Eleições 2018

Reeleição de Edivaldo redefine cenários para o ciclo eleitoral de 2018 no Maranhão

Pelo menos quatro grupos distintos se movimentam politicamente em busca de consolidação para a sucessão do governador Flávio Dino, cuja candidatura à reeleição ainda é uma incógnita

Marco Aurélio D''Eça - Editor de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h44
Flávio Dino, Edivaldo e Weverton lideram os governistas
Flávio Dino, Edivaldo e Weverton lideram os governistas

A confirmação da vitória do prefeito Edivaldo Júnior (PDT) no segundo turno das eleições em São Luís abriu definitivamente a temporada de articulações para o ciclo eleitoral de 2018. E neste contexto, pelo menos quatro grupos distintos se movimentam com interesse pela vaga do governador Flávio Dino (PCdoB) e pelas duas vagas de senador em disputa no estado.

O governador Flávio Dino (PCdoB) é o candidato natural à própria sucessão, e o único nome do grupo já posto para a disputa. Mas a conjuntura política nacional pode fazê-lo optar por outros rumos, incluindo uma disputa presidencial – ou uma vaga para um Senado fortemente influente a partir de 2019. Neste caso, Dino terá que encontrar um sucessor, que pode ser o prefeito de São Luís, Edivaldo Júnior (PDT), ou o próprio Roberto Rocha, em mais uma composição pontual"
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O principal grupo, obviamente, é liderado pelo próprio Flávio Dino, que pode concorrer à reeleição ou definir um candidato de sua base de apoio, buscando vôos mais altos. Neste aspecto, a tendência é que Dino líder uma coligação de esquerda, tendo o seu PCdoB à frente, com apoio do PT e do PDT, hoje comandado pelo deputado federal Weverton Rocha, pré-candidato aberto a uma das vagas no Senado.

Roberto Rocha deve assumir o PSDB no lugar de Brandão
Roberto Rocha deve assumir o PSDB no lugar de Brandão
A “dissidência” governista para as eleições de 2018 tem nome e sobrenome: Roberto Rocha. O senador, com mandato garantido até 2022, não tem outra alternativa para 18 se não a disputa pelo governo. E se articula nacionalmente para viabilizar seu projeto, abrindo possibilidade de retorno ao PSDB, o que lhe garantiria palanque forte e tempo na propaganda eleitoral. Mas Rocha não descarta alianças, nem com o grupo de Flávio Dino, nem com o chamado Gurpo Sarney. As conjunturas nacional e local irão influenciar o posicionamento do senador socialista"

Dino pode ainda atrair o PSB, caso se confirme a transferência do senador Roberto Rocha (PSDB) para o PSDB. E é exatamente Rocha o articulador do outro grupo posto para a disputa de 2018. Com mandato até 2022, a Rocha só interessa uma vaga nas próximas eleições: a de candidato a governadora.

Roseana Sarney e João Alberto lideram a oposição
Roseana Sarney e João Alberto lideram a oposição
A ex-governadora Roseana Sarney é o nome principal dos oposicionistas, liderados pelo PMDB. Mas ela pode ser tanto candidata a governadora quanto a senadora. E pode, inclusive, diante da conjuntura, optar por outros mandatos, até mesmo de deputada estadual, que sempre lhe atraiu. Neste caso, duas opções surgiriam para o grupo Sarney: ter o atual senador como candidato ao governo, ou consolidar o ministro Sarney Filho (PV) como opção ao Senado, seja na chapa de Flávio Dino, seja na chapa de Roberto Rocha"

Com o PSDB sob seu comando, ele garante meio caminho para consolidar seu projeto. E pode ter ainda o DEM, o próprio PSB, o PP e o PPS, consolidando a frente nacional a ser liderada pelos tucanos.

Grupo formado a partir das eleições de 2016 tem o prefeito eleito Hilton Gonçalo e o deputados estaduais Eduardo Braide Wellington do Curso como principais lideranças. Problema: todos querem disputar o governo ou o Senado, e precisarão chegar a um consenso que não esfacele o grupo. A quarta via também desperta o interesse do ex-governador José Reinaldo Tavares, que pode tanto disputar o governo como também uma vaga no Senado. E ainda pode contar com a deputada federal Eliziane Gama, outra dissidente do grupo de Flávio Dino"

Oposição - A oposição tem como principal partido o PMDB, que deve se aliar ao PV no Maranhão. As duas legendas reúnem algumas das principais lideranças políticas do Maranhão, e tem na ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) o principal nome para a disputa, embora o senador João Alberto também se manifeste interessado na vaga.

O projeto de oposição passa também pelo ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV), cotado para disputar uma das vagas no Senado. Sua candidatura pode, inclusive, forçar uma aliança da oposição com o grupo de Roberto Rocha. Ou mesmo com o grupo governista, como defendido por alguns aliados do governador Flávio Dino.

O quarto grupo formado para as eleições de 2018 é resultado direto do pleito municipal em São Luís, e tem como principais lideranças o segundo colocado na disputa na capital maranhense, deputado estadual Eduardo Braide (PMN), o prefeito eleito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (PCdoB) e o deputado estadual Wellington do Curso. (PP).

Apelidado de “a quarta via”, o grupo tem o incentivo do ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB) e do prefeito eleito de São José de Ribamar, Luis Fernando Silva (PSDB). E pode atrair, também, a deputada federal Eliziane Gama (PPS).

Vaga no Senado tem forte influência do governo

A quarta via tem Hilton Gonçalo, Eduardo Braide, Wellington do Cuso e Rose Sales
A quarta via tem Hilton Gonçalo, Eduardo Braide, Wellington do Cuso e Rose Sales

As últimas seis eleições maranhenses mostraram que a disputa pelas vagas de senador sofrem influência direta da disputa pelo Governo do Estado. E geralmente, quem vence a eleição de governo acaba por fazer também as vagas de senador.

Em 1994, a então deputada federal Roseana Sarney (PFL) disputou o Governo do Estado tendo como candidatos a senador os pefelistas Edison Lobão e Alexandre Costa. Roseana foi para o segundo turno como favorita, e garantiu a eleição do dois senadores de sua chapa.

Em 1998 Roseana venceu uma eleição praticamente internada em um hospital, e garantiu a vaga de senador para João Alberto de Sousa (PMDB).

Em 2002, foi a própria Roseana Sarney quem disputou o Senado, ao lado de Edison Lobão. O candidato a governador do grupo era o então vice José Reinaldo Tavares (PFL), que venceu Jackson Lago (PDT) em primeiro turno e garantiu a eleição dos dois senadores.

Em 2006, Roseana disputou o Governo do Estado e venceu o primeiro turno, garantindo a eleição de Epitácio Cafeteira (PTB) para o Senado. O segundo turno foi vencido por Jackson Lago, que depois perdeu o mandato, sob acusação de crime eleitoral.

Roseana Sarney voltou a eleger seus dois senadores em 2010 – Edison Lobão e João Alberto (ambos do PMDB), mantendo a escrita da vinculação das candidaturas majoritárias.

A escrita foi confirmada em 2014 pelo próprio governador Flávio Dino (PCdoB), que elegeu Roberto Rocha (PSB) em sua chapa, numa acirrada disputa contra o x-ministro Gastão Vieira (hoje no Pros).

Em 2018 a vinculação das chapas de senador e de governador deve ser mantida, sobretudo pelo interesse de Flávio Dino de eleger aliados para a Câmara Alta. Mas a disputa deve ser dura, diante das alternativas de oposição.

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