Uma visita técnica deverá ser feita, até sexta-feira, 11, pelo Ministério Público do Maranhão (MP), à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Estadual Presidente Vargas, em São Luís. De acordo com a Promotoria de Saúde, responsável pelo caso, o objetivo do trabalho é verificar as condições necessárias do local, que registrou no mês passado seis mortes, cujos registros estão sob investigação.

Além da visita, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) deverá encaminhar novos documentos com informações do histórico de atendimento desses pacientes. Até o momento, a pasta repassou ao MP as declarações de óbito. “Precisamos do maior número possível de informações, até para sabermos com calma o que aconteceu com essas pessoas”, disse a promotora de Saúde, Maria da Glória Mafra.

Segundo a promotora, a SES tem até o dia 11 deste mês para repassar os documentos solicitados. O MP quer saber se os óbitos têm relação direta com uma pane – confirmada a O Estado ontem pela SES, por meio de nota – ocorrida no dia 13 do mês passado, no sistema de oxigênio que alimenta a UTI do Hospital Presidente Vargas.

Em nota, a SES confirmou que alguns pacientes foram “transferidos de forma provisória” para uma ala do Hospital Carlos Macieira. No entanto, a pasta não informou – até o fechamento da edição on-line – quando essas transferências foram feitas e quantos pacientes estão no Carlos Macieira oriundos do Hospital Presidente Vargas.

Caso seja comprovada a relação da pane no sistema de oxigênio com as causas dos óbitos, será gerado um “processo criminal”, cuja autoria dependeria da responsabilização dada ao caso. “Teria de ser analisado, neste caso, se a responsabilidade sobre as mortes seria de um ou outro funcionário, ou mesmo do próprio Estado”, ponderou a promotora.

Até o fechamento desta edição, o Governo do Maranhão não se pronunciou sobre a possibilidade de visita técnica do Hospital Estadual Presidente Vargas. Na quinta-feira, 3, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que está realizando serviços de reforma na usina de oxigênio do Hospital Presidente Vargas, segundo exigências do relatório da Vigilância Epidemiológica e Sanitária Municipal.

A SES frisou ainda que trabalha na apuração das causas nas duas mortes de pacientes que estavam na UTI, e investiga se há alguma ligação entre os óbitos e o referido problema na usina.

RELEMBRE

Após a pane, no dia 17 do mês passado, a Promotoria de Saúde realizou a primeira visita ao Hospital Presidente Vargas. Na ocasião, a promotora Glória Mafra protocolou uma Ação de Obrigação de Fazer em favor de um paciente, de 61 anos de idade, que estava internado na UTI da unidade. De acordo com o MP, a medida foi necessária pois o paciente necessitava de “cuidados especiais”.

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