Poluição

Esgoto in natura volta a jorrar na praia do Calhau

Situação foi observada na manhã de sexta-feira, poucos dias após novo laudo de balneabilidade atestar que as praias da Ilha estão próprias para o banho

Atualizada em 11/10/2022 às 12h44
Água escura escorre da foz do Rio Calhau em direção ao mar; laudo atesta que praias estão próprias para banho
Água escura escorre da foz do Rio Calhau em direção ao mar; laudo atesta que praias estão próprias para banho (Praia)

O Governo do Estado vem informando há pouco mais de um mês que as praias da Região Metropolitana de São Luís estão em boas condições de balneabilidade e, consequentemente, próprias para o banho. No entanto, não é o que aparenta, pois o esgoto in natura voltou a ser lançado diretamente na Praia do Calhau.

A situação foi flagrada por O Estado na manhã de sexta-feira. Nesse dia, uma mancha negra estava escorrendo na foz do Rio Calhau e indo em direção à praia. A cor escura do líquido foi causada pela quantidade de esgoto in natura que é despejado na foz do rio e esse, por sua vez, foi de encontro ao mar.

Esse mesmo problema já havia sido registrado outras vezes no local. A ocorrência mais recente aconteceu em março deste ano e chamou a atenção de todas as pessoas que passavam na orla. Na ocasião, o Governo do Estado informava que as praias ainda estavam impróprias para o banho.

Sobre o problema ocorrido na sexta-feira, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema) informou, em nota, que durante a coleta de amostras de água nas praias de São Luís e São José de Ribamar, para laudo de balneabilidade, na tarde de quarta-feira, 2, a equipe do Laboratório de Análises Ambientais da Secretaria constatou lançamento de esgoto na foz do Rio Calhau, em São Luís, em direção à praia. Na ocasião, os técnicos fotografaram e coletaram a amostra da água, tomando, assim, as providências necessárias, entrando inclusive em contato, imediatamente, com a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema). Na sexta-feira, 4, foi enviado técnico ao local para verificar novamente as condições, e não houve mais o registro da mancha negra.

Despoluição
Após o trabalho de interceptação de esgotos feitos pela Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), conforme o Governo do Estado, laudos mostraram que todos os 21 pontos constantemente monitorados da orla marítima de São Luís pelo Laboratório de Análises Ambientais (LAA) apresentam condições próprias para banho.

No entanto, esse mesmo laudo que atesta as condições de banho das praias da região metropolitana foi colocado em xeque durante uma audiência realizada no dia 19 do mês passado. Durante o encontro, realizado na Assembleia Legislativa e coordenado pelo deputado estadual Adriano Sarney (PV), pesquisadores da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) afirmaram que não é possível afirmar que a orla da Grande Ilha esteja limpa, pois os rios, por exemplo, que afluem para o mar (como o Bacanga e o Calhau) ainda apresentam índices “acima da média” de coliformes fecais.

Segundo a professora do Núcleo de Geociências da UFMA, Ediléia Pereira, além do fato que comprova a elevação dos níveis de coliformes dos rios afluentes, seriam necessárias contraprovas para a eficácia dos laudos. “A meu ver, não há como tecnicamente afirmar que, de um mês para o outro, a cidade, que tinha apenas nove pontos liberados para banho, tenha no mês seguinte, 21 pontos próprios para o uso da população”, questionou na época a pesquisadora.

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