Alterações no trânsito

Litorânea e Holandeses em mão única preocupam empresários

Apesar de entenderem que obra é benéfica para a mobilidade urbana, entidades que representam o comércio e hotéis da capital frisam que é necessário ter cuidado com os empreendimentos que já funcionam nessas importantes vias

Atualizada em 11/10/2022 às 12h43
Comércio na Avenida dos Holandeses não pode ser prejudicado
Comércio na Avenida dos Holandeses não pode ser prejudicado (Holandeses)

Entidades que representam o comércio e a indústria de hotéis em São Luís posicionaram-se sobre o anúncio feito pelo Governo do Estado do Maranhão de que executará um projeto de mobilidade urbana na capital, que alterará o tráfego em duas das principais avenidas da cidade, Litorânea e Holandeses, que passarão a ser vias de mão única, após a conclusão das obras. Para as entidades ouvidas por O Estado, a mudança trará muitos benefícios, mas é preciso ter cuidado para que a sustentabilidade dos empreendimentos da região não fique comprometida.

De acordo com informações da Agência de Mobilidade Urbana (MOB), as obras deverão começar até o fim do primeiro trimestre de 2017. O objetivo é melhorar o fluxo de veículos, sobretudo no trecho de 10 quilômetros entre o retorno do Comando Geral da Polícia Militar, no Calhau, até a entrada da Praia do Araçagi. Além da abertura de maior número de faixas, as obras também incluem a implantação de um sistema de transporte do tipo BRT (Transporte Rápido por Ônibus), além de ciclovias, calçadas, pontos de ônibus planejados e estacionamentos.

De um modo geral a obra foi bem recebida por entidades que representam o comércio e o turismo. Entretanto, a Câmara de Dirigentes Lojistas de São Luís (CDL) frisa que é indispensável conciliação entre a sustentabilidade da atividade empresarial da área afetada pelas obras e a necessidade urgente de soluções para a questão da mobilidade urbana na capital maranhense.

Segundo a entidade, antes mesmo da oficialização do Governo, a CDL reuniu os empresários situados na Avenida dos Holandeses e os gestores da MOB para discutir o projeto. “Discutimos os impactos que as alterações vão causar na atividade econômica do local. Foram feitas sugestões e debatidos os aspectos técnicos para que tenhamos a atividade comercial não seja prejudicada. Vamos acompanhar todo o processo na perspectiva de que possa favorecer a cidade como um todo”, informou Fábio Ribeiro, presidente da CDL São Luís.

Comércio estabelecido
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio) destacou que desde o ano passado o Governo do Estado, por meio da MOB, vem discutindo com a sociedade civil e, especialmente, com as entidades empresariais, sobre esse projeto de requalificação viária das Avenidas dos Holandeses e Litorânea.

“Essas duas avenidas têm se destacado nos últimos anos como as principais vias de desenvolvimento econômico, comercial e turístico para a nossa cidade. Com isso, as intervenções viárias propostas deverão dar mais fluidez e agilidade ao trânsito na região, favorecendo o deslocamento tanto de veículos particulares quanto a implantação de um sistema público de transporte mais eficiente para a população, o que vai contribuir ainda mais para o crescimento econômico desses bairros”, afirmou Marcelino Ramos Araújo, presidente em exercício da Fecomércio.

No entanto, a Fecomércio afirmou ainda que a expectativa é de que obra seja implementada sem afetar a atuação do comércio já estabelecido na região, minimizando os impactos e transtornos que são gerados por uma reestruturação desse porte e garantindo, assim, a plena acessibilidade dos cidadãos aos estabelecimentos comerciais da área. “A Fecomércio esteve presente durante as audiências públicas e reuniões que trataram da elaboração desse projeto ao longo do ano passado e pontuou essa questão ao Governo do Estado”, comentou Marcelino Ramos Araújo.

Mais turistas
A Avenida Litorânea, por ser um dos cartões-postais de São Luís tem um grande número de estabelecimentos de hotelaria. Para a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Maranhão (ABIH-MA), a mudança no tráfego na área não representará prejuízo ao setor, mas aumentará o fluxo de turistas na região. “Esta é uma solicitação que a ABIH vem fazendo ao Governo do Estado há algum tempo”, declarou João Antônio Barros, presidente da entidade.

Mas no que concerne especificamente à finalização da obra de extensão da Avenida Litorânea (entregue em 2012 pela gestão anterior da Prefeitura de São Luís) ele sugere que ela contemple toda a orla da Praia do Olho d’Água. “Toda esta obra é muito positiva. O trecho de praia ao longo da Avenida Litorânea é muito pequeno para a atividade turística de São Luís, por isso, é preciso urbanizar também todo o trecho da Praia do Olho d’água porque do contrário o trecho sem urbanização vai ficar prejudicado”, defende João Antônio Barros.

SAIBA MAIS

A obra que alterará o tráfego nas avenidas Litorânea e Holandeses tem causado polêmica também entre os condutores que trafegam pela região. A maioria dos motoristas entrevistados por O Estado quando da divulgação do projeto pelo Governo do Estado não tinham, até então, conhecimento da mudança de sentido das vias. Após terem ciência do fato, boa parte dos entrevistados demonstrou ser contra à alteração.

Números
12.550
quilômetros é a extensão da Avenida dos Holandeses
7.450 quilômetros é a extensão da Avenida Litorânea

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.