Boca de urna

TSE registra 88 prisões por boca de urna

Justiça registrou 309 ocorrências em todo o país, nenhuma delas envolvendo diretamente os candidatos em disputa

Atualizada em 11/10/2022 às 12h44
(Ministro Gilmar Mendes anuncia julgamento do caso Lula)

BRASÍLIA - Balanço divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aponta que, nas eleições deste domingo, 30, 88 pessoas haviam sido presas nosegundo turno nas eleições municipais em 57 cidades.

Dessas 48, 40 foram presas por boca de urna; três, por propaganda ilegal; uma, por uso irregular de alto-falantes; e quatro, por motivos não informados.

Ao todo, segundo o TSE, foram registradas 309 ocorrências – todas com não candidatos.

O boletim divulgado pelo tribunal informava que dois candidatos do Ceará haviam sido notificados por boca de urna, sem prisão. Na nova atualização, já à noite, entretanto, o número de notificações a candidatos caiu para zero.

De acordo com o TSE, foi entendido que as ações que poderiam ser classificadas como boca de urna foram praticadas por pessoas ao redor dos candidatos, e não por eles. Com isso, as notificações foram retiradas.

Urnas
Segundo o balanço divulgado pela Justiça Eleitoral, o número de urnas substituídas chegou a 711, o equivalente a 0,771% do total. Apesar disso, todas as seções, até esse horário, seguiam com votação eletrônica, sem necessidade do voto em papel.

Os estados com o maior número de urnas substituídas foram Rio de Janeiro (212), São Paulo (118) e Ceará (103).

De acordo com o TSE, foram disponibilizadas 93.532 urnas para este dia eleição. Desse total, 12.477 mil estarão disponíveis para trocar equipamentos quebrados (e 1.703 disponíveis para justificativas de ausências).

Gilmar Mendes
Por volta das 17h, o presidente do TSE foi à sede do tribunal acompanhar o início da apuração do segundo turno.

Em rápida entrevista a jornalistas, repetiu que a eleição “transcorreu num clima de paz, de normalidade”. Destacou, no entanto, a situação de Curitiba e Santa Catarina, onde a Justiça Eleitoral teve de mudar locais de votação por conta de escolas ocupadas por alunos que protestam contra o congelamento de gastos na educação.

Gilmar Mendes disse que a Justiça Eleitoral vai levantar quanto custou a operação, sem, no entanto, dizer se os valores serão cobrados dos responsáveis pelas ocupações.

“O que já sabemos é que isso envolveu custos para a Justiça Eleitoral, em Santa Catarina e também em Curitiba. De qualquer forma, a Justiça Eleitoral tomou todas as providências para que houvesse a nova alocação, comunicando também, e esse foi o grande esforço, os eleitores, porque envolvia um novo endereço… tudo já estava divulgado. Mas tudo correu bem, depois vamos informar os custos quanto à operação”, disse.

Mais

De acordo com o TSE, 12 cidades em cinco estados receberam apoio da Força Nacional de Segurança e das Forças Armadas para garantir a segurança e a logística da eleição. O efetivo de militares, informou o tribunal, é de cerca de 13 mil militares.

Eleição atingiu quase 33 milhões
Ao todo, 32,9 milhões de eleitores estavam aptos a votar neste domingo em postos de votação em todo o país para eleger, em segundo turno, os prefeitos de 57 municípios (114 candidatos).

Dessas 57 cidades, 18 são capitais e, 39, municípios com mais de 200 mil eleitores. Nas seções eleitorais atuarão 390.237 mesários, dos quais 182.308 voluntários.

Do total de eleitores, quase 13 milhões estão aptos a votar pelo sistema biométrico, por meio do qual são identificadas as impressões digitais.

Os eleitores com títulos registrados nessas 57 cidades nas quais há segundo turno que não conseguiram votar nem justificar a ausência no primeiro turno podem votar normalmente neste domingo.

Caso o eleitor esteja fora de sua cidade neste domingo, poderá justificar a ausência em postos da Justiça Eleitoral instalados nos municípios para a justificativa.

Se o eleitor não puder apresentar a justificativa neste domingo, deverá fazer isso até 29 de dezembro para ficar em dia com a Justiça Eleitoral.

Crivella vence eleição no Rio de Janeiro

Candidato do PRB obteve 59% dos votos válidos e se elegeu após três tentativas

O candidato do PRB, Marcelo Crivella, foi eleito prefeito do Rio de Janeiro, com 59% dos votos válidos no segundo turno, realizado neste domingo, 30. Marcelo Freixo, do Psol, obteve 40% dos votos válidos.

Chamou a atenção o elevado percentual de abstenções, votos brancos e nulos, que somam 47% do total de votos (27% de abstenções, 16% de nulos e 4% de brancos).

