Coluna do Sarney

O ódio e a perseguição

Atualizada em 11/10/2022 às 12h44

Nada mais ignóbil na pessoa humana do que o ódio. Ele está na gênese de todos os crimes que destroem a convivência humana. Se tivéssemos que fazer uma fórmula química para construí-lo, a primeira substância a colocar como básica seria a inveja. Depois colocaríamos a raiva, a deformidade de caráter, a tendência à violência, e a ausência de qualquer sentimento em relação a valores. O ódio embrutece, corrompe, deforma, e cresce suas raízes transformando as pessoas e as envolvendo contra a maneira de pensar, como o baobá do famoso livre de Exupéry, O Pequeno Príncipe. Quem é escravo do ódio jamais saberá o que é o amor, a bondade, a felicidade. Será sempre amargo e seu desejo é destruir as pessoas, julgá-las todas como inimigos e destinadas a serem jogadas no Inferno. Sua alegria é fazer o mal e ver as pessoas sofrer.

Na política ele leva a vermos como se materializa, na lembrança da Place de la Concorde, na Revolução Francesa de 1789, onde foi erigida a famosa Guilhotina. Começou como expressão mais alta com a cabeça de Luís XVI e de Maria Antonieta e terminou com a de Robespierre, o idealizador da perseguição, achando que os problemas são resolvidos pela violência, e sempre o perseguidor termina exterminado.

Mas tem o ódio que finge, e atrás dele está o mais execrável caráter que veste a túnica de pureza sendo o mais sujo. Carlos Lacerda, num discurso memorável que fez e por mim assistido, num tempo em que os discursos tinham títulos, A corrida dos Toros Embolados, proferiu uma violenta crítica àqueles que o insultavam e o responsabilizavam por tudo dizendo que tudo aquilo não era sentido nem verdadeiro. E terminou dizendo que na Câmara esses que espumam violência verbal são os mais amorais e se pintam de anjos e nada mais são do que fariseus: “Aqui - disse Lacerda - até o ódio é fingido”.

Quanto na vida tenho sido alvo desse tipo de ataque. O ódio que contra nós se coloca é inveja não é ódio. Inveja das sementes que Deus me deu e que eu não joguei nas pedras, mas semeei para colher os frutos da BONDADE, do amor, do querer bem e trabalhar pelo meu estado, meu país e numa boa ambição, pela humanidade.

Aqui no Maranhão nunca tivemos por norma perseguir as pessoas. Até a política era feita de adversários e não inimigos. Esse comportamento de pensar que a política é uma Guerra é de Lenine. Foi ele e Stalin quem procederam assim e são marcados até hoje pelos milhões de mortos que fizeram, só superados pela guerra dogmática das religiões.

No passado alguns governantes tiveram essa conduta, como o Cabrinha, DENTE DE ALHO, de que nos fala João Lisboa.

DEUS salve o Maranhão dessa epidemia maldita, de colocar ódio e a perseguição no caminho do Estado, que sempre viveu em paz.

Tenho dito várias vezes dando graças: Deus poupou-me do sentimento do ódio. Ele faz mal a gente e nos destrói no ressentimento.

José Sarney

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