Saúde

Tratamento de pele com selo nacional

Após 17 anos, pesquisadores mineiros criam pomadas à base de urucum que acelera a cicatrização de lesões na pele; farmácias de São Luís terão o produto até o final de dezembro

Atualizada em 11/10/2022 às 12h43
Pesquisadores mineiros Paulo César Stringheta e Aloísio José dos Reis estudaram o extrato de urucum e produziram pomada
Pesquisadores mineiros Paulo César Stringheta e Aloísio José dos Reis estudaram o extrato de urucum e produziram pomada (pomada urucum)

Belo Horizonte - Os pesquisadores mineiros Paulo César Stringheta e Aloísio José dos Reis comemoram a chegada ao mercado dos produtos que são fruto de 17 anos de trabalho intenso. Os dois, além de um grupo de profissionais da Universidade Federal de Viçosa, desenvolveram uma linha de produtos fitoterápicos à base de semente de urucum, capaz de reduzir o tempo de cicatrização das lesões cutâneas, com resultados muito superiores aos de produtos similares que já estão no mercado e sem qualquer restrição ao uso porque não contém ativos como cortisona, por exemplo.

O potencial medicinal do urucum já é estudado há tempos em universidades de todo o mundo. Sua composição físico-química é extremamente rica. O grande diferencial das pomadas desenvolvidas pelos pesquisadores da UFV foi o desenvolvimento de uma metodologia própria de extração e obtenção dos bioativos da planta que, até então, inviabilizavam economicamente a operação e a utilização do urucum para os fins medicinais.

“Após a descoberta e o desenvolvimento da tecnologia inovadora, a Profitus, uma startup incubada no Centro de Desenvolvimento Regional de Viçosa, da Universidade Federal de Viçosa, patenteou sua metodologia de extração dos bioativos no Brasil e em outros 142 países”, explica o professor da UFV Paulo Stringheta, uma referência mundial em Compostos Bioativos e um dos criadores dos produtos.
Os benefícios sociais da descoberta e dos produtos resultantes dela são imensos. Só para se ter uma ideia, no Brasil, segundo pesquisa realizada em 2014 pela International Diabetes Federation (IDF), existem 11,6 milhões de pessoas com diabetes e, em 2010, foram registrados 55 mil casos de amputação no país em pacientes com lesões causadas por diabetes.

Outro dado mostra que 20% das internações por diabetes são em função de lesões dos membros inferiores e 80% das amputações não traumáticas acontecem por causa das feridas não cicatrizadas. De acordo com pesquisa realizada Segundo dados da pesquisa Clear, encomendada pela Novartis, no Brasil existem cerca de 3 milhões de pessoas com psoríase.

Descoberta inusitada
A descoberta do poder cicatrizante do urucum se deu de maneira inusitada. O pesquisador e um dos fundadores da Profitus, Aloísio José dos Reis conta que em 1999, ao manipular o urucum com as mãos machucadas, percebeu o efeito cicatrizante do produto. “As lesões melhoraram de forma muito rápida”, diz. Curioso, Aloísio procurou o professor Paulo Aloísio e o professor da UFV Paulo e ambos utilizaram uma fração das sementes para obter o remédio natural.

A partir daí, foram 17 anos de pesquisas realizadas com o apoio da Universidade Federal de Viçosa. A dupla desenvolveu tecnologia própria capaz de retirar o extrato do fruto de forma mais eficiente e a baixo custo e deram início ao desenvolvimento dos produtos.

“O diferencial é que os produtos são feitos com extratos naturais. Não são fármacos, mas sim dermocosméticos. Por ser um produto com princípios ativos de origem natural, não apresenta qualquer contraindicação no uso em lesões dermatológicas e para a melhoria da proteção da pele”, afirma Paulo Stringheta.

Segundo ele, os trabalhos foram feitos no laboratório de Corantes Naturais e Compostos Bioativos da UFV e serviram como pano de fundo para teses de doutorado, dissertações de mestrado, artigos, e um livro sobre o urucum e suas aplicações.

Quatro pomadas desenvolvidas

Os resultados obtidos pelos pesquisadores em laboratório, mostraram que a concentração do extrato do urucum pode variar, o que possibilitou o tratamento de várias lesões dermatológicas. Assim, foram desenvolvidas quatro pomadas diferentes, indicadas para diferentes tipos de lesões.

Millitus Derm - tem sido utilizada amplamente por diabéticos para tratar feridas de difícil cicatrização. Pode ser utilizado para recuperação rápida de atletas uma vez que não possui ativos proibidos como as pomadas a base de corticoide.

Profitus Newderm - é utilizado no tratamento de doenças como psoríase, dermatite e outros problemas cutâneos.

Profitus Dermalive - é utilizado no tratamento de queimaduras
de 1º e 2º grau, auxiliando na redução da dor e na
reconstrução dos tecidos.

Golden Age - indicado para peles já sensibilizada ou debilitada, auxiliando na recomposição celular e dos tecidos de pacientes da Terceira Idade, além de lesões simples ou crônicas.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.