Pesquisa de boca de urna já apontava para vitória de Crivella com 57%. Marcelo Freixo somava 43%.

Quando votou, na manhã deste domingo, Crivella reforçou que, se eleito, iria cumprir todas as promessas feitas durante a campanha eleitoral.

“Trabalhei muito, apresentei minhas propostas, fui a todos os debates. Se o povo do Rio de Janeiro decidir que eu mereço a honra de me engrandecer, servindo a eles, vou me devotar como nunca na vida, a cuidar sobretudo da saúde, educação, transporte, segurança em todos os dias do mandato. Vou cumprir meu mandato cumprindo todas as promessas que fiz, lutando arduamente por essa cidade onde eu nasci, para que a gente possa evoluir na nossa marcha pelo progresso”, disse.

Crivella disse que irá “arregaçar as mangas e trabalhar muito” já que, segundo ele, há muitas obras a serem feitas na cidade, principalmente de saneamento básico em comunidades cariocas.

Mais

O candidato Marcelo Freixo, do Psol, destacou neste domingo (30), após a confirmação de que Marcelo Crivella (PRB) havia vencido a eleição para prefeito no segundo turno do Rio de Janeiro, que a sua luta estava apenas começando. "Nós vencemos essa eleição, devolvemos as pessoas para as praças públicas, devolvemos a alegria para a eleição. Não foram poucos os que se emocionaram. Esta foi uma campanha coletiva", afirmou, acrescentando: "O Rio serve de exemplo para o Brasil inteiro. Temos muito orgulho de estar aqui. Estamos em praça pública porque nosso sonho não é feito em salas fechadas." "Nada termina hoje. É só o começo de uma luta muito grande" afirmou para um grande público que o esperava na Cinelândia, no Centro do Rio.

Alexandre Kalil é o novo prefeito de Belo Horizonte

Alexandre Kalil (PHS) é eleito prefeito de Belo Horizonte. O resultado foi confirmado com 97% das urnas apuradas, quando o candidato alcançou 53,31% dos votos. Ele derrotou o candidato João Leite (PSDB), que disputava pela terceira vez a eleição na capital mineira.

Alexandre Kalil tem 57 anos e é empresário. Ele foi presidente do Atlético-MG. Na política, Kalil vai para a primeira candidatura. Em 2014, ele chegou a ser pré-candidato a deputado estadual, mas desistiu do pleito.

A campanha de Kalil foi marcada por polêmicas. O candidato João Leite o acusava de ter uma dívida de IPTU de uma das empresas dele e o empresário admitiu o débito com a prefeitura. Outra denúncia da campanha de João Leite contra Kalil foram dívidas trabalhistas com vários ex-empregados da construtora que administra. Kalil confirmou que há processos na Justiça contra a empresa dele, mas que a empresa estava em dia com a grande maioria dos ex-empregados.

Os debates entre os candidatos foram acalorados. Kalil, ex-presidente do Galo, chegou a dizer que João Leite, que foi goleiro do time nos anos 80, era um goleiro meia-boca. Kalil também dizia que João Leite representava a “velha política”, enquanto ele adotou o slogan “chega de político, é hora de Kalil”.

Durante a campanha, Kalil visitou Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) e disse que, se eleito, faria com que as unidades funcionassem com médicos e enfermeiros 24 horas por dia. O prefeito eleito também disse que cobraria do governo federal a verba necessária para ampliar o metrô.

Sobre transporte, Kalil também disse que iria cobrar os empresários de ônibus a renovação da frota a cada três anos. Ele também prometeu abrir a “caixa preta” da Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte (BHtrans), se referindo ao lucros das empresas.

Na segurança, Kalil prometeu dobrar o efetivo da Guarda Municipal e iluminar as vias mais escuras, para garantir que, principalmente, as mulheres sintam-se seguras para andarem nas ruas.

Na entrevista da vitória, na porta do apartamento onde mora, no bairro Lourdes, Kalil disse que o governador Fernando Pimentel (PT) já havia ligado pra ele para parabenizar pela eleição, antes mesmo de 100% das urnas apuradas.

"Tô muito feliz. Eu quero agradecer por essa vitória. Eu quero dizer para Belo Horizonte que nós vamos governar pra todos. Essa cidade vai se tornar uma cidade melhor. Nós vamos lutar para ajudar esse povo tão sofrido, como eu falei desde o início da campanha. Eu tô muito satisfeito, eu tô muito orgulhoso porque as noites que eu chorei no meu quarto sozinho com a minha mulher porque como eu tenho dito valeu a pena. Não guardo mágoa de ninguém. Eu não guardo pódio de ninguém", disse Kalil.

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