Política

Rajoy acata ordem do rei da Espanha para tentar formar novo governo

Conservador não foi aprovado em uma primeira tentativa de ser investido; desta vez espera-se que tenha êxito; socialistas decidiram se abster

Atualizada em 11/10/2022 às 12h44

Espanha - O conservador Mariano Rajoy anunciou ontem ter aceito a ordem do rei da Espanha de buscar ser investido pelo Parlamento como presidente do governo para colocar fim a 10 meses de bloqueio político.

"O rei me encarregou de voltar a submeter minha candidatura à investidura como presidente do Governo e eu aceitei a tarefa", disse Rajoy, em uma coletiva de imprensa após seu encontro no Palácio da Zarzuela com o rei Felipe VI.

O chefe de governo em fim de mandato já fracassou em uma primeira tentativa de ser investido no início de setembro, mas agora a previsão é de que terá êxito, depois que os deputados socialistas decidiram mudar sua postura e se abster para facilitar a entrada de um novo Executivo.

Rajoy deve ser investido antes do dia 31 de outubro, segunda-feira, quando vence o prazo a partir do qual, se não houver um novo governo, o Parlamento é dissolvido e são convocadas novas eleições legislativas.

A presidente da Câmara dos Deputados, Ana Pastor, anunciou que o debate de investidura começará na tarde de quarta-feira, o que permitiria uma última votação no sábado, antes da data limite.

Rajoy, no poder desde 2011, disse estar consciente das "dificuldades de governar em minoria com apenas os 137 assentos de seu Partido Popular, no Parlamento de 350, mas prometeu se esforçar para que o Governo seja "capaz, estável e duradouro" através do "diálogo e dos acordos".

Impasse político
O partido de Rajoy, o Partido Popular (PP), venceu as eleições legislativas em dezembro de 2015, mas não obteve maioria absoluta das cadeiras. O partido precisaria estabelecer pactos com outros partidos para reeleger Rajoy como presidente do governo, mas não recebeu apoio dos outros partidos.

Com isso, foi preciso realizar uma segunda eleição legislativa, em junho deste ano. Novamente, o PP venceu, mas com uma grande fragmentação entre os quatro maiores partidos.

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