Economia

Bolsa de valores brasileira sente impactos após eleição de Trump

No Brasil, o Ibovespa acumulou queda de mais de 7% por cento em apenas três pregões.

ESTADÃO CONTEÚDO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h43
Os impactos da eleição presidencial nos EUA foram sentidos mundialmente.
Os impactos da eleição presidencial nos EUA foram sentidos mundialmente. (trump)

São Paulo - SP--(DINO - 16 nov, 2016) - O resultado das eleições presidenciais dos Estados Unidos causou intensa movimentação no Mercado Financeiro internacionalmente. Tanto os interessados a aprender como investir na Bolsa de Valores quanto os investidores mais experientes se mostraram receosos, e possivelmente permanecerão assim, até que Donald Trump mostre o que de fato colocará em prática das propostas feitas durante sua campanha.

A vitória de Trump lança incertezas, dentre outras coisas, sobre a conduta de comércio exterior dos Estados Unidos e sobre o futuro da taxa de juros norte-americana. A decisão do Federal Reserves (Fed) de aumentar a taxa de juros pode ser influenciada por um potencial aumento de risco. Com isso, o órgão americano pode se propor a agir de forma mais cautelosa.

No Brasil, o Ibovespa acumulou queda de mais de 7% por cento em apenas três pregões. Apesar de passado o susto inicial, os potenciais efeitos do governo Trump ainda preocupam, especialmente no que se refere ao protecionismo e à imigração.

Ibovespa em queda

No dia 09 de novembro, o principal índice da Bovespa encerrou o pregão em baixa acentuada como reação ao resultado das eleições norte-americanas. O indicador começou a última quarta-feira com queda de mais de 3% após o impacto inicial com a notícia de que Trump havia superado Hillary Clinton nas urnas. Contudo, no final da manhã houve certa recuperação impulsionada pela alta das ações da Vale.

No dia seguinte, dia 10 de novembro, o Ibovespa manteve a queda do dia anterior, em meio às dúvidas sobre o governo Trump. Além disso, o índice foi pressionado pelo desempenho ruim das ações do Bradesco e da Petrobras. Neste dia, a venda de ações na bolsa brasileira foi intensa e o volume negociado chegou a mais de R$ 13 bilhões. O valor é quase o dobro da média diária do mês de novembro, estimada em R$ 6,6 bilhões.

Fechando a semana, o Ibovespa caiu rompendo o patamar de sessenta mil pontos, ainda refletindo a cautela dos investidores em relação a Donald Trump. O volume financeiro movimentado na última sexta-feira foi de R$ 16,26 bilhões. Contudo, o principal índice da bolsa brasileira fechou a semana em baixa de 4,17%.

A queda na última sexta-feira também foi influenciada pela baixa das ações da PETR4 , que caíram mais de 9% influenciadas pela divulgação do terceiro balanço trimestral da estatal. Nesta segunda-feira, 14 de novembro, a Bovespa abriu com volatilidade mantendo a apreensão em relação à gestão de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos

Abertura de capital pode ser afetada

Outra potencial influência da eleição do novo presidente dos Estados Unidos no mercado doméstico brasileiro está ligada a processos de abertura de capital na Bovespa. A possibilidade de haver mudanças na expectativa sobre ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) para 2017 não está descartada.

Segundo Edemir Pinto, diretor da BM&F Bovespa, os investidores estrangeiros são grandes responsáveis por viabilizar os processos de IPO no país. Ele afirmou que nos últimos anos os estrangeiros compraram entre 60% e 70% das ações de ofertas iniciais.

Todavia, após as eleições nos EUA, o capital estrangeiro está mais cauteloso e deve analisar os primeiros passos de Trump para definir como será o entendimento sobre economias emergentes, como o Brasil. Apesar de ter feito uma campanha bastante controversa, o discurso de Donald Trump após a vitória foi mais conciliador, mas os investidores ainda aguardam a formação das equipes do novo governo.

Deste modo, o clima de prudência e volatilidade do mercado permanece em voga até que haja maior definição quanto ao caminho tomado pelo novo presidente e os impactos de suas escolhas em todo mundo e especialmente no Brasil.

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