Levantamento divulgado ontem pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) apontou que quase metade da malha rodoviária do Maranhão – ou mais especificamente 48,6% dos 4.551 quilômetros de estradas federais e estaduais – está mal sinalizada. De acordo com a CNT, em 57,6% do total da estrutura rodoviária do estado não há sequer placas de limite de velocidade.

Ainda segundo a pesquisa, em 1.800 quilômetros de estradas que cortam o Maranhão as placas de sinalização estão desgastadas - por apresentarem ferrugem ou falta de tinta - ou totalmente ilegíveis. Outro fator que contribui para o dado negativo é a ausência de manutenção da malha rodoviária. Segundo a CNT, 193 quilômetros de rodovias no estado registram placas cobertas parcial ou totalmente pela vegetação. Outros 3.498 quilômetros não apresentam o problema.

A CNT revelou ainda que em 2.372 quilômetros de estradas no Maranhão, a faixa central (sinalização utilizada para dividir a pista) está com a pintura desgastada ou inexistente. Apenas 1,3% da malha rodoviária maranhense possui “pista dupla com canteiro central” o que, de acordo com os especialistas, seria a condição ideal da estrada para evitar ou minimizar os riscos de acidentes.

De acordo com o chefe do Setor de Comunicação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Maranhão, inspetor Antônio Noberto, um trecho de rodovia bem sinalizada pode significar um diferencial entre o registro ou não de um acidente. “ A educação no trânsito se mantém devido a três pilares: infraestrutura, fiscalização e educação. Quando não se tem a estrutura necessária de sinalização, há prejuízos em todos estes conceitos. Além disso, o motorista, especialmente em condições adversas de chuva, precisa de sinalização para ter referências e evitar acidentes”, explicou.

Péssima

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) informou também que a MA-006 – que possui 547 quilômetros de extensão e corta municípios como Arame e Grajaú – está avaliada como péssima. Entre os itens que foram alvos do estudo, estão a pavimentação, a sinalização, além da geometria da via.

Além da MA-006, outras rodovias estaduais também estão em condições consideradas ruins, como as MAs 034, 106, 230 e 315. De acordo com o levantamento, cinco rodovias estaduais (006, 106, 230,303 e 345) estão com sinalização péssima.

Considerando as rodovias federais, ainda segundo a pesquisa, as BRs 010 e 316 estão em condições boas. Outras cinco rodovias (135, 222,226,230 e 402) foram avaliadas como regulares.

Sinfra informa

A Secretaria de Estado da Infraestrutura (Sinfra) informa que aguarda a aprovação de financiamento para a reconstrução da rodovia MA-006. A Sinfra esclarece ainda, que a referida rodovia, construída no início da década de 1980, vem sofrendo desgaste devido à Região Sul do Estado ter sido transformada em uma fronteira agrícola.
Em decorrência do intenso fluxo de veículos pesados, a rodovia teve o prazo de durabilidade antecipado, isso porque foi dimensionada, à época, apenas para cargas oito vezes menores, do que as trafegadas nos dias de hoje.
Quanto à sinalização das rodovias mencionadas no relatório da CNT, o governo está em fase de conclusão do Termo de Referência, para licitar a sinalização vertical, horizontal e turística das MAs.

Relembre

Em julho deste ano, oito pessoas morreram em um acidente no km 30 da BR-135, por volta das 8h30. De acordo com informações da PRF, as vítimas estavam em um veículo Corsa Classic que seguia no sentido interior- São Luís quando foram atingidas por um caminhão que vinha no sentido contrário. Uma das razões apontadas para o acidente, além da imprudência do motorista do caminhão, foi a falta de sinalização no trecho.

Números

Avaliação das rodovias federais que cortam o MA

Rodovia Situação geral

BR-010 Boa

BR-135 Regular

BR-222 Regular

BR-226 Regular

BR-230 Regular

BR-316 Boa

BR-402 Regular

Fonte: Confederação Nacional do Transporte (CNT)

Frase

“ A educação no trânsito se mantém devido a três pilares: infraestrutura, fiscalização e educação. Quando não se tem a estrutura necessária de sinalização, há prejuízos em todos estes conceitos”

Inspetor Antônio Noberto

Chefe do setor de comunicação da PRF no MA

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