Transtornos

Moradores da Vila Embratel fazem protesto por água

Transtornos como este acontecem há vários anos e até hoje não foram oferecidas soluções; nem os poços nas casas dos moradores estão atendendo às necessidades

Atualizada em 11/10/2022 às 12h43

A água é um produto essencial, mas nem todos têm acesso fácil a ela. É o que está acontecendo com os moradores do bairro Vila Embratel, na área Itaqui-Bacanga, em São Luís, que há muito tempo sofrem com o drama da falta do produto em suas torneiras. Sem a devida ajuda das autoridades públicas competentes, os moradores da região têm de se virar como podem para conseguir ter água em suas residências.

Por causa do problema, logo nas primeiras horas da manhã de ontem, como forma de protesto, os moradores tentaram interditar a Avenida dos Portugueses (BR-135), que passa pela área Itaqui-Bacanga, mas foram impedidos e reprimidos pela Polícia Militar (PM).

Antigo
A falta d’água na comunidade é um problema antigo e há anos vem causando transtornos para todos da área. Na manhã de ontem, O Estado conversou com alguns moradores que relatam um pouco do drama que é viver com a escassez do produto em suas casas.

A dona de casa Josineth Oliveira mora na Rua São Sebastião e contou que, de uns anos para cá, os problemas com a falta d’água tornaram-se frequentes. Nem mesmo um poço artesiano que existe em sua residência é suficiente para atender as necessidades.

No local, assim como em muitos outros bairros de São Luís, a água é disponibilizada em dias alternados. Ontem, era o dia de água nas casas, mas isso não aconteceu. A solução que Josineth Oliveira encontrou foi buscar a água em outras casas.

Agora, com os problemas de falta d’água, a moradora nem mesmo pode contar com o poço artesiano que existe em sua casa. O motivo é que a água que vem dele está insalubre, com forte odor e uma coloração escura. “Agora não posso mais pegar a água do poço. Não sei o motivo de ele ter ficado assim. Já mandei lavá-lo, mas não adiantou”, disse a moradora.

Por um drama semelhante passa a aposentada Adalbertina Alves. “A nossa situação está bastante crítica, pois aqui está tudo seco. Faz tempo que a situação é dessa forma”, afirmou a moradora ontem, ao tentar encher baldes com a fraca água que estava saindo da torneira.

Para tentar driblar o problema, muitas pessoas têm de comprar água para ter o produtor em sua residência. É o caso do comerciante Francisco Xavier Silva, que ao mesmo tempo que compra, revende galões com o produto para outras pessoas que também precisam.

Por meio de nota, a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) informou que conta com equipes no local trabalhando para colocar novamente em operação o poço tubular p-12 que abastece toda essa área. Por tratar-se de poço de grande vazão os procedimentos para retirada e troca da bomba deverão ser concluídos até o fim de semana.

Problema de falta de água atinge outros bairros de São Luís

Moradores de bairros como Liberdade, Monte Castelo, Camboa e adjacências sofrem há vários anos com o problema de abastecimento de água em suas casas. Em vários desses locais, o bombeamento é feito em dias alternados e, naqueles dias em que o líquido não chega às casas, as pessoas precisam buscar alternativas para consegui-lo. Além disso, os moradores dessas localidades precisam torcer para que não falte água no dia de abastecimento, caso contrário eles passarão até três dias sem água.

Os problemas no abastecimento de água na capital maranhense originaram-se em meados da década de 1960, quando as fontes hídricas que atendiam a demanda foram secando. São Luís, até essa época, tinha sete mananciais que funcionavam como reservatórios de água, mas foram desaparecendo gradativamente: o Zé Cearense; o São Raimundo, que se localizava no conjunto que hoje leva o mesmo nome; o Jaguarema, que ficava no Araçagi; o Veloso, que era localizado no Santo Antônio, mas foi aterrado; o Paciência, que deixou de ser um manancial de superfície e passou a ser subterrâneo, estando hoje em fase de extinção; o Batatã e o Sacavém, que, apesar de ainda estarem operando, já perderam muito de sua capacidade hídrica.

A falta de água na cidade pode chegar a nível ainda mais crítico nos próximos 10 anos se nada for feito para solucionar o problema de abastecimento que atinge hoje diversos bairros da capital. As fontes de água que existem na capital já não são mais suficientes para atender a demanda populacional e, aliado a essa situação, o desperdício contribui ainda mais para o desabastecimento.

SAIBA MAIS

O problema da falta de água também atinge os moradores do Residencial Resende, comunidade essa localizada dentro da Vila Embratel. Um dos poços tubular da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) deixou de funcionar, causando transtornos para a comunidade. Como consequência, os moradores da comunidade estão recorrendo a poços artesianos ou então, na maioria das vezes, comprando água.

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