Provas contundentes

Após flagrante, Lucas Porto está em prisão preventiva

Juíza acatou flagrante com base nas provas apresentadas; ele é o principal suspeito de ter assassinado Mariana Menezes por asfixia

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h43
Lucas Porto foi preso em flagrante na noite de domingo; ele nega
Lucas Porto foi preso em flagrante na noite de domingo; ele nega (lucas porto h)

Principal suspeito de ter assassinado Mariana Menezes de Araújo Costa Pinto, de 33 anos, Lucas Leite Ribeiro Porto, de 37 anos, participou na tarde de ontem da audiência de Custódia, no Fórum Desembargador Sarney Costa, no Calhau. Mariana Menezes foi morta por asfixia ocasionada por esganadura dentro do seu apartamento, no bairro do Turu, no último domingo – o enterro ocorreu no Parque da Saudade (Vinhais) na tarde de ontem. A cúpula da Segurança Pública não informou a motivação do crime.

Durante a audiência de custódia, presidida pela juíza da Central de Inquéritos, Andréa Cisne, a prisão em flagrante foi convertida em preventiva – isso significa que a juíza acatou o flagrante, convencida de que as provas até então apresentadas convergem para a autoria do crime pelo suspeito.

“Vou aguardar as investigações, mas meu cliente nega veementemente sua participação no crime”, declarou a O Estado advogado do suspeito, Jonilton Lemos. Lucas Leite Ribeiro Porto é casado com a irmã da vítima e já possui passagem pela polícia pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e estelionato.

Coletiva

Na manhã de ontem, uma entrevista coletiva foi concedida na sede da Secretaria de Segurança Pública, na Vila Palmeira, com a presença do secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela; do subsecretário de Segurança Pública, Saulo de Tarso; do delegado Geral da Polícia Civil, Lawrence Melo; do superintendente da Homicídios e Proteção a Pessoas (SHPP), Leonardo Diniz; do delegado Lúcio Rogério; e do superintendente do Instituto de Criminalística (Icrim), Miguel Alves.

“Apesar de até o momento não ter tido uma confissão, todas as evidências indicam Lucas Porto como o autor desse crime”, afirmou Jefferson Portela. Segundo o secretário de Segurança Pública, após ser encontrada no local do crime, a vítima foi levada para um hospital particular na capital, mesmo assim, a remoção da vítima não atrapalhou o trabalho de investigação e pericial feito pela polícia e pelos profissionais do Icrim, dos institutos de Identificação e de Genética Forense.

Portela informou que foi feito todo o trabalho pericial no local do crime, assim como vítima e no acusado passaram por exames periciais, no qual ficaram constatadas lesões no braço, pescoço e no peito do acusado. Além disso, as imagens do circuito de segurança do condomínio do prédio onde a vítima morava mostraram a presença de Lucas Porto no momento do crime.

Contradições

De acordo com o delegado Geral da Polícia Civil, Lawrence Melo, Lucas Porto ao ser detido ainda no condomínio da vítima chegou a entrar em contradição diversas vezes sobre a sua participação. Ele não soube explicar à polícia o seu retorno ao prédio de Mariana Menezes em um curto intervalo de tempo, assim como o sumiço da roupa que usava da tarde de domingo. O acusado não informou aos policiais o verdadeiro motivo de ter deletado o registro das ligações feitas por ele em seu celular durante o último domingo.

Ainda segundo o delegado geral da Polícia Civil, o acusado foi ouvido ontem mais uma vez pela polícia para sanar algumas dúvidas sobre o caso e até mesmo definir a motivação desse crime, mas acabou mantendo a sua versão anterior. Lucas Porto foi levado acompanhado pelos seus advogados para a audiência de custódia, que ocorreu na tarde de ontem, no Fórum Desembargador Sarney Costa, no Calhau.

A polícia está aguardando o resultado do exame do material genético colhido das unhas da vítima, assim como da saliva do acusado. “A autoria está bem clara, mas a motivação está em curso de investigação”, disse Lawrence Melo.

Provas

A direção da Secretaria de Segurança Pública indicou uma equipe da Superintendência Estadual de Homicídios e Proteção a Pessoas (SHPP), sob a coordenação do delegado Lúcio Rogério, para apurar o caso. O delegado disse que as imagens do circuito de câmera do prédio da vítima ligam claramente a participação de Lucas Porto a esse crime.

As imagens do circuito de vídeo mostram que por volta das 14h36 o acusado deixou a vítima e os seus filhos no condomínio, mas retornou às 15h11. Ele chegou a subir pelo elevador sozinho até o apartamento da vítima no 9º andar, onde teria ficado por um intervalo de 40 minutos. Em seguida, o acusado apresentando nervosismo saiu correndo do local do crime e ainda desceu pela escada. No térreo, chegou a fazer uma ligação que durou cinco minutos.

Em seguida, o suspeito se deslocou até a sauna do prédio onde mora, na Ponta d’Areia, onde tomou banho e trocou de roupas. “Ele foi detido no condomínio da vítima quando estava tentando pegar as crianças e foi conduzido para a sede da SHPP”, disse o delegado.

Segundo o delegado Lúcio Rogério, a vítima foi encontrada por amigos e vizinhos em cima de sua cama com o travesseiro no rosto e levada para um hospital, onde ficou constado o óbito.

Cronologia dos fatos (versão da SSP)

Domingo, 13

14h36 - O acusado deixa Mariana e os filhos no condomínio, no Turu

15h11 - O suspeito voltar ao prédio da vítima

15h54 - Lucas Porto deixa o apartamento da vítima apresentando nervosismo

Final da tarde - Amigos e vizinhos encontraram Mariana desmaiada em cima da cama

Noite - Confirmada a morte de Mariana Menezes e detido o acusado

Segunda-feira, 14

Tarde - Lucas Porto participa de audiência de custódia, no Fórum, e a polícia não informa a motivação do crime

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