Guerra

Ataques turcos na Síria atingem grupo curdo próximo a aliados dos EUA

Os bombardeios ressaltam os conflitos de interesses no contexto da guerra civil síria entre a Turquia e os EUA, parceiros na Otan (aliança militar ocidental)

Atualizada em 11/10/2022 às 12h44

Síria - As Forças Armadas da Turquia anunciaram ter realizado 26 ataques aéreos na Síria contra posições de milícias curdas, aliadas de grupos apoiados pelos Estados Unidos, deixando entre 160 e 200 mortos entre quarta,19, e quinta-feiram, 20. Os bombardeios ressaltam os conflitos de interesses no contexto da guerra civil síria entre a Turquia e os EUA, parceiros na Otan (aliança militar ocidental).

Os caças visaram posições das Forças Democráticas da Síria, coalizão que tem liderança curda, em três vilarejos no nordeste da cidade de Aleppo capturados da facção terrorista Estado Islâmico (EI), informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, ONG com sede em Londres.

Os EUA têm oferecido apoio a combatentes curdos em sua campanha para expulsar o EI do norte da Síria. Uma autoridade militar dos EUA disse a repórteres, em condição de anonimato, que os combatentes alvejados pela Turquia não recebiam diretamente suporte de Washington, mas eram "próximos" de milícias aliadas dos americanos.

As autoridades de Ancara temem que a expansão do território controlado pela minoria étnica curda no norte da Síria alimente as ambições separatistas dos curdos no sul da Turquia. O governo turco enfrenta há três décadas umainsurgência dos combatentes do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão).

Após os ataques turcos, o secretário de Defesa dos EUA, Ash Carter, disse em coletiva de imprensa no Pentágono que a "parceria [com a Turquia] é muito forte na campanha anti-EI".

Alerta

Ontem, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, alertou que seu país poderia agir autonomamente para combater inimigos além de suas fronteiras.

"A partir de agora, não vamos esperar que os problemas batam em nossa porta, não vamos esperar até que a lâmina seja pressionada contra nossa pele e nosso osso, não vamos esperar que organizações terroristas venham e nos ataquem", declarou Erdogan.

Há dois meses, o governo turco iniciou uma intervenção no norte da Síria para combater o EI e para conter o avanço dos curdos na região. Assim como os EUA, a Turquia se opõe ao regime do ditador sírio, Bashar al-Assad.

As forças turcas também mantêm operações militares no norte do Iraque, onde teve início nesta semana uma grande operação militar para retomar do EI a cidade de Mossul.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.