diz Astro de Ogum

“Enfrentamos os problemas, planejamos e conseguimos reorganizar o Legislativo Municipal”, diz Astro de Ogum

Presidente da Câmara Municipal de São Luís, em entrevista a O Estado, falou sobre os avanços em sua gestão e também sobre a eleição para mesa diretora da próxima legislatura

Carla Lima

Atualizada em 11/10/2022 às 12h44

Eleito para o quinto mandato consecutivo, o vereador Astro de Ogum (PR), é o atual presidente da Câmara Municipal de São Luís e deverá continuar no comando da Casa quando tiver início da próxima legislatura em fevereiro de 2017.

Em entrevista exclusiva a O Estado, o presidente falou sobre temas polêmicos como a realização do concurso público após os mais de três séculos de existência do Legislativo Municipal, afirmou que a crise financeira foi contornada na Casa e que problemas como a aposentadoria de servidores estão sendo sanados.

Sobre a eleição para a mesa diretora, Astro de Ogum garante que não há definição fechada a seu favor e nega que tenha o apoio do prefeito Edivaldo Holanda Júnior para continuar a presidir a Casa.

O Estado: O senhor completará até o fim de janeiro o seu mandato de presidente da Câmara. O que destacar?

Astro de Ogum: Todo gestor tem desafios e levando em consideração a situação que passa pelo país, os desafios são maiores. Mas digo que a gente conseguiu sanear as finanças da Câmara Municipal de São Luís. Digo com muito orgulho, após quase dois anos presidindo a Casa, não há débitos com fornecedores. Não devemos uma caixa de fósforo a fornecedores. Enfrentamos os problemas, planejamos e conseguimos reorganizar o Legislativo Municipal. O que passou o prefeito Edivaldo Holanda Júnior ao assumir a Prefeitura, nós passamos quando assumimos a Câmara só que em proporções menores, claro, mas com cautela, planejamento e dedicação resolvemos muitos problemas da Casa.

O Estado: Um dos compromissos assumidos pelo senhor quando eleito presidente da Câmara foi a realização de um concurso público. O que aconteceu para esse compromisso nunca ter saído do papel?

O concurso público será uma realidade. Temos essa meta a ser alcançada. Ainda não foi possível ser feito porque estávamos organizando a Casa. Definindo funções, verificando situação de servidores, trabalhando questões salariais, aposentadorias. Tudo para definir número de vagas do concurso, funções e, então, lançar o edital. E com isso, posso garantir que o concurso já está bem próximo de acontecer.

O Estado: E quanto a Justiça, que determinou a realização do concurso, não cobrou a realização do certame?

Sabemos que há uma decisão judicial determinando a realização do concurso, mas não se pode fazer algo desse tipo sem ter a organização devida. É fácil perceber que não se pode fazer um concurso sem a devida organização. Já organizamos a Casa e agora vamos fazer esse concurso.

O Estado: O senhor garantiu que a Câmara não passa por dificuldades financeiras mesmo em um momento de crise. Mas há questões quanto ao INSS. Essas foram sanadas também?

A nossa dificuldade hoje não é financeira. Nosso problema maior é a questão do INSS. Esse impasse vem de muitos anos e ainda estamos trabalhando para resolver todos os problemas no que se refere a aposentadoria. Também estamos sanando problemas relacionados com o Ipam. Nem todas as situações foram resolvidas, mas já conseguimos avançar. E vamos continuar trabalhando para resolver porque sabemos que uma das maiores preocupações de um trabalhador é com sua aposentadoria.

O Estado: O senhor disputará a presidência da Câmara em 2017 com o apoio do prefeito Edivaldo Holanda Júnior?

Eu não posso dizer nesse momento que o prefeito se pronunciou [sobre apoio para presidência da Câmara] porque isso não ocorreu. O que temos é um grupo e que estamos conversando e tentando criar uma conjuntura para ver o que acontece. Mas não tenho garantia de nada. A única certeza que tenho é que consegui a reeleição por decisão do povo e com a ajuda de Deus que me permitiu a chegar no quinto mandato consecutivo.

O Estado: Há uma vontade sua de continuar a presidir a Câmara? O que lhe habilita a querer o comando da Casa por mais dois anos?

Não me sinto à vontade para falar se mereço ou não continuar a presidir a Câmara de São Luís. Isso é uma avaliação que pode ser feita pelos funcionários da Casa, pela imprensa e pelos vereadores, que são os que escolhem os membros da mesa diretora. Agora o que vejo é muito especulação, que na minha interpretação, é uma forma de desgastar a minha imagem. Já divulgaram de forma equivocada que eu serei o secretário de Cultura do município e se não for, eu indicarei. Tudo especulação sem qualquer fundo de verdade. Quero dizer que Deus é quem conduz o meu destino.

O Estado: Mas há uma vontade sua de continuar a presidir a Câmara?

A gente começou um trabalho e já estamos com um ano e dez meses. Digo que não temos hoje dificuldades financeiras tanto que já temos caixa para pagar o mês de dezembro e também a possibilidade de abono. Vamos consultar o Ministério Público e verificar se isso é possível. Se for, vamos pela primeira vez, pagar abono para servidores. Falo isso para demonstrar que temos um compromisso sério de administrar a Câmara. Mas o futuro a Deus pertence.

O Estado: Essa legislatura ainda não terminou e até o fim do ano os vereadores devem ficar envolvidos com a votação do Orçamento. Tem previsão para entrar em pauta? A Prefeitura pode ter dificuldades em aprovar a proposta?

Eu espero que haja um entendimento e que o orçamento seja votado sem problemas. Sem grandes dificuldades. Sabemos que temos a oposição, mas acredito que não deva haver tantos conflitos porque esse projeto é de interesse da sociedade.

O Estado: E para a próxima Legislatura, o senhor, que faz parte da base do prefeito, acredita que Edivaldo Júnior terá maioria na Casa?

Tivemos 48% de renovação e, por isso, digo que o Poder Executivo deve abrir o canal de diálogo para fazer uma base forte que possa contribuir com a Prefeitura nesses próximos quatro anos. Acredito que a base deva ser de pelo menos 22 vereadores já que essa foi a quantidade de parlamentares que estavam com o prefeito Edivaldo nesse segundo turno. Mas governabilidade passa por apoios e esses são conseguidos com diálogo.

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