O feriado em homenagem ao dia de Finados mobilizou, durante todo o dia de ontem (1º), 110 mil pessoas a irem aos principais cemitérios da Grande Ilha. Por causa do grande fluxo de pessoas circulando, em algumas avenidas da Região Metropolitana de São Luís foram registrados engarrafamentos. A data também serviu para o complemento da fonte de renda de muita gente.

No cemitério Parque da Saudade, no bairro Vinhais, desde às 6h da manhã de ontem, era grande a movimentação de frequentadores. Entre as pessoas que estiveram visitando os túmulos, o sentimento era de dor e saudade pela perda do ente querido. O aposentado José Aildo, de 57 anos, repetiu no feriado de Finados o mesmo ritual realizado por ele há 23 anos, ou seja, visitar o túmulo de seu irmão, que faleceu em 1993. “ Eu venho com a minha esposa e meus filhos, mas, no momento das orações, prefiro ficar sozinho e relembrar, com muita saudade, do meu irmão querido”, disse.

A dona de casa Gardênia Nogueira, de 39 anos, estava sozinha no cemitério orando pelo pai, mãe e irmã dela, também falecidos. “ Eu gosto de vir só, pois sempre me emociono e peço a Deus que, onde quer que estejam, possam estar em paz”, disse. Protegida pela sombra de uma árvore, a pintora Dileuza Diniz – apesar do forte calor que a incomodava – buscava conforto emocional ao lado do túmulo de sua mãe. “A morte é algo que a gente, simplesmente, não consegue explicar. Somente se sente, e como sente. Muita saudade das pessoas que se vão e muitas histórias vividas”, afirmou.

O cemitério do Gavião, na Madre Deus, também registrou grande número de frequentadores durante todo o dia de ontem. A funcionária pública Sebastiana Coelho, moradora da Cohab, se emocionou quando falou a O Estado sobre o sentimento de estar ao lado do túmulo da mãe dela. “As pessoas devem zelar sempre pela vida de seus pais. Só Deus sabe que dor nós sentimos quando perdemos nossos pais”, disse.

A administradora do Cemitério do Gavião, Maria Helena Damous, disse que o grande movimento de pessoas no local era esperado. “Em uma data como esta, as pessoas querem saber, inclusive, em quais condições estão os seus túmulos. É quase um dia também para a prestação de contas conosco”, afirmou.

Outro cemitério que recebeu grande número de pessoas foi o Jardim da Paz, na estrada de Ribamar. De acordo com a administração do local, das 8h às 17h de ontem, cerca de 20 mil pessoas passaram pelo cemitério.

Trânsito

Por causa do grande número de pessoas que desejavam ter acesso ao cemitério Jardim da Paz, em Ribamar, a MA-201 – que dá acesso ao município – registrou grande congestionamento durante a manhã de ontem, no sentido Anil-Ribamar. Em determinado horário, a fila de carros chegou até o bairro Planalto Pingão. Agentes da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) tentavam, sem sucesso, melhorar o fluxo de veículos no trecho.

Comércio

O feriado não foi apenas marcado por homenagens. Pessoas que desejavam complementar a renda aproveitaram a data para lucrar, seja com a comercialização de arranjos de flores, ou com a venda de lanches. Uma caixa de velas com seis no total, que normalmente custaria R$ 2,50, era vendida ontem na entrada dos cemitérios por R$ 10.

Na economia, o Dia de Finados é considerado a terceira data mais importante no setor florista, dada a alta demanda por flores para enfeitar os túmulos e jazigos.

Outra função comum no dia de Finados, é o “arrumador de túmulo”. Normalmente, este tipo de ajudante cobra até R$ 30 por serviço. O autônomo Ronaldo Veríssimo, morador do bairro Angelim, comemorou a procura pelo seu serviço no cemitério Parque da Saudade. “Está dando para lucrar bem neste dia”, disse.

Fé

O dia de Finados também é um dia em que os cristãos aproveitam para renovar sua fé. No cemitério do Gavião, foram realizadas ontem missas em alusão aos que já se foram. Às 17h, houve celebração de missa no local com o arcebispo de São Luís, dom José Belisário.

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