contra Roseana

Adriano critica demora da PGR em pedir arquivamento de inquérito contra Roseana

Peemedebistas estavam sendo investigados por suposto recebimento de propina, o que não se confirmou

Gilberto Léda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h43
Adriano lamenta ação da PGR
Adriano lamenta ação da PGR (Adriano Sarney critica PGR)

O deputado estadual Adriano Sarney (PV) criticou, em discurso na Assembleia Legislativa, a demora da Procuradoria-Geral da República (PGR) em emitir parecer requerendo o arquivamento de um inquérito contra a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) e o senador Edison Lobão (PMDB) no âmbito da Lava Jato.

Os dois peemedebistas estavam sendo investigados depois de o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa – primeiro delator do esquema – afirmar que pagou R$ 2 milhões em propina para a campanha de 2010 no Maranhão. O dinheiro teria sido pedido por Lobão, à época ministro.

O pedido de arquivamento foi feito na semana passada, e prontamente acolhido pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“A justiça prevaleceu”, declarou o deputado, destacando o fato de que a relutância da PGR em pedir o arquivamento durou dois anos, período durante o qual a Polícia Federal, responsável pelas diligências investigatória, solicitou por duas vezes o encerramento dos trabalhos.

"Eu não posso crer que haja ingerência política, de parente do governador Flávio Dino, que hoje exerce a Subprocuradoria na PGR. Acredito na instituição, mas tenho que admitir que achei uma decisão tardia e coincidentemente tomada após dois períodos eleitorais”, declarou o deputado.

Adriano elogiou o trabalho feito pela Polícia Federal, que cultiva como procedimento ético a investigação minuciosa dos fatos, dos crimes, antes de levar à Justiça as pessoas investigadas, uma postura que se contrapõe à atitude da PGR, que expôs nomes de personalidades públicas ao julgamento popular e midiático baseando-se apenas em delações de criminosos.

“Fato é que a Polícia Federal não concorda com o método da PGR, segundo relatou o jornal Folha de S. Paulo. A PF investiga crimes, não pessoas", concluiu o deputado.

Diligências

Durante o trabalho da PF, a pedido da PGR, foram levantados até registros de hospedagem do doleiro Alberto Yousseff no Hotel Blue Tree da Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, no ano de 2010.

Segundo declaração do delator Paulo Roberto Costa, teria ocorrido nesse estabelecimento o pagamento da propina supostamente pedida por Lobão à campanha de Roseana em 2010. O dinheiro teria sido entregue a um destinatário de quem o doleiro disse não se recordar.

Como nada foi encontrado que pudesse comprovar o que denunciaram os delatores, apesar do “amplo espectro de diligências já realizadas”, como destacou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ele se manifestou pelo arquivamento do inquérito, alegando que as meras declarações, sem comprovação fática, não servem para a propositura de ação penal ou para a continuidade das investigações.

“A aludida afirmação [de entrega de R$ 2 milhões em propina], por si só, não se mostra suficiente para comprovar a prática de delitos criminais por parte das pessoas referenciadas pelo colaborador, havendo necessidade de elementos de corroboração […]. Sucede que năo foram colhidos elementos probatórios ao longo da instrução procedimental aptos a corroborar as declarações do colaborador Paulo Roberto Costa”, destacou o procurador, antes de requerer o arquivamento.

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