Saúde

Fiocruz expande uso de Aedes com bactéria Wolbachia

Soltura de mosquitos impactará 2,5 milhões de pessoas no Rio e Niterói e deve começar em 2017

Atualizada em 11/10/2022 às 12h44

SÃO PAULO - O uso de mosquitos com bactéria Wolbachia para combater a transmissão de dengue, zika e chikungunya deve ser expandido no Brasil e também na Colômbia. Em um prazo de três anos, a liberação de mosquitos que contêm a bactéria deve se estender para uma área da cidade do Rio de Janeiro e de Niterói onde vivem cerca de 2,5 milhões de pessoas. O início das liberações deve ocorrer em 2017.

A bactéria Wolbachia, que é inofensiva aos humanos, impede os mosquitos de transmitirem os vírus. A iniciativa faz parte de um projeto internacional chamado “Eliminate Dengue: Our Chalange” (ou Eliminar a Dengue: Nosso Desafio), liderado pela Universidade de Monash, na Austrália, e trazido para o Brasil pelo pesquisador Luciano Moreira, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A instituição já liberou mosquitos com a bactéria em duas regiões em projetos piloto desenvolvidos entre agosto de 2015 e janeiro de 2016: em Tubiacanga, na Ilha do Governador, na cidade do Rio, e em Jurujuba, em Niterói. Os bairros do Rio de Janeiro e Niterói que serão contemplados pela expansão do projeto ainda estão sendo definidos. Já na Colômbia, a liberação dos mosquitos será feita no estado de Antioquia.

Piloto

Os resultados dos projetos piloto mostram que a Wolbachia está presente em mais de 80% dos mosquitos Aedes aegypti encontrados nos dois bairros onde a pesquisa foi feita. Outra conclusão foi que a fêmea com a bactéria transmite naturalmente a Wolbachia para os filhotes. Além disso, se a fêmea não tem a bactéria, mas é fecundada por um macho com a Wolbachia, ela fica estéril: os ovos não viram novos mosquitos.

A expansão do projeto foi anunciada ontem na Reunião Anual Grand Challenges, em Londres, iniciativa da Fundação Bill & Melinda Gates, uma das instituições que financia o projeto “Eliminate Dengue”.

Mais

O Brasil já registrou, em 2016, 200.465 casos prováveis de zika e 236.287 de chikungunya. Já os casos prováveis de dengue chegaram a 1.438.624. Os dados estão em boletim epidemiológico divulgado este mês pelo Ministério da Saúde e se referem aos casos notificados até o dia 17 de setembro.

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