Reforma

Ministro culpa a sociedade e os políticos pela crise da previdência

Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil, disse que a situação deficitária da previdência é culpa da omissão da classe política e da sociedade

Estadão Conteúdos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h43
Ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, defendeu a Reforma da Previdência
Ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, defendeu a Reforma da Previdência (Eliseu padilha)

BRASÍLIA - A Previdência chegou à situação deficitária em que se encontra por omissão da classe política e da sociedade brasileira, admitiu nesta terça-feira, 8, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, durante congresso da Fundação Ulysses Guimarães, do PMDB. "Todos fomos e somos culpados", afirmou. "Vimos a despesa crescendo acima da capacidade do Estado e deixamos". Ele comentou que, desde 1991, o gasto público brasileiro vem crescendo em média 6% acima da inflação, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) dificilmente chegou a isso. "Foi instalada uma fábrica de bondades", disse. "Há 25 anos, estamos cavando o buraco."

Agora, afirmou ele, chegou a hora de ajustar a conta e frear o crescimento do déficit público. Padilha encerrou sua participação no evento e seguiu para o Planalto, onde deve reunir-se com o presidente Michel Temer para finalizar a proposta da reforma da Previdência. "Ele bloqueou minha agenda para tratar da reforma", comentou.

Também presente no seminário em Brasília, o secretário executivo do Programa de Parceiras de Investimentos (PPI), Wellington Moreira Franco, fez uma rápida intervenção no congresso da Fundação Ulysses Guimarães e se dirigiu ao Palácio do Planalto, onde também tem participação agendada na reunião sobre a reforma da Previdência.

A reforma, disse Moreira, é uma peça fundamental para reequilibrar as contas públicas. "Se não conseguirmos o reequilíbrio fiscal, vamos levar a população brasileira a viver momentos extremamente dramáticos", alertou ele aos correligionários do PMDB. "Temos de dizer que cabe ao partido, suas lideranças na Câmara e no Senado e ao presidente Michel Temer a coragem de propor as medidas que nos tirem dessa encruzilhada". O Brasil, comentou ele, passa pela "mais grave crise econômica da história".

'Colapso fiscal'

Relator da PEC dos gastos da Câmara dos Deputados, onde o projeto já foi aprovado, o deputado Darcisio Perondi (PMDB-RS) disse que, se a despesa pública não for controlada e se a reforma da Previdência não ocorrer, haverá um "colapso fiscal" no Brasil. "A situação é caótica, a previsão é de colapso fiscal de dois a quatro anos. Vai ser a Grécia", alertou.

Ele lembrou que a PEC atingirá todos os poderes, inclusive o Legislativo e o "gastador" judiciário e que isso é necessário para tirar a economia brasileira da UTI. O deputado criticou os altos gastos do governo Dilma Rousseff e disse que é necessário constitucionalizar o teto dos gastos para evitar o que ocorreu com o governo petista. "O PT arranhou o Plano Real, arranhou a Lei de Responsabilidade Fiscal", acusou.

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