Câmara

Maioria da bancada maranhense vota a favor da PEC do Teto

Foram 12 votos a favor da proposta, e apenas 4 contra; dois deputados não votaram por problemas de saúde

Gilberto Léda, com Agência Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h44
Hioldo Rocha votou pela PEC-241
Hioldo Rocha votou pela PEC-241

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, na madrugada de ontem, a redação final da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que institui um teto de gastos públicos por 20 anos. Não houve mudanças em relação ao texto-base, que já havia tido o aval do plenário por 359 votos a 116, com duas abstenções, ainda na noite de terça-feira, 25. Agora, a proposta segue para o Senado, onde também será apreciada em dois turnos.

Entre os deputados federais do Maranhão, a proposta teve apoio da ampla maioria: foram 12 votos a favor e apenas quatro contra – dos deputados Rubens Júnior (PCdoB), Weverton Rocha (PDT), Eliziane Gama (PPS) e Zé Carlos da Caixa (PT).

O deputado Júnior Marreca (PEN) não votou porque estava ausente – ele justificou a falta com atestado médico. Mesmo motivo da ausência do deputado João Castelo (PSDB), que teve problemas de pressão no fim de semana e só deixou o hospital ontem – ele estava internado em São Luís.

Weverton foi contra a PEC 241
Weverton foi contra a PEC 241

Critérios – Segundo o texto aprovado com apoio dos maranhenses, saúde e educação têm critérios específicos dentro da PEC: as despesas nessas áreas continuarão a seguir um patamar mínimo, que serão os valores previstos para 2017. No caso da educação, são 18% da receita de impostos. Na saúde, 15% da Receita Corrente Líquida (RCL). A partir de 2018, o mínimo em ambas as áreas passará a ser atualizado pela inflação e não estará mais vinculado à receita.

O governo tem frisado que o patamar é piso, e não teto, para as despesas nessas áreas. Com isso, o Congresso poderia destinar mais recursos, caso haja espaço dentro do teto global de gastos do governo. Mas deputados da oposição argumentam que não haverá preservação dos investimentos em saúde e educação.

Este foi o último destaque a ser votado, o que significa uma verdadeira vitória do governo, já que a manutenção de quórum foi um desafio. Era preciso manter 308 votos em plenário para derrubar cada destaque, mas os resultados apontavam diminuição do número de governistas e, assim, margem cada vez menor.

Foram 359 votos do governo no texto-base, 346 no primeiro destaque, 340 no segundo e 332 no terceiro. Apenas no quarto destaque houve reação, com 335 votos da base. No quinto destaque, 332 votaram pela manutenção do texto original. Alguns deputados chegaram a reconhecer que havia risco de a sessão ser adiada.

A estimativa é que a primeira análise do texto pelos senadores ocorra em 29 de novembro. A votação final deve ficar para 13 e 14 de dezembro.

Ao longo da discussão, a oposição na Câmara se mostrou mais efetiva do que no primeiro turno de votação da PEC. O manejo do chamado "kit obstrução" fez com que a votação do texto-base levasse 8h30, contra 7h30 no primeiro turno. Além disso, no dia 10 de outubro, a apreciação do texto e dos destaques levou ao todo 12 horas. Dessa vez, o mesmo tempo não foi suficiente para cumprir a missão, e a apreciação da matéria levou ao todo 13 horas e 30 minutos.

MAIS

Importante é a aprovação

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, declarou que, independentemente do número de votos favoráveis, a aprovação da PEC do Teto de Gastos representa uma "vitória da maior importância" para o governo. Vencida a matéria na Câmara, Meirelles espera que o texto seja aprovado no Senado até o fim do mês de novembro. "O importante é a aprovação."

"É um processo normal que está sendo seguido à risca e está indo muito bem", declarou ontem, antes da aprovação na Câmara. No final, a proposta teve 359 votos a favor (menos que os 366 da primeira votação) e 116 contra (mais que os 111 anteriores), com duas abstenções.

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