Oborós

Canto para a natureza e pela paz

Show “Oborós” ocorre hoje, às 20h, no Teatro João do Vale, com os cantores Carlão Rastafari, Guerreiro, Heriverto Nunes, Hugo Machado, Júnior Almeida, Luzian Filho, Marlon Reis, Mauro César e Paulinho Akomabu

Atualizada em 11/10/2022 às 12h44
Heriverto Nunes cantará duas cantigas de tambor de mina
Heriverto Nunes cantará duas cantigas de tambor de mina (Heriverto Nunes)

Um canto de amor aos orixás masculinos cultuados nas religiões de matriz africana vai ecoar hoje, às 20h, no Teatro João do Vale (Praia Grande). O show “Oborós” será um clamor pelo fim da intolerância religiosa da qual têm sido vítimas os fiéis destas religiões. Sob a direção de João Eudes Martins, 10 cantores integrarão o elenco do espetáculo. Na abertura do show, todos os cantores entoarão a canção “Oborós”, de autoria de Marco Duailibe, composta especialmente para a ocasião.

Os artistas Carlão Rastafari, Guerreiro, Heriverto Nunes, Hugo Machado, Júnior Almeida, Luzian Filho, Marlon Reis, Mauro César e Paulinho Akomabu apresentarão vasto repertório - cada um deles cantará duas canções, entre doutrinas de tambor de mina, umbanda e candomblé, além de músicas consagradas do cancioneiro nacional. Uma coreografia elaborada pelo Balé di Preto incrementará o repertório.

Debate

Segundo um dos convidados para o show, Paulinho Akomabu, a proposta é mais do que necessária, uma vez que é uma forma de abordar o debate sobre a questão da intolerância religiosa e do preconceito relacionado.

“Hoje, isto está muito visível e as religiões de matriz africana são vistas como pejorativas e vendidas como algo do mal. No entanto, nossa relação é com os elementos da natureza, a água, o sol, a mata, a chuva, ou seja, coisas que estão presentes em nosso cotidiano”, destacou o cantor.

Paulinho Akomabu tem 30 anos de carreira e desenvolve também um trabalho com o Bloco Afro Akomabu, ligado ao Centro de Cultura Negra do Maranhão. Ele também canta com a banda “Crioulo d’Ifé”.

O cantor Heriverto Nunes, por sua vez, vai cantar duas cantigas de tambor de mina, referentes ao orixá Oxóssi, e também uma autoral, intitulada “Odé vai chegar”. De acordo com Nunes, elementos ligados às religiões de matriz africana estão sempre presentes em seus shows.

“Nós louvamos as forças que vêm da natureza e, muitas das vezes, as pessoas interpretam de forma errônea. Na verdade, é uma forma do homem encontrar o equilíbrio. É um culto ao natural. A maioria das minhas canções são voltadas para essa temática”, disse o artista, que contabiliza 27 anos de carreira.

Feminina

Em agosto do ano passado, no Teatro Arthur Azevedo (Rua do Sol), houve a versão feminina do show e agora acontecerá a masculina.

“O objetivo é lutar pelo fim da intolerância religiosa, que também sentimos aqui no Maranhão. Os artistas convidados são todos da religião de matriz africana, filhos de terreiro, e, claro, estão engajados na defesa dessa religião. No mês de dezembro, nossa intenção é realizar uma terceira edição do show, mas reunindo cantores e cantoras”, disse Raydenisson Sá, produtor do espetáculo.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.