Guerra

Estado Islâmico frustra rebelião em Mosul às vésperas de grande batalha

58 pessoas suspeitas de participação no complô foram mortas; objetivo dos amotinados era minar a defesa que jihadistas prepararam

Atualizada em 11/10/2022 às 12h44
( Homem segurando bandeira do Estado Islâmico na cidade de Mosul)

Iraque - O Estado Islâmico desbaratou um plano de rebelião em Mosul liderado por um dos comandantes do grupo que pretendia mudar de lado e ajudar a entregar a capital iraquiana do califado a forças do governo, disseram moradores e autoridades de segurança do Iraque.

O Estado Islâmico executou 58 pessoas suspeitas de participação no complô depois que o plano foi descoberto na semana passada. Moradores que conversaram com a Reuters de alguns dos poucos locais da cidade que têm serviço de telefonia disseram que os amotinados foram mortos afogados e que seus corpos foram enterrados em uma vala coletiva em um descampado nos arredores da cidade.

Entre eles estava um assessor local do líder do grupo, Abu Bakr al-Baghdadi, que comandou os amotinados, de acordo com relatos oferecidos por cinco moradores, por Hisham al-Hashimi, especialista em assuntos relacionados ao Estado Islâmico que aconselha o governo de Bagdá, e pelo coronel Ahmed al-Taie, da inteligência militar do Comando de Operações da província de Nínive, em Mosul.

A Reuters decidiu não publicar o nome do líder dos amotinados para evitar aumentar o risco à segurança de sua família, e tampouco as identidades das pessoas de dentro da cidade que falaram sobre a rebelião.

O objetivo dos amotinados era minar a defesa que o Estado Islâmico prepara para Mosul diante da batalha iminente, que deve ser a maior no Iraque desde a invasão de 2003 liderada pelos Estados Unidos.

Bastião

Mosul é o último grande bastião do Estado Islâmico no país. Com uma população pré-guerra de cerca de 2 milhões de habitantes. A cidade é ao menos cinco vezes maior do que qualquer outra que o grupo tenha controlado. Autoridades iraquianas dizem que um grande ataque terrestre pode começar neste mês, apoiado pelo poderio aéreo dos EUA, forças de segurança curdas e unidades xiitas e sunitas irregulares.

Uma ofensiva bem-sucedida destruiria na prática a metade iraquiana do califado que o grupo declarou quando varreu o norte do Iraque em 2014. Mas a Organização das Nações Unidas (ONU) diz que ela também pode criar a maior crise humanitária do mundo, causando o deslocamento de um milhão de pessoas no pior dos casos.

Os combatentes do Estado Islâmico estão entrincheirados para defender a cidade, e têm um histórico de usar civis como escudos humanos na defesa de seus territórios.

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