vírus.

Ações

Carlos Lula, secretário de Estado da Saúde, informou que a mobilização ‘Maranhão contra o Aedes’ iniciou as atividades ainda em novembro, com a criação de brigadas e início das inspeções dos prédios públicos. A campanha prevê ainda trabalhos de limpeza urbana, intensificação da busca ativa de casos de microcefalia para reduzir subnotificação, além de capacitação de mais 76 profissionais de saúde para atender e acompanhar as crianças.

Para janeiro de 2017, a SES oferecerá capacitação sobre ações da Vigilância Epidemiológica da dengue, zika vírus e chikungunya e suas consequências, voltada para as Coordenações de Vigilância, Atenção Primária, Rede de Assistência Hospitalar e Laboratório dos municípios da Unidade Regional de Saúde de Pinheiro. “O Estado é um articulador dessa campanha de combate, mas a responsabilidade de execução das ações é das prefeituras. Em 2015, nós liberamos R$ 5 milhões para os municípios poderem combater o mosquito entre a sua população. Mas também enfrentamos problemas como o atraso, pelo Ministério da Saúde, da entrega dos larvicidas, o que prejudicou o combate ao mosquito”, informou.

Frases

“O combate ao mosquito Aedes aegypti é a única forma de controle das três doenças, por isso, é preciso mobilizar toda a população”, Marcelo Cruz, ministro substituto do Ministério do Meio Ambiente.

“Apesar de todas as campanhas, 70% dos focos do mosquito ainda estão nas residências, por isso, começamos a campanha 2017 ainda em 2016, para adiantar as ações de combate ao Aedes”, Carlos Lula, secretário de Estado da Saúde.

Mais

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES), desde o início das investigações dos casos de microcefalia, em novembro de 2015, até 19 de novembro deste ano, 159 casos foram confirmados no Maranhão.

Números

1.960 casos de dengue foram notificados em São Luís em 2015

4.594 casos de dengue foram notificados em São Luís em 2016

7.364 casos de dengue foram notificados no Maranhão em 2015

23.794 casos de dengue foram notificados no Maranhão em 2016

472 casos de chikungunya foram notificados no Maranhão em 2015

13.394 casos de chikungunya foram notificados no Maranhão em 2016

86 casos de zika vírus foram notificados no Maranhão em 2015

4.702 casos de zika vírus foram notificados no Maranhão em 2016

Entrada liberada

Em casos de imóveis trancados, os agentes de controle de endemias estão autorizados a entrar por meio da Medida Provisória nº 31.428, do Governo do Estado do Maranhão, que permite o ingresso forçado em imóveis públicos e particulares abandonados para ações de prevenção e combate ao mosquito transmissor da dengue, chikungunya e do zika vírus. A Medida Provisória classifica como imóvel abandonado aquele com flagrante ausência prolongada de utilização, situação que pode ser verificada por características físicas do imóvel, por sinais de inexistência de conservação, pelo relato de moradores da área ou por outros indícios.

Como realizar mutirão de combate ao Aedes aegypti

A participação social é fundamental para vencer a luta contra o mosquito da dengue. A realização de mutirões comunitários é uma forma de envolver, mobilizar e engajar a população na luta contra o Aedes aegypti. Para ajudar, o Ministério da Saúde elaborou uma lista com orientações para grupos interessados em realizar mutirões.

Preparação

Convide poder público, setor privado e organizações sociais para ampliar adesão;

Aproveite redes sociais, carro de som e outros meio de comunicação para mobilização da vizinhança;

Agentes de endemias, agentes comunitários e outros profissionais que trabalham na eliminação dos focos podem participar apoiando as ações, principalmente se houver necessidade de ação química;

Utilize equipamento de proteção individual nas atividades de limpeza;

Principais tipos de criadouro

Certificar que caixa d’água e outros reservatórios de água estejam devidamente tampados;

Retirar folhas ou outro tipo de sujeira que pode gerar acúmulo de água nas calhas;

Guardar pneus em locais cobertos;

Guardar garrafas com a boca virada para baixo;

Realizar limpeza periódica em ralos, canaletas e outros tipos escoamentos de água;

Limpar e retirar acúmulo de água de bandejas de ar-condicionado e de geladeiras;

Utilizar areia nos pratos de vasos de plantas ou realizar limpeza semanal;

Retirar água e fazer limpeza periódica em plantas e árvores que podem acumular água, como bambu e bromélias;

Guardar baldes com a boca virada para baixo;

Esticar lonas usadas para cobrir objetos, como pneus e entulhos;

Manter limpas as piscinas;

Guardar ou jogar no lixo os objetos que pode acumular água: tampas de garrafa, folhas secas, brinquedos;

Como eliminar os focos

Lavar as bordas dos recipientes que acumulam água com sabão e escova/bucha;

Jogar as larvas na terra ou no chão seco;

Para grandes depósitos de água e outros reservatórios de água para consumo humano é necessária a presença de agente de saúde para aplicação do larvicida;

Em recipientes com larvas onde não é possível eliminar ou dar a destinação adequada, colocar produtos de limpeza (sabão em pó, detergente, desinfetante e cloro de piscina) e inspecionar semanalmente o recipiente, desde que a água não seja destinada a consumo humano ou animal. Importante solicitar a presença de agente de saúde para realizar o tratamento com larvicida.

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