Rainha

Entre o drama e a comédia

Espetáculo “A Rainha da Zona”, com texto de Aldo Leite e direção de Tácito Borralho, será encenado hoje, amanhã e sábado, no Teatro João do Vale, reunindo seis atores da Coteatro no elenco

Atualizada em 11/10/2022 às 12h44
Tácito Borralho assina a direção do espetáculo, escrito por  Aldo Leite
Tácito Borralho assina a direção do espetáculo, escrito por Aldo Leite (tacito borralho h)

Drama e comédia em uma grande produção. Assim é o espetáculo “A Rainha da Zona”, com texto de Aldo Leite e direção de Tácito Borralho, a ser apresentado hoje, amanhã e sábado, às 20h30, no Teatro João do Vale (Praia Grande). A peça é fundamentada nas diferentes histórias que circulavam no meio boêmio de São Luís, no período da decadência da “Zona do Baixo Meretrício”. No elenco, estarão os atores da Coteatro Magno Abreu, Raimundo Reis, Isabele Cutrim, Ricardo Vinícius, Gabriel Aguiar e Durval Ribeiro.

Aldo Leite conseguiu cerzir, dramaturgicamente, as histórias mais atraentes daquele momento, organizando em um roteiro magistral um fio dramático com rompantes de comédia, no qual as ações cênicas são fonte de risadas por revelarem situações graves de forma humoristicamente bem encaminhada.

“Os contrastes psicológicos e comportamentais das personagens são expostos em um ambiente peculiar de prostituição, que se intitula, por causa da alcunha da proprietária, de ‘Palácio da Rainha’, que, por sua vez, tem esse título por uma condição curiosa e inusitada daquela dama da noite: entre arremedos de um grande musical, o leilão de uma virgem que implicará em seu ‘debut’ na vida noturna. A reflexão da vida que se foi entre o sofrimento e o glamour faz o arremate da história”, antecipa Tácito Borralho, que passou a semana cuidando dos detalhes do espetáculo.

Segundo Borralho, trata-se de uma experiência ousada, marcando o retorno de Aldo Leite assinando uma produção de alta qualidade dramatúrgica. Há alguns anos, Leite mantinha-se afastado do mundo das artes. “É um trabalho da Coteatro sem nenhum apoio financeiro. Nós tivemos apenas o apoio do produtor Moraes Júnior, de Miguel Veiga, no cenário, e do próprio Aldo Leite, que cedeu o figurino. Mas o espetáculo está imperdível. Ao mesmo tempo em que fala de um drama da vida na prostituição, temos pitadas de humor ingênuo dentro da proposta”, conta Tácito Borralho.

No espetáculo, um dos personagens será vivido por três atores ao mesmo tempo. Conforme Tácito Borralho, pela primeira vez em uma produção local, será empregada técnica da dramaturgia que consiste nesse rodízio de atores. “Em cada dia, usaremos um ator e os outros dois farão a sombra do personagem. É uma técnica muito comum dentro da dramaturgia, embora nunca tenha sido usada aqui em São Luís”, disse Tácito Borralho.

Sobre Aldo Leite

Aldo Leite, uma das maiores expressões das artes cênicas no Maranhão (ao lado de Tácito Borralho), tem vasta experiência como ator, diretor e autor teatral, tendo sido reconhecido nacional e internacionalmente ao ser premiado, na década de 1970, com o Prêmio Molière de“Melhor Diretor de Teatro”, pela montagem do espetáculo “Tempo de Espera”. Sua trajetória coincide com as peripécias no teatro, encenando ainda adolescente, no quintal de casa (e no clube da cidade de Penalva), esquetes e números musicais, tendo como atores irmãos, primos e colegas da escola.Com sua transferência para São Luís, com o objetivo de cursar o ginásio, conheceu Mary e Ubiratan Teixeira, entrando para o grupo teatral do Mestre Bira e participando da montagem de “Simbita e o Dragão”, de Lúcia Benedetti, no Teatro Arthur Azevedo.

Nos anos de 1960, ele conheceu Reynaldo Faray, que o convidou para participar do elenco de “Branca de Neve e os Sete Anões”, então produzido pelo Clube das Mães. A partir daí, participou ativamente das produções do “Teatro Experimental do Maranhão”, trabalhando como ator em espetáculos infantis, infanto-juvenis e adultos. Cursou Jornalismo quando a UFMA ainda não tinha o curso em grade curricular e os professores vinham de São Paulo para São Luís. Mudou para a Escola de Comunicação e Artes (ECA) e fez o Curso de Bacharel em Teatro, em São Paulo.

Estudando na USP, em 1975, retornou a São Luís convidado por Reynaldo Faray para participar do elenco de “Quem Casa, quer Casa”, de Martins Pena, e viajou pelo interior do Maranhão apresentando o espetáculo para alunos do Mobral. Dessa experiência, surgiu a ideia de escrever “Tempo de Espera”, a partir das pesquisas realizadas com os alunos do Mobral e da realidade social das pessoas das cidades por onde o grupo passava.

Com a conclusão do curso em São Paulo, voltou para São Luís em 1977, sendo contratado pela UFMA para dirigir o “Grupo Gangorra”, desenvolvendo intensa atividade artístico-cultural com o grupo universitário e o Grupo Mutirão.

Serviço
O quê Espetáculo “A Rainha da Zona”

Quando Hoje, amanhã e sábado, às 20h30

Onde Teatro João do Vale (Praia Grande)

Ingressos R$ 40
Mais informações: 3218-9957 | 99973-6702 | 99104-1313 |(98) 98236-6756 (whatsapp)

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