Estado Maior

Uma nova imagem

Atualizada em 11/10/2022 às 12h44

O prefeito Edivaldo Júnior (PDT) iniciou, tão logo confirmada a sua vitória em segundo turno nas eleições de São Luís, um projeto de realinhamento político-administrativo de sua gestão na capital maranhense. E a mudança de rumo implica fortalecer, sobretudo, a própria imagem como gestor e homem público.
Edivaldo trabalha desde então com técnicos da área de comunicação e marketing para analisar a imagem que restou de seu perfil no eleitorado. Apesar da vitória - apertada, diga-se, por sinal -, a avaliação do prefeito é a de que o eleitor mantém a ideia de que ele seja um gestor sem pulso, tutelado por outras lideranças.
Na avaliação dos aliados mais próximos, essa imagem construída em torno do prefeito tem explicação na gestão da comunicação da Prefeitura. A Secom sempre trabalhou a política de comunicação de modo a fortalecer não o prefeito, mas aliados seus em luta por um projeto de poder.
Nos primeiros dois anos, a área esteve fortemente atrelada ao PCdoB, com objetivo de construir as bases para a eleição do governador Flávio Dino, em 2014. Depois, a mesma Secom continuou a trabalhar a ideia de consolidação da “mudança” operada a partir da eleição de Dino.
Agora, os principais homens de mídia e propaganda do prefeito entendem que a Secom precisa construir, sobretudo, uma imagem sólida do próprio Edivaldo. Principalmente porque, a partir de 2020, quando encerrará o mandato, Edivaldo passará ao menos dois anos sem cargo eletivo; e precisa ter uma reputação de liderança estadual estabelecida, sob pena de ir para o ostracismo, a exemplo de outros ex-prefeitos.
Por isso é que o prefeito trabalha, ele próprio, na escolha de um gestor de comunicação e mídia vinculado diretamente ao seu propósito, que entenda exatamente seu modo de pensar. O problema é que, mesmo entre os aliados, não há ninguém com este perfil.

A mando?
O procurador do Estado Valdenio Caminha, que foi da direção anterior da OAB-MA e atuou no governo Flávio Dino, condenou a ação do Ministério Público contra a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB).
Para ele, ficou claro que os agentes do MP agiram com intuito de “execrar a imagem” da ex-governadora, atendendo a interesses do próprio Flávio Dino.
A ação do MP - que acaba demonstrando uma forte preocupação de Dino numa disputa com Roseana - será denunciada ao Conselho Nacional do Ministério Público.

Tucano
Atualmente no PSB, o senador Roberto Rocha é apontado como futuro comandante do PSDB no Maranhão.
Em Brasília, já é dada como certa a transferência do parlamentar para o ninho tucano, onde teve passagem de sucesso até meados da primeira década dos anos 2000.
Rocha deve, inclusive, representar o projeto de poder do partido nas eleições maranhenses de 2018.

Guerrinha
Uma disputa ainda de bastidores começa a se formar pelo setor de comunicação da Prefeitura de São Luís.
O deputado federal Weverton Rocha (PDT) e o publicitário Evilson Almeida - que contabilizam, a seu modo, os louros da vitória de Edivaldo Júnior - querem a prerrogativa da indicação.
Ocorre que o posto sempre foi uma espécie de feudo do PCdoB, desde o início da gestão de Edivaldo, sob o controle pessoal do secretário Márcio Jerry.

Bem maior
Quem saiu fortalecido do processo eleitoral em São Luís foi o secretário de Urbanismo, Diogo Lima.
Conhecido como “o operador de Edivaldo”, Lima foi responsável pela atração de apoios ao prefeito e da blindagem do pedetista em blogs e redes sociais.
Nos bastidores do grupo de Edivaldo já falam, inclusive, que o titular da Semur deve ganhar status de homem forte do governo.

Bem menor
Houve gestor que, pelo conjunto da obra, chega com imagem a enfraquecida ao fim deste primeiro mandato de Edivaldo Júnior.
Perderam força na gestão pedetista, por exemplo, os titulares do Governo, Lula Fylho, e da Cultura, Marlon Botão.
Lula e Botão acabaram enfraquecidos por falta de eficiência na gestão de seus setores no governo.

No prego
O número de quebras de ônibus nos dias que se seguiram ao segundo turno chamou a atenção dos críticos da Prefeitura.
É que o prefeito Edivaldo Júnior (PDT) reelegeu-se garantindo que “a licitação do transporte garante a entrada de apenas ônibus novos no sistema”.
Desde segunda-feira foram três os episódios de ônibus no prego em São Luís, incluindo um dos chamados articulados.

Demissões
A licitação do transporte pode resultar no fechamento de pelo menos duas empresas de ônibus em São Luís.
A Gemalog e a Menino Jesus de Praga, que perderam a licitação do lote 3, foram avisadas esta semana que suas linhas terão de ser repassadas aos vencedores a partir deste sábado, 5.
Com a perda das linhas, a Menino Jesus já anunciou que deve demitir cerca de 500 funcionários, entre motoristas, ficais e cobradores.

E MAIS

• O ex-deputado Ricardo Murad e a deputada Andrea Murad, ambos no PMDB, estudam transferência de partido ainda no início de 2017.

• A 1ª Zona Eleitoral, única em que Edivaldo Júnior perdeu no segundo turno, é a área de atuação do deputado Roberto Rocha e do vereador Fábio Câmara.

• Para evitar colapso no sistema, a Prefeitura tenta convencer empresas que venceram a licitação no transporte a absorver funcionários daquelas que perderão as linhas.

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