São Paulo - Mais de 48 milhões de brasileiros passaram a seguir políticos nas redes sociais nos últimos três anos. Porém, deputados federais e senadores estão dando cada vez menos atenção para seus "fãs" e seguidores. O que está acontecendo? Parece que a cabeça das pessoas mudou muito, mas os políticos estão presos ao passado. Essa é uma das conclusões da terceira edição da Pesquisa Medialogue Político Digital, que analisou mais de 50 mil informações e as classificou de acordo com 14 critérios para identificar os parlamentares mais influentes na internet. Nenhum deles atingiu a nota máxima de dez pontos e apenas quatro tiveram nota oito, a maior atribuída. Foram considerados influentes 11% dos parlamentares, 58% foram considerados presentes e outros 31% ausentes, com quase nenhuma presença na internet.

Entre os deputados maranhenses, os primeiros colocados são Rubens Pereira Júnior (PCdoB-MA), Waldir Maranhão (PP-MA) e Weverton Rocha (PDT-MA), que ficaram entre os parlamentares da Câmara com a nota 6 em um ranking por notas com nomes em ordem alfabética. Já entre os parlamentares que não pontuaram, ou seja, não têm influência alguma, apenas José Reinaldo Tavares (PSB) "representa" o Maranhão. Entre os senadores do Maranhão, Roberto Rocha (PSB) foi o melhor colocado com seis pontos. Veja a pesquisa completa aqui.

Quase 85% receberam nota igual a cinco ou menos no ranking de influência. No ponto que analisou a atenção dedicada pelos parlamentares às mensagens e questionamentos enviados por eleitores pelos canais digitais, o resultado foi uma surpresa. Apesar do interesse demonstrado pelas pessoas, deputados e senadores não corresponderam. Apenas 18% deles responderam às perguntas deixadas em suas páginas no Facebook, rede social usada por 98% dos parlamentares e por quase 50% dos brasileiros. Em 2011 o índice de resposta foi de 23% e em 2013 foi de 20%.

Segundo o coordenador da pesquisa e diretor da Medialogue Digital, o jornalista Alexandre Secco, as democracias mais avançadas exigem um alto grau de transparência de seus políticos e hoje a internet é o único caminho para se chegar lá. Para Secco, a pesquisa é importante porque vem ajudando a estabelecer novas práticas de comunicação usando os canais digitais. Os dados resumidos da pesquisa podem ser baixados gratuitamente pela internet em www medialogue.com.br/politicodigital. Para obter informações mais detalhadas é preciso consultar a Medialogue pelo WhatsApp (11) 98361-4100.

A realização da Pesquisa Medialogue Político Digital é financiada inteiramente pelo Medialogue Digital e produzida de forma independente. Esta edição contou com o apoio da Social Figures, empresa especializada em monitoramento e análise de mídias sociais que oferece a ferramenta de monitoramento BrandCare e trabalha junto às principais organizações e agências de comunicação do país para fornecer dados precisos e transformá-los em insights estratégicos para tomada de decisão.

Em apenas três anos a partir de 2013, 48 milhões de brasileiros começaram a seguir deputados e senadores, especialmente pelo Facebook e Twitter, mas também no Instagram e YouTube. Equivale a dizer que um em cada três eleitores acompanham o trabalho dos deputados federais e senadores pelas redes sociais.

Mais de 4 mil comentários por hora. Se fosse uma central de notícias, provavelmente o Congresso Nacional seria uma das mais importantes do Brasil. Os gabinetes de deputados federais e senadores publicam quase 80 mil posts por mês em redes sociais. As pessoas deixam três milhões de comentários e quase quatro milhões de likes no mesmo período.

Eles estão ficando cada vez mais antissociais. Apesar do interesse das pessoas, deputados e senadores não responderam à altura. Apenas 18% deles responderam às perguntas deixadas em suas páginas no Facebook. Em 2011 o índice foi de 23%, e em 2013 foi de 20%.

Estrelas do impeachment
Dos 16 senadores com as notas mais altas (entre 7 e 8), 13 votaram a favor do impeachement. Receberam nota zero 27 deputados federais. A maior bancada nota zero é do PMDB, representada por sete deputados.

Ganhar votos ainda é mais fácil do que receber likes
Para 91% dos deputados ainda é mais fácil conquistar um voto do que um fã. Apenas 9% tem mais audiência na sua página no Facebook do que votos na última eleição. Considerando apenas os 55 deputados influentes (com nota entre 6 e 8), são 35% os que tem mais fãs na rede social do que votos na urna.

O brilho dos Bolsonaros
Entre os 4 deputados federais com nota máxima, dois são Bolsonaros: Jair, o pai, e Eduardo, o filho. Três são do PSC, além dos Bolsonaros, o pastor Marco Feliciano. Jandira Feghali (PC do B) completa o quarteto

Os nanicos não querem conversa
Nenhum parlamentar das bancadas do PSOL, PTC, PMB, PT do B, PEN, PRP e PRTB responderam às mensagens deixadas em suas contas no Facebook

Os estados acima da média
Na média, as notas máximas foram obtidas por parlamentares de DF, MS, RN, RR, AM e AP.

Rio de Janeiro digital
O parlamentares do Rio de Janeiro são os que têm, na média, o maior número de seguidores no Facebook e no Twitter.

Rondônia de papel
Os parlamentares de Rondônia, na média, receberam as piores notas no ranking de influência, em média de fãs no Facebook e Twitter e no conceito de acesso.

A "cara" dos mais influentes
Mulher
De Brasília
30 a 40 anos
Filiada ao PSOL

A "cara" dos menos influentes
Homem
De Rondônia
Menos de 30 ou mais de 60 anos
Filiado ao PTB

Senado é mais digital do que a Câmara
Influentes em cada casa (com nota 6 ou superior)
Senado: 42% x Câmara: 11%

Nota média
Senado: 5 x Câmara: 3,3

Mulheres são mais influentes
Nota média na Câmara
Mulheres: 3,7 x Homens: 3,3

Nota média no Senado
Mulheres: 5,6 x Homens: 4,9

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