Eleição nos EUA

Obama prega unidade e diz que facilitará transição a governo Trump

''Não poderia estar mais orgulhoso dela'', disse presidente sobre Hillary; ele afirmou que candidatura de democrata foi histórica

Atualizada em 11/10/2022 às 12h43
Obama disse ontem que o país precisa de senso de unidade e respeito
Obama disse ontem que o país precisa de senso de unidade e respeito (Obama disse ontem que o país precisa de senso de unidade e respeito)

Washington - O presidente dos EUA Barack Obama se pronunciou ontem sobre o resultado da eleição presidencial e disse que instruiu sua equipe a garantir uma transição de sucesso para o próximo presidente, Donald Trump.

O presidente afirmou que o país precisa agora de um senso de "unidade, inclusão e respeito pelas instituições". "Somos todos americanos primeiro, patriotas primeiro. Todos queremos o que é melhor para o país", afirmou.

Ele pediu aos jovens americanos que se mantenham encorajados e não se tornem cínicos.

Obama também elogiou Hillary e disse que "não poderia estar mais orgulhoso dela". Disse ainda que sua candidatura foi "histórica" e "deixa uma mensagem às nossas filhas".

Ele afirmou que "não é segredo" que ele e Trump têm diferenças significativas, mas que o felicitou e o convidou para uma reunião na Casa Branca. O presidente falou sobre suas realizações no cargo e afirmou que sua equipe deixou um país melhor e mais forte do que oito anos atrás.

Obama participou ativamente da campanha da democrata Hillary Clinton, fazendo discursos e mesmo criticando a atuação do FBI na investigação dos e-mails da candidata. Ela foi acusada de usar seu servidor particular para tratar de assuntos confidenciais na época em que era secretária de Estado. Ao longo da campanha, Trump criticou a administração de Obama.

'Diálogo muito agradável'
A chefe da campanha de Trump, Kellyanne Conway, tinha dito mais cedo que Obama telefonou para Trump na madrugada de ontem, quando ele estava em um evento com partidários em Nova York. Ele respondeu à chamada logo depois de descer do palco. Os dois tiveram o que ela descreveu como um "diálogo muito agradável" e podem se reunir hoje.

O secretário de imprensa da Casa Branca, Josh Earnest, já havia dito a jornalistas na semana passada, a bordo do avião presidencial Air Forte One, que o presidente tinha sua agenda vaga nesta quarta e quinta para uma possível reunião com o eleito.

Hillary
Após a vitória ser confirmada pelas projeções, Trump disse que recebeu uma chamada de sua adversária democrata. "Ela me ligou para me parabenizar por nossa vitória, e eu a parabenizei por uma campanha muito, muito dura. Ela lutou muito forte", afirmou em discurso para seus partidários. O republicano também disse que os americanos têm com Hillary uma dívida de gratidão por seus anos de serviço ao país.

Em discurso ontem Hillary afirmou que a derrota nas eleições foi dolorosa e mostra o quanto a opinião pública dos Estados Unidos está dividida. O discurso aconteceu horas após o anúncio da vitória do republicano Donald Trump.

“Eu sei o quão desapontados vocês se sentem. É doloroso e vai ser por muito tempo. Nós vimos que a nossa nação está mais dividida do que pensávamos”, afirmou em um hotel de Nova York. A democrata estava nitidamente emocionada.

Bastante aplaudida, Hillary desejou sucesso a Trump e disse que espera que ele trabalhe em prol de todos os americanos.

Votação
O resultado da eleição americana foi definido por volta das 5h30 de ontem. Ao longo da noite, enquanto a apuração avançava, Trump conquistou vitórias surpreendentes em estados-chave, abrindo caminho para a Casa Branca.

Contrariando as sondagens, Michigan, Wisconsin e Pensilvânia votaram em um republicano pela primeira vez desde os anos 1980. Juntos, esses estados têm 46 delegados.

Além disso, Hillary perdeu em Flórida, Carolina do Norte e Ohio, que são alguns dos chamados "swing states" – que têm grande número de delegados no colégio eleitoral e onde, historicamente, não há favorito. Quase sempre, eles são decisivos nas eleições americanas. A Flórida tem 29 delegados, Ohio tem 18, e Carolina do Norte, 15. O candidato precisa ter 270 delegados para ser eleito presidente.

Para ganhar a eleição, os democratas contavam com votos dos estados do Centro-Oeste, como Iowa, Ohio e Wisconsin, por causa do tradicional apoio dos negros e dos trabalhadores brancos. Mas muitos dos brancos dessa região, especialmente sem formação universitária, decidiram votar em Trump.

A importância desse grupo para os democratas tinha sido subestimada em projeções feitas antes do pleito, segundo o jornal "The New York Times". Analistas dizem o apoio desses trabalhadores a Obama já tinha sido menor em 2012, principalmente pelo receio de perder o emprego para outros países.

Os trabalhadores rurais de estados centrais e do Norte também escolheram em peso o republicano e fizeram diferença no resultado.

